A proposta da campanha presidencial de Ciro Gomes (PDT) de refinanciar a d�vida das pessoas com nome no Servi�o de Prote��o ao Cr�dito (SPC) � a medida de mais curto prazo para reativar a economia brasileira no plano econ�mico do partido, disse nesta ter�a-feira, 18, o economista Mauro Benevides Filho, em sabatina realizada pelo Grupo Estado em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (Ibre/FGV).
"Decompondo o PIB pelo lado da demanda, o consumo corresponde a mais de 60%. N�o podemos permitir que 63 milh�es de brasileiros fiquem � margem do mercado de consumo se quisermos levar a retomada adiante", disse Benevides. "N�o � fazer caridade, � medida de curt�ssimo prazo para reativar este motor do crescimento", complementou.
Ainda como medida para reativar o consumo, Benevides prop�e uma revis�o tribut�ria para que o consumidor mais pobre seja menos penalizado pela tributa��o indireta sobre consumo. "Vamos atuar mais por justi�a tribut�ria que pela arrecada��o", comentou.
Estatais
As empresas estatais poder�o passar por processos de privatiza��o em um governo de Ciro Gomes, explicou Benevides, um dos respons�veis pela �rea econ�mica da campanha. "N�o nos interessa ter empresa p�blica deficit�ria. Se a empresa n�o conseguir ser eficiente, tirando algumas que s�o emblem�ticas para governan�a p�blica, n�o temos restri��es para passar ao mercado", comentou.
A estrat�gia, entretanto, n�o � empregar o processo de privatiza��es para sanear o d�ficit fiscal, explicou. "O primeiro passo � tentar tornar a empresa eficiente. Se n�o der certo, privatiza. N�o h� nenhum preconceito em rela��o a isso. Isso n�o pode dizer que vamos resolver o d�ficit prim�rio privatizando", declarou.
"A solu��o n�o pode ser vender patrim�nio p�blico para cobrir despesa corrente. A venda de patrim�nio tem que ser voltada para viabilizar reformas estruturais, que gerem ganhos efetivos e cont�nuos � sociedade", explicou Benevides.
C�mbio e Copom
Em uma eventual Presid�ncia da Rep�blica de Ciro Gomes, as interven��es do Banco Central no c�mbio dever�o passar pelo crivo de um comit� nos mesmos moldes do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do BC, afirmou Benevides. "Estas interven��es precisam ser melhor equacionadas. N�o faz sentido um cara, sozinho, definir o rumo do c�mbio com US$ 120 bilh�es em swaps cambiais", declarou o economista.
Benevides ressaltou que a medida traria "mais transpar�ncia" � gest�o cambial e n�o uma interven��o. "O Copom tem uma atua��o bem clara e definida, pautada por crit�rios t�cnicos. � isso que queremos levar ao c�mbio", complementou.
Ainda em rela��o � atua��o do Banco Central, a autoridade monet�ria dever� passar a se focar n�o apenas no controle da infla��o, disse Benevides. "O BC tem que perseguir da menor infla��o ao pleno emprego. N�o vejo como problema o BC ter duplo mandato como tem o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano)", afirmou.
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