O ministro Lu�s Roberto Barroso, que fez o discurso de abertura na cerim�nia de posse do ministro Dias Toffoli como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira, 13, destacou que o Brasil vive um momento "dif�cil", "abalado por tempestade pol�tica e �tica", mas tamb�m de "refunda��o", que demanda "integridade, idealismo e patriotismo", ressaltando a import�ncia de Toffoli para comandar o STF neste ciclo. Diante de uma plateia pontuada por pol�ticos sob investiga��o na Suprema Corte, Barroso tamb�m exaltou o combate � corrup��o.
O ministro disse acreditar que, com di�logo, Toffoli ir� implementar "mudan�as imprescind�veis" para que o STF alcance destaque internacional. "O ministro Dias Toffoli faz parte de uma gera��o que venceu a ditadura, derrotou a hiperinfla��o e obteve vit�rias expressivas sobre pobreza extrema", observou Barroso, lembrando que ele e o colega fizeram parte da gera��o que "lutou pela transi��o democr�tica" no Brasil.
No discurso, o ministro tamb�m ressaltou o perfil de di�logo e concilia��o do colega que assume a presid�ncia do STF pelos pr�ximos dois anos. "Tenho confian�a que continuaremos essa transi��o do velho para o novo com seriedade, empenho e harmonia entre os Poderes", disse Barroso.
O ministro, que costuma divergir de Toffoli em quest�es do direito penal - como a possibilidade de pris�o ap�s condena��o em segunda inst�ncia -, fez quest�o de observar que sempre houve respeito na rela��o entre os dois.
"Tivemos vis�es diferentes dos caminhos a seguir. Esse fato, todavia, jamais diminuiu o respeito e a considera��o que temos um pelo outro. Nem tampouco meu apre�o pela maneira aut�ntica e leal com que se comporta. Somos amigos afetuosos", comentou Barroso. Ao mencionar a gest�o da ministra C�rmen L�cia como presidente do STF, Barroso comentou que a "serenidade" da colega "evitou acidentes e naufr�gios".
Corrup��o
Barroso tamb�m usou a palavra para exaltar o combate � corrup��o que, segundo o ministro, ainda enfrenta obst�culos "poderosos", como o pensamento de que "os fins justificam os meios". "Isso cria rela��o pervertida entre cidadania e Estado", mencionou.
"O segundo obst�culo � que parte das elites brasileiras milita no tropicalismo equ�voco de que corrup��o ruim � a dos advers�rios, dos que n�o servem aos seus interesses. Mas se for dos parceiros de p�quer, de mesa e de sal�es, o problema n�o � grave", afirmou o ministro. "Essas elites nos atrasam, nos mant�m como Pa�s de renda m�dia. Em terceiro, h� aqueles que n�o querem ser punidos e os que n�o querem ficar honestos nem daqui para frente", acrescentou Barroso, assentando que "a nova ordem substitui o pacto olig�rquico".
O coment�rio foi feito numa cerim�nia marcada pela presen�a de investigados na Suprema Corte, a come�ar pelo presidente da Rep�blica, Michel Temer. Barroso � relator do inqu�rito que apura a atua��o de Temer no setor portu�rio. O presidente ainda � alvo de inqu�rito relatado pelo ministro Edson Fachin, que tamb�m tem como investigado o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco (MDB), presente � cerim�nia de posse.
Os chefes da C�mara dos Deputados e do Senado Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o senador Eun�cio Oliveira (MDB-CE), tamb�m s�o alvo de apura��es no STF e assistem a posse do novo presidente da Corte.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) tamb�m compareceu para prestigiar a cerim�nia. A apari��o acontece horas depois de ser revelado que o parlamentar � alvo de mais um inqu�rito no STF, aberto pelo ministro Edson Fachin nesta semana, com base na dela��o da J&F.; Abordado pela reportagem ao chegar para a solenidade, Nogueira n�o quis comentar a instaura��o de inqu�rito.
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