
Professora de economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dirlene Marques critica a forma como se organiza e opera o estado brasileiro, que, segundo ela, destina-se a favorecer o grande capital. “Todo o estado opera para viabilizar o grande capital. Como � da l�gica do sistema capitalista, o grande capital n�o precisa de subs�dio, ele deve correr riscos. Ent�o, queremos que esse capital corra os riscos e tenha o seu lucro, mas deixe os recursos do estado para viabilizar outro tipo de investimento, para distribuir renda e dar melhores condi��es de vida � popula��o”, assinalou.
Para Dirlene Marques, o estado deve financiar no campo e na cidade a pequena e m�dia propriedade que trabalham de forma sustent�vel, gerando emprego sem levar � destrui��o do meio ambiente. “Proponho que o BDMG, que tem juros subsidiados �s empresas, financie esses segmentos”, disse, criticando tamb�m as isen��es fiscais, que considerou “calamidades”, como a Lei Kandir.
“A lei Kandir estimula a produ��o de commodities, os produtos prim�rios para exporta��o. E esses produtos n�o pagam impostos. N�o tem sentido isso. Vamos fazer frente para acabar com a Lei kandir e fazermos maior taxa��o da explora��o dessas commodities”, afirmou. “O que as mineradoras deixam para o povo brasileiro? A quantidade de empregos que podem ser gerados em outras atividades que n�o destroem o meio ambiente”, disse.
Maconha
Dirlene Marques voltou a defender a descriminaliza��o da maconha. “Isso � tratado como um tabu em nossa sociedade. Mas quem sofre as consequ�ncias desse tipo de repress�o s�o jovens pobres e negros da periferia”, afirmou explicando que ao participar da Marcha da Maconha se surpreendeu ao constatar que 90% dos participantes tinha esse perfil. “O usu�rio da maconha pobre e negro vai ser preso, jogado numa penitenci�ria e vai mofar porque n�o tem pai ou m�e que o tire dali. Mas um jovem da classe m�dia que usa e n�o � punido”, acrescentou.