O Minist�rio P�blico Federal informou nesta ter�a-feira, 11, que grampos telef�nicos apontaram que o ex-chefe de gabinete Deonilson Roldo, do ex-governador do Paran� Beto Richa (PSDB), estaria atualmente coordenando de forma oculta a campanha do tucano.
Beto Richa e seu aliado s�o alvos de duas opera��es: uma do Grupo de Atua��o Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Minist�rio P�blico do Paran�, e outra da Opera��o Lava Jato, do Minist�rio P�blico Federal.
Beto Richa e Deonilson Roldo foram presos pelo Gaeco. O ex-governador foi alvo de mandado de busca e apreens�o da Lava Jato.
Segundo a Lava Jato, o empres�rio Jorge Atherino usa suas empresas "para movimenta��o expressiva de valores sem origem identificada". Al�m disso, constatou-se o emprego de sofisticados m�todos de lavagem de dinheiro, envolvendo contas no Brasil e no exterior. Portanto, a liberdade dos r�us coloca em risco a ordem p�blica.
A Lava Jato afirma que apura o envolvimento do ex-governador do Paran� Beto Richa nos fatos, mormente em rela��o � utiliza��o de empresas em nome de familiares para movimenta��o de valores cuja origem se intenta apurar.
O Gaeco investiga irregularidades no programa Patrulha do Campo, que faz manuten��o em estradas rurais. J� a Lava Jato mira em crimes de corrup��o, lavagem de dinheiro e fraude � licita��o referentes � duplica��o da PR-323, favorecendo a empresa Odebrecht.
S�o alvos da Lava Jato, al�m de Beto Richa, Jorge Theod�cio Atherino, empres�rio apontado como operador financeiro do ex-governador, e Tiago Correia Adriano Rocha, indicado como bra�o direito de Jorge e respons�vel por diversas transa��es financeiras dos empreendimentos do executivo.
Em nota, a Lava Jato informou que empres�rios do grupo Odebrecht realizaram, no primeiro semestre de 2014, um acerto de subornos com Deonilson Roldo, para que ele limitasse a concorr�ncia da licita��o para duplica��o da PR-323, entre os munic�pios de Francisco Alves e Maring�. Em contrapartida, a Odebrecht pagaria R$ 4 milh�es a Roldo e ao seu grupo.
Segundo a Lava Jato, a corrup��o foi ajustada em tr�s reuni�es entre Roldo e representantes da empreiteira. As evid�ncias mostraram que, no final de janeiro de 2014, executivos da Odebrecht procuraram o ent�o chefe de gabinete do governador e solicitaram apoio para afastar eventuais concorrentes interessados na licita��o da parceria p�blico-privada (PPP) para explora��o e duplica��o da PR-323.
"As provas indicaram ainda que, ap�s uma primeira reuni�o, Roldo voltou a se encontrar com executivos da empresa, informando que a ajudaria ilegalmente na licita��o, mas para isso contava com o aux�lio da empresa na campanha do governador daquele ano de 2014. Desta maneira, segundo as evid�ncias, ele solicitou propinas para vender atos praticados no exerc�cio de sua fun��o p�blica, com o pretexto de que supostamente elas seriam usadas em campanha", afirma a Lava Jato.
A den�ncia
A for�a-tarefa Lava Jato apresentou em 5 de setembro uma den�ncia sobre parte dos fatos e agentes investigados pela opera��o deflagrada nesta ter�a-feira. Onze investigados foram acusados dos crimes de corrup��o (ativa e passiva) e lavagem de dinheiro.
A den�ncia foi aceita pela 13� Vara Federal Criminal e viraram r�us o empres�rio Jorge Theod�cio Atherino, apontado como "operador" (intermedi�rio que gerenciava as propinas) do ex-governador Carlos Alberto Richa (Beto Richa); o ex-chefe de gabinete deste �ltimo, Deonilson Roldo; Adolpho Julio da Silva Mello Neto; Benedicto Barbosa da Silva Junior; Fernando Migliacchio da Silva; Luciano Riberiro Pizzatto; Luiz Ant�nio Bueno Junior; Luiz Eduardo Soares; Maria Lucia Tavares; Ol�vio Rodrigues Junior e �lvaro Jos� Galliez Novis.
As investiga��es e a den�ncia s�o tamb�m frutos da colabora��o da empresa Odebrecht e de seus executivos e colaboradores. Informa��es e provas sobre crimes praticados por todo o Pa�s foram distribu�das pelo STF para diferentes jurisdi��es, mantendo-se naquela Corte e no Superior Tribunal de Justi�a os fatos relacionados a pessoas que gozam de foro privilegiado.
Defesas
A defesa do ex-governador Beto Richa afirma que "at� agora n�o sabe qual a raz�o das ordens judiciais proferidas". A defesa diz que "ainda n�o teve acesso � investiga��o".
O governo do Estado do Paran� disse, em nota, que "est� colaborando com todas as investiga��es em curso. A governadora Cida Borghetti ressalta que n�o aceita nenhum tipo de desvio de conduta dos seus funcion�rios e que criou a Divis�o de Combate � Corrup��o para refor�ar o combate � esse tipo de crime. Hoje a divis�o esta fazendo buscas e apreens�o em uma opera��o que combate fraudes a licita��o. O Governo do Estado vai aguardar a divulga��o de mais informa��es a respeito dessa fase da Opera��o Lava Jato para tomar outras provid�ncias".
O advogado Roberto Brzezinski Neto, que defende Deonilson Roldo, afirmou que est� analisando os autos e vai se pronunciar.
A reportagem est� tentando contato com a defesa de outros citados. O espa�o est� aberto para as manifesta��es.
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POL�TICA
Grampos mostram bra�o direito de Richa coordenando campanha de forma oculta
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