
Ao longo da rua Halfeld, lojas com port�es fechados contrap�em um cen�rio aparentemente festivo. A manh� da sexta-feira de 7 de setembro � um tanto at�pica para os moradores de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais. O motivo, entretanto, n�o s�o as comemora��es anuais do Dia da Independ�ncia do Brasil.
Menos de 24 horas antes, o cruzamento com a rua Batista de Oliveira era palco do encontro entre o presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSL) e Adelmo Bispo de Oliveira. O homem de 40 anos esfaqueou o candidato na regi�o do abd�men e o obrigou a passar por cirurgia.
No dia seguinte, pessoas se juntaram na regi�o novamente. Desta vez, n�o para apoiar Bolsonaro, mas para os festejos pelo 196º anivers�rio da independ�ncia. A menos de 300 metros de onde o presidenci�vel fora atacado, civis e militares desfilavam na Avenida Bar�o do Rio Branco.
Os sons de quem animava a larga rua cujo nome homenageia o hist�rico diplomata brasileiro, no entanto, pouco alcan�avam a Halfeld. No local em que Bolsonaro foi esfaqueado, o clima era de desconfian�a.
Relatos de quem acompanhou de perto o momento indicam que o presidenci�vel encontrou abrigo na Internacional Lanches, lanchonete localizada justamente na esquina da Halfeld com a Batista de Oliveira. Um pouco mais � frente est� o pr�dio para o qual Adelmo foi carregado instantes ap�s o ataque.
Nos dois estabelecimentos, o sil�ncio e a busca por discri��o. Esse comportamento foi padr�o entre as pessoas ouvidas pela reportagem. Das 18 pessoas entrevistadas pelo Estado de Minas, 12 confirmaram que estavam no local no momento em que Bolsonaro foi esfaqueado. Ningu�m quis se identificar ao responder perguntas.
“Se eu falo disso, a Pol�cia Federal cai em cima”, conspira um homem que deixou a conversa assim que foi abordado. “N�o gosto das perguntas”, diz um ambulante, que, sem ser gravado, detalha tudo o que ocorreu na tarde anterior. A desconfian�a disfar�ada de sil�ncio tomou a Halfeld nesta sexta-feira. Poucos passos � frente, entusiastas da festa patri�tica bradavam ‘Independ�ncia ou morte’ - um mantra que talvez fizesse mais sentido no dia anterior, alguns metros � frente.