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Estado de Minas POL�TICA

'Podemos definir um comit� para decidir o c�mbio', diz Benevides


postado em 19/09/2018 07:35

Economista respons�vel pelo programa de governo do presidenci�vel Ciro Gomes (PDT), Mauro Benevides prop�e a cria��o de uma estrutura semelhante ao Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) para definir os rumos do c�mbio do Brasil. "Tem de ter uma institucionaliza��o para o gerenciamento do c�mbio. Podemos definir um comit� para fazer isso", disse ele, durante a sexta edi��o da s�rie Estad�o/FGV/Ibre Os Economistas das Elei��es, com os respons�veis pelos planos econ�micos de governo dos principais presidenci�veis, realizada nesta ter�a-feira, 18, no audit�rio da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), em S�o Paulo.

Embora a cria��o de um comit� para decidir os rumos do c�mbio possa soar como uma interven��o nos rumos da moeda - que t�m tido livre flutua��o, com interven��es pontuais do Banco Central (BC) em momentos de crise -, Benevides afirmou que essa institui��o no estilo Copom daria transpar�ncia �s decis�es. "O Copom tem uma atua��o clara e definida, pautada por crit�rios t�cnicos. � isso que queremos levar ao c�mbio", disse, lembrando que hoje decis�es sobre opera��es de bilh�es de d�lares s�o tomadas pela diretoria do BC.

Na sabatina, Benevides ainda tocou em propostas como o programa de renegocia��o de d�vidas proposto pelo candidato - chamado "Nome Limpo" e apelidado de "SPCiro" -, da necessidade de mudan�a do foco da cobran�a de tributos no Brasil e da pressa em aproveitar a boa vontade do Congresso no primeiro ano de seu eventual mandato como presidente para aprovar o ajuste fiscal. A seguir, os principais trechos da sabatina:

Qual � a proposta de Ciro para a pol�tica cambial?

Tem de ter institucionaliza��o para gerenciamento do c�mbio. Podemos definir um comit� para fazer isso. O Copom tem uma atua��o bem clara e definida, pautada por crit�rios t�cnicos. � isso que queremos levar ao c�mbio.

Isso soa como interven��o.

Interven��o na minha concep��o � eu chegar e definir. N�o faz sentido um cara (da diretoria do BC), sozinho, definir o rumo do c�mbio com bilh�es em swaps cambiais (ferramenta usada para combater a volatilidade do real).

O programa de Ciro prop�e a renegocia��o de d�vidas de inadimplentes no Serasa e no SPC.

O desemprego � uma quest�o sist�mica - se tem mais desemprego, h� mais inadimpl�ncia. (A proposta � para atender principalmente a trabalhadores que ganham) at� dois sal�rios m�nimos, pagando 400% de juros no cart�o de cr�dito. N�o podemos permitir que 63 milh�es de brasileiros fiquem � margem do mercado de consumo se quisermos levar a retomada adiante. Pelo lado da demanda, o consumo corresponde a mais de 60% (do PIB brasileiro). N�o � fazer caridade, � medida de curt�ssimo prazo para reativar este motor do crescimento.

Como vai funcionar essa renegocia��o?

Vamos segmentar por tipo de cr�dito, por empresa, e pegar as pessoas que est�o na mesma situa��o. � um pool de devedores. A ideia � sair (de uma d�vida m�dia) de R$ 4,2 mil para algo em torno de R$ 1,1 mil para cada endividado. Ele vai diminuir a d�vida, reduzir juros e vai pagar em 36 meses. N�o � fazer caridade, � medida de curt�ssimo prazo para reativar este motor do crescimento. Serasa e SPC est�o interessadas nesse programa e querem colocar isso para frente. A gente vai dar dinheiro aos bancos com esse programa.

E como os bancos v�o lucrar com o 'SPCiro'?

Ganhando 12% ao ano (que � o juro proposto para as renegocia��es).

Quais ser�o as prioridades de Ciro num eventual mandato?

Nunca o Congresso Nacional se furtou a aprovar as medidas enviadas no primeiro ano de governo, nem com o Collor, que confiscou a poupan�a de todo mundo. Por isso, estamos antecipando a discuss�o das medidas (para o per�odo da campanha). Em vez de come�ar a discutir em janeiro ou fevereiro, estamos expondo (as propostas) agora. O atual governo quis empurrar mudan�a goela abaixo, mas n�o foi aceito. Um governo legitimamente eleito conseguir�. Primeiro, vem a reforma tribut�ria, com a cria��o do IVA (Imposto sobre Valor Adicionado). Temos como prioridades a reforma tribut�ria e da Previd�ncia.

E a cria��o de um imposto sobre movimenta��es financeiras, nos moldes da CPMF, est� nos planos?

N�o seria como a CPMF. Na CPMF, o cara que passou um chequezinho l� de R$ 30, ele pagou imposto. E a ess�ncia desse programa � a classe m�dia, a empresa m�dia, n�o pagar nada. A ideia � excluir movimenta��es de R$ 5 mil para baixo - assim, voc� retiraria 86% da popula��o brasileira. Eu n�o estou preocupado com o cheque de R$ 5 mil. Estou preocupado com as movimenta��es que eu conhe�o, dentro do sistema financeiro, de R$ 10 milh�es, de R$ 100 milh�es, de R$ 1 bilh�o. Por isso, que o nome � CGM, Contribui��o sobre Grandes Movimenta��es. Mas o comit� de governo n�o incorporou a proposta no plano de governo.

Qual � a sua pol�tica de combust�veis?

A quest�o da Petrobr�s (foi de extremos nos �ltimos anos). Primeiro, veio a Dilma e tabelou o pre�o. A� chega o outro presidente da Petrobr�s e p�e o pre�o l� em cima, comparar com o pre�o internacional (e com varia��o di�ria). O trigo � commodity, a soja tamb�m, e n�o tem alterarem pre�o todos os dias. Ent�o, aguarda-se um per�odo e depois se faz a equipara��o. Sen�o, o (caminhoneiro) sai do Rio Grande do Sul para Pernambuco com o gasto do diesel previsto para R$ 1,4 mil. No outro dia, o pre�o j� foi para R$ 1,5 mil. No outro, aumentou de novo.

E existe um 'meio do caminho' a ser adotado?

Temos de deixar a Petrobr�s encontrar ponto de equil�brio. Empresa p�blica tem de ser lucrativa. At� porque a Petrobr�s tem altos e importantes investimentos em pesquisa e tecnologia.

Subs�dio ao diesel continuar�?

Ali�s, o pre�o do diesel continuou aumentando (mesmo com a pol�tica de subs�dio). N�o posso ser o Posto Ipiranga, n�o posso saber de A a Z. Essa quest�o do subs�dio tem de ser vista, ningu�m pode falar de subs�dio sem ver a varia��o de pre�os de mercado.

Existem empresas p�blicas que podem ser privatizadas?

Sim, tem v�rias. N�o temos nenhuma idiossincrasia em rela��o � privatiza��o. N�o nos interessa ter empresa p�blica deficit�ria. Se a empresa n�o conseguir ser eficiente, obviamente tirando as quatro ou cinco empresas que para n�s s�o emblem�ticas para a governan�a, n�o temos restri��es.

Qual � a proposta para o setor industrial?

Temos visto a queda da participa��o da ind�stria brasileira no PIB. A Coreia do Sul escolheu seus setores e foi para a universidade, colocando a ind�stria dentro do processo de pesquisa. A China primeiro tentou imitar, fazendo vers�es "made in China". Depois investiu em pesquisa e tecnologia (para melhorar a qualidade dos produtos). E n�s temos de fazer pesquisa, fazer financiamento de m�dio e longo prazos, para ela ser competitiva e ir para o mundo. Temos de escolher setores com vantagem comparativa.


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