
A campanha do ex-governador Geraldo Alckmin, presidenci�vel do PSDB, tenta evitar uma debandada de aliados e quer refor�ar a visibilidade do tucano em S�o Paulo nas tr�s semanas que restam antes do primeiro turno. Ainda sem contar com o engajamento dos partidos do Centr�o, Alckmin pretende investir no pr�prio quintal para evitar o triunfo do voto casado no candidato � Presid�ncia Jair Bolsonaro (PSL) e no nome tucano para o Pal�cio dos Bandeirantes, Jo�o Doria. A ideia � impedir a consolida��o do chamado voto "bolsodoria" no maior col�gio eleitoral do Pa�s.
Apesar de ter o maior tempo no hor�rio eleitoral no r�dio e na TV, Alckmin continua estagnado nas pesquisas. Oficialmente, integrantes do bloco formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade pedem mudan�as no tom da campanha, mas, nos bastidores, j� procuram candidatos que consideram mais vi�veis para o segundo turno.
Os l�deres do Centr�o foram convocados pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), coordenador pol�tico da campanha, para uma reuni�o de emerg�ncia nesta ter�a-feira, 18, na capital paulista. Por�m, j� h� sinais de abandono na alian�a tucana. O coordenador da campanha de Bolsonaro em S�o Paulo, deputado Major Ol�mpio (PSL-SP), disse nesta segunda-feira, 18, que l�deres do Centr�o est�o se aproximando do presidenci�vel do PSL.
No Solidariedade, partido ligado � For�a Sindical, a prefer�ncia � pelo candidato do PDT, Ciro Gomes. J� o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que concorre � reelei��o, n�o esconde o apoio ao PT. Sem o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva no p�reo por causa da Lei da Ficha Limpa, o senador pretende se juntar � campanha do petista Fernando Haddad. Alega, para tanto, quest�es regionais.
Um dos integrantes do bloco disse ao jornal que, na pr�tica, n�o h� como desfazer a coliga��o com Alckmin. Mas observou que, mesmo nas fileiras do PSDB, o tucano est� sendo "cristianizado", termo usado na pol�tica para se referir a candidato abandonado por seus pares.
Embora considere "dific�lima" a hip�tese de o tucano deslanchar, a maior parte do Centr�o acha que � preciso concentrar o ataque em Bolsonaro e pregar o voto �til com mais vigor, deixando a artilharia pesada contra Haddad para o final. H�, no entanto, quem defenda cr�ticas j� ao petista.
Na avalia��o de integrantes do bloco ouvidos pelo Estado, al�m de desconstruir Bolsonaro, o ex-governador de S�o Paulo precisa destacar os riscos da volta do PT ao poder e se descolar do presidente Michel Temer, bastante impopular.
Em outra frente, a campanha vai tentar promover uma aproxima��o entre o governador M�rcio Fran�a (PSB), candidato � reelei��o, e Doria. "Esse lit�gio entre o Doria e o Fran�a nos prejudica muito. Um dos nossos esfor�os ser� para reduzir as agress�es entre eles e para que a campanha do Geraldo esteja mais presente em S�o Paulo", disse o ex-secret�rio de Energia de S�o Paulo Jo�o Carlos Meirelles, conselheiro pr�ximo de Alckmin.
Distanciamento
At� o momento, as campanhas de Fran�a e Doria t�m ignorado Alckmin na propaganda de r�dio e TV. O ex-prefeito tem feito agendas pontuais com o ex-governador, mas sua campanha adotou um discurso com forte enfoque na seguran�a p�blica para atrair o eleitorado de Bolsonaro. Doria tamb�m tem poupado Bolsonaro em entrevistas e sabatinas.
No comercial exibido nesta segunda-feira, o ex-prefeito defendeu a redu��o da maioridade penal e "leis mais duras", al�m de blindar ve�culos da Pol�cia Militar. Na mais recente pesquisa Ibope sobre o cen�rio em S�o Paulo, Bolsonaro e Alckmin aparecem, em empate t�cnico na primeira coloca��o, com 23% e 18%, respectivamente, no limite da margem de erro.
No campo da estrat�gia, a avalia��o da campanha de Alckmin � de que uma vaga no segundo turno ser� de Haddad e que � inevit�vel manter o foco em Bolsonaro. "A nossa percep��o � que Haddad vai para o segundo turno. J� o voto em Bolsonaro n�o est� cristalizado. � na �ltima semana que isso ocorre", disse Meirelles.
Pernambuco
Em Pernambuco, o PSDB comp�e a alian�a do senador e candidato ao governo Armando Monteiro (PTB), principal chapa de oposi��o ao governador Paulo C�mara (PSB), mas o petebista declarou voto em Luiz In�cio Lula da Silva, quando o ex-presidente, preso e condenado na Lava Jato, ainda figurava como presidenci�vel do PT - ele teve a candidatura indeferida e foi substitu�do por Fernando Haddad.
Monteiro re�ne em sua chapa os deputados Bruno Ara�jo (PSDB) e Mendon�a Filho (DEM), ambos de partidos que comp�em o Centr�o.
O coordenador da campanha presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB) no Estado, Joaquim Neto reconhece que falta apoio dos candidatos coligados ao partido para fazer campanha para o presidenci�vel tucano em n�vel regional. Ele atribui o movimento para "esconder Alckmin" � for�a do lulismo no Estado. "Por causa de Lula, o PT tem 60% das inten��es de voto, o cara n�o quer atrelar o nome dele a nossa campanha. � uma luta desigual, mas no segundo turno todo mundo vai querer nos apoiar", disse.
No Rio Grande do Sul, a candidatura do presidenci�vel tucano enfrenta um racha no PP, partido de Ana Am�lia, e que integra a chapa como candidata a vice-presidente. O candidato ao Senado pela sigla, deputado federal Luis Carlos Heinze, anunciou que ir� apoiar o presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Heinze tamb�m afirmou que n�o subir� em palanques com Alckmin e que usar� seu tempo de TV para apresentar seu voto e fazer campanha para Bolsonaro.
O tucano, no entanto, recebe apoio expl�cito dos candidatos aos governos do Paran�, Bahia e Minas. Na Bahia, o material de campanha do candidato ao governo Jos� Ronaldo (DEM), cuja candidatura � coordenada por ACM Neto, um dos principais articuladores da alian�a do tucano com o Centr�o, tem utilizado com destaque a imagem do presidenci�vel tucano. Ronaldo tem 8% das inten��es de votos, segundo pesquisa Ibope publicada em agosto.