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Estado de Minas POL�TICA

Voto dividido e fam�lias em p� de guerra


postado em 15/09/2018 11:20

Os almo�os em fam�lia n�o t�m sido os mesmos desde que o jovem engenheiro agr�nomo Elliton Aguiar anunciou que, desta vez, iria votar em Jair Bolsonaro (PSL) para presidente. A decis�o, tomada de supet�o ap�s assistir ao capit�o reformado participar de entrevista no Jornal Nacional, abalou parte de seus familiares. "Aqui � complicado, o pessoal � muito lulista", diz ele, que agora anda batendo boca com a irm� e um primo nos convescotes dom�sticos toda vez que a conversa descamba para a pol�tica.

O �nico a cerrar fileira com Aguiar � seu av�, dono de terras e ex-secret�rio de Limpeza Urbana da cidade de Chapadinha, quase na fronteira entre o Maranh�o e o Piau�. "Ele sempre foi de direita, nunca votou no Lula, sempre achou que esse neg�cio de Bolsa Fam�lia ia estragar o povo", afirma Aguiar, orgulhoso da tenacidade do av� diante da onda vermelha que varreu essa parte do Brasil desde que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva subiu a rampa do Planalto pela primeira vez, em 2003.

Na quarta-feira passada, dia 12, ele inaugurou o primeiro e �nico comit� de Bolsonaro nesta parte do Maranh�o. Em uma pequena sala com duas mesas, cinco cadeiras, uma geladeira e um banheiro, espalhou adesivos, botons e camisetas do presidenci�vel do PSL. "Eu sou volunt�rio, mas a estrutura aqui est� sendo financiada por um grupo de empres�rios da cidade", diz, ele mesmo parte da elite empresarial da pequena cidade de 70 mil habitantes.

"Eu tenho uma empresa de eventos com mais alguns amigos, fechamos um acordo com um deputado estadual, mas aqui estou de gra�a, porque acredito mesmo em Bolsonaro para mudar o Brasil, n�o aguentamos mais a corrup��o e esses programas que fazem o povo n�o querer saber de trabalho, s� de ter filhos", diz ele, rec�m-formado no campus da Universidade Federal do Maranh�o em Chapadinha, criado na gest�o do agora candidato do PT � Presid�ncia, Fernando Haddad, quando ministro da Educa��o.

A sala onde est� instalado o comit� foi cedida por um dos muitos empres�rios desse que � um importante polo econ�mico na divisa do Maranh�o com o Piau� e vem se transformando em uma nova fronteira agr�cola do Estado. "Aqui em Chapadinha, eu diria que 90% dos empres�rios est�o com Bolsonaro", diz Gaud�ncio Gomes, o dono da pequena saleta e de um supermercado, um hotel e uma lot�rica na cidade.

A exemplo de Gomes, boa parte dos eleitores que antes votavam em Lula integra a elite econ�mica da cidade - que deu a Dilma sua maior vota��o proporcional no segundo turno das elei��es de 2014 - e n�o se beneficiou de programas sociais como o Bolsa Fam�lia.

Ele decidiu criar uma esp�cie de propaganda subliminar em apoio a Bolsonaro, mas sem exatamente citar o nome do candidato, para n�o ter problemas com a Justi�a. Em propriedade da fam�lia, �s margens da rodovia que liga Chapadinha ao Piau�, instalou um outdoor com o lema do governo militar na d�cada de 70: "Brasil, ame-o ou deixe-o". "A ditadura s� foi ruim para quem era ruim", diz.

Mas h� tamb�m gente das classes mais pobres, beneficiados por programas de transfer�ncia de renda que decidiram abandonar o lulismo e se bandearam para os lados de Bolsonaro. Em geral, s�o eleitores mais jovens e que veem no capit�o reformado uma sa�da para os esc�ndalos de corrup��o que assolam Bras�lia. Marcos Gon�alvez, de 23 anos, funcion�rio da balsa que transporta carros e caminh�es sobre o Rio Parna�ba, a divisa natural entre o Maranh�o e o Piau�, vota em Bolsonaro, a despeito dos protestos de toda a fam�lia. "Desde que escolhi o Bolsonaro � assim, todo mundo me critica, at� minha mulher." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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