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Estado de Minas POL�TICA

Lava Jato acha R$ 15 mil na conta de bra�o direito de Beto Richa


postado em 14/09/2018 17:08

O Banco Central encontrou R$ 15.387,30 em uma conta do ex-chefe de gabinete Deonilson Roldo, bra�o direito do ex-governador do Paran� Beto Richa (PSDB). O juiz federal S�rgio Moro havia mandado bloquear R$ 10 milh�es do aliado do tucano e de outros investigados na Opera��o Piloto, fase 53 da Lava Jato.

Na conta da mulher do empres�rio Jorge Theod�cio Atherino, suposto operador de Beto Richa, o Banco Central achou R$ 54.649,22. J� na conta da R.F Participa��es, ligada a familiares do empres�rio, foram encontrados R$ 13.912,41.

Candidato ao Senado nas elei��es 2018, Beto Richa foi preso na ter�a-feira, 11, pela Opera��o Radiopatrulha, do Grupo de Atua��o Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), bra�o do Minist�rio P�blico do Paran�.

O ex-governador tamb�m foi alvo da Lava Jato, que fez buscas em sua resid�ncia no mesmo dia da pris�o.

A Lava Jato suspeita de liga��o do tucano com recebimento de propinas da Odebrecht, que teria sido favorecida em contrato de duplica��o da PR-323, no interior do Paran�.

Na Opera��o Radiopatrulha tamb�m foram presos Fernanda Richa, mulher do tucano, Pepe Richa, irm�o dele, e Deonilson Roldo.

As pris�es est�o relacionadas a investiga��es sobre supostos desvios de verbas no Programa Patrulha do Campo, para manuten��o de estradas rurais entre 2012 e 2014.

Segundo este inqu�rito, h� ind�cios de direcionamento de licita��o para beneficiar empres�rios e pagamento de propina a agentes p�blicos, al�m de lavagem de dinheiro e obstru��o da Justi�a.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o empres�rio Ant�nio Celso Garcia, o Tony Garcia, delator que levou Beto Richa para a cadeia, estimou que o tucano tenha recebido "entre R$ 400 milh�es e R$ 500 milh�es" em propinas e caixa 2 nas campanhas eleitorais.

Na avalia��o do delator, a corrup��o se instalou no governo Beto Richa "t�o id�ntica quanto a do Lula, como do S�rgio Cabral".

Agenda de nomes e valores

A Pol�cia Federal apreendeu anota��es manuscritas, relacionadas a nomes e valores, em poder do empres�rio Jorge Theod�cio Atherino. Os agentes federais encontraram, ainda, com o empres�rio um cupom fiscal da compra de um rel�gio marca Rolex.

Os federais apreenderam tamb�m telefones celulares, tabletes, um computador, uma "caderneta de capa laranja, com algumas anota��es manuscritas, relacionadas a valores", uma "caderneta de capa azul com diversas anota��es manuscritas, relacionadas a nomes e valores", uma "agenda de capa verde, com diversas anota��es manuscritas, relacionadas a nomes e valores" e uma "agenda de capa amarela, com diversas anota��es manuscritas, relacionadas a nomes e valores".

O item de apreens�o n�mero 5 foi identificado como um "bloco de notas com a marca d'�gua 'Matsuda'", tendo 17 folhas destacadas, contendo diversas anota��es manuscritas relacionadas a nomes e valores. J� o item 15 do auto de arrecada��o foi descrito como "CD com as inscri��es 'depoimentos 25/6/18'"'.

Grampo

O ex-governador do Paran� e outros seis investigados da Opera��o Piloto foram grampeados durante uma semana. O tucano teve sete n�meros telef�nicos interceptados pela Pol�cia Federal entre 24 de julho e 1 de agosto.

Segundo a PF, dois n�meros de Beto Richa estavam ativos. O relat�rio transcreveu tr�s conversas do ex-governador do Paran�.

No dia 29 de julho, Beto Richa conversou com Ezequias Moreira Rodrigues. A liga��o durou cerca de cinco minutos. Naquela ocasi�o, o tucano tentava manter sob compet�ncia da Justi�a Eleitoral o inqu�rito dos repasses milion�rios da Odebrecht.

Ap�s desejar feliz anivers�rio ao tucano, Ezequias perguntou: "Parou a crise ser�?"

"Nada", respondeu Richa.

"N�o?", quis saber o ex-secret�rio.

"Um filho da puta muito grande", seguiu o ex-governador.

"N�o, cuidado com palavra aqui. Essas porra t�o� Eu falei com, liguei inclusive pra governadora, entendeu?", recomendou Ezequias.

Em outro trecho, Ezequias diz a Richa que havia falado com "Glauco". "Falei: gente, voc�s est�o maluco, a perda maior � de voc�s, porra."

O tucano concordou. "Claro que �. Eu tiro todos os prefeitos. Vou fazer um artigo dizendo, a manchete � 'Fui tra�do'."

Coordena��o

O Minist�rio P�blico Federal informou que grampos telef�nicos apontaram que Deonilson Roldo est� atualmente coordenando de forma oculta a campanha de Beto Richa. Segundo a Lava Jato, o ex-chefe de gabinete "diz que est� em per�odo de quarentena, que n�o pode aparecer, mas que atua nos bastidores, conforme demonstrado pelas chamadas telef�nicas".

"Deonilson Roldo � homem de confian�a de Carlos Alberto Richa, sendo o coordenador de todos os assuntos referentes � campanha de Beto Richa ao Senado Federal, tendo participa��o na articula��o pol�tica, defini��o de material de campanha como m�sicas e jingles, sess�es de fotos, agendamento de eventos e aconselhamento de modo geral, sendo consultado por Beto Richa em v�rias ocasi�es", apontou a Lava Jato. "Deonilson Roldo propositalmente est� mantendo velada sua coopera��o com Beto Richa devido � investiga��o em curso sobre o recebimento de valores da Odebrecht, que j� � de p�blico conhecimento atrav�s da imprensa."

Ao mandar prender o bra�o direito de Beto Richa, o juiz federal S�rgio Moro anotou que apesar de Deonilson Roldo n�o ocupar "elevado cargo na estrutura do Governo do Estado do Paran�", ele "permanece integrante do mesmo grupo pol�tico, com perspectivas de retorno a posi��o de poder e, por conseguinte, � pr�tica de novos delitos associados � corrup��o sist�mica".

Outro lado

Quando a Lava Jato foi deflagrada, os investigados se manifestaram desta forma:

A defesa disse que o ex-governador Beto Richa, at� aquele momento, n�o sabia qual a raz�o das ordens judiciais proferidas e que ainda n�o havia tido acesso � investiga��o.

O advogado Roberto Brzezinski Neto, que defende Deonilson Roldo, afirmou que est� analisando os autos e vai se pronunciar.

O advogado Luiz Carlos Soares da Silva J�nior afirmou na quarta-feira, 12: "No momento, estamos analisando as provas e teses da acusa��o para prestar os esclarecimentos necess�rios e adotar as medidas cab�veis para defesa dos interesses de nosso cliente."

Declara��es mais recentes das respectivas defesas n�o chegaram � reportagem, que deixou espa�o aberto �s manifesta��es.


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