Ministros do governo Michel Temer que abriram m�o de disputar a reelei��o entraram em campanha para eleger herdeiros pol�ticos em seus estados. Pelo menos tr�s deles, que t�m mandato atualmente e est�o licenciados do Congresso, aparecem em pe�as de propaganda dos candidatos lan�ados na mesma base eleitoral.
� o caso de Blairo Maggi (Agricultura), Alexandre Baldy (Cidades) e Ronaldo Fonseca (Secretaria-Geral da Presid�ncia). Com �ndices recordes de impopularidade, o presidente, no entanto, n�o � citado.
A estrat�gia de Baldy, que � do PP, para transferir votos ao seu candidato � a mais ostensiva. Deputado federal licenciado, o ministro decidiu lan�ar como seu substituto na C�mara dos Deputados o seu ex-chefe de gabinete Adriano Ant�nio Avelar, que adotou o sobrenome do ministro e aparecer� na urna como "Adriano do Baldy". Avelar tamb�m foi chefe de gabinete do ex-deputado Sandro Mabel, que foi um dos assessores pessoais de Temer. O PP repassou mais de R$ 1,8 milh�o para financiar a campanha de Adriano.
"Trabalho, lealdade e dedica��o. � por esse motivo que eu escolhi Adriano do Baldy, a pessoa que pode continuar a exercer o nosso trabalho", diz o ministro em propaganda. No Twitter, ele publicou: "Deixei de disputar a reelei��o por acreditar que, no Minist�rio das Cidades, posso fazer ainda mais pelos goianos e brasileiros. Hoje apresento Adriano do Baldy, meus olhos quando n�o estou presente, de casa, me ajudou a viabilizar cada recurso encaminhado � minha querida An�polis."
O candidato usa o apoio do ministro intensamente em suas redes sociais, onde destaca que, com Baldy, poder� destinar mais recursos para sua cidade. Ele, no entanto, n�o menciona o fato de que o ministro provavelmente n�o estar� mais no cargo no pr�ximo governo.
Senador licenciado pelo PP de Mato Grosso, Blairo Maggi decidiu fazer campanha para um amigo e antigo aliado eleitoral, o deputado Adilton Sachetti, do PRB, que agora tentar� ficar com a cadeira do ministro no Senado.
Sachetti se apresenta como "o senador do Blairo Maggi". Numa propaganda, Blairo menciona ser ministro e afirma: "Este ano n�s vamos eleger dois senadores. Um eu gostaria que fosse o Adilton Sachetti". Familiares do ministro apoiam Carlos F�varo, do PSD. Apesar de n�o estar envolvido diretamente com a campanha, Blairo j� publicou v�deos em suas redes sociais ao lado do colega - em um deles, os dois aparecem andando de bicicleta por Cuiab� (MT). Blairo decidiu, no entanto, n�o fazer contribui��es financeiras para as campanhas.
O titular da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Ronaldo Fonseca, � deputado licenciado pelo Distrito Federal. Ligado � Assembleia de Deus, ele deixou o Podemos ao ganhar a vaga no Planalto em maio. O ministro, por�m, apoia um candidato do partido em Bras�lia, seu suplente na C�mara, Marcos Pacco, e fez apari��es no hor�rio eleitoral. "Eu n�o sou candidato nesta elei��o, mas estou apresentando o professor Pacco para deputado federal. Evang�lico, homem de Deus, vai ocupar a minha cadeira l� na C�mara. � do segmento. Defensor da fam�lia. Vamos junto nessa!", convoca o ministro na propaganda oficial.
Ao contr�rio de Maggi, que foi uma escolha de Temer desde o in�cio do governo, Baldy e Fonseca ganharam vaga nas �ltimas reformas ministeriais. O Pal�cio do Planalto condicionou a entrada de parlamentares no primeiro escal�o do governo a que eles abrissem m�o de tentar a reelei��o e permanecessem at� o fim do mandato de Temer, que termina em dezembro.
Fora de campanha
A reportagem conversou com outros ministros que possuem mandato ou est�o no governo desde que Temer assumiu, ap�s o impeachment de Dilma Rousseff, e que n�o t�m participado de atos de campanha voltados especificamente para um candidato.
"Estou fazendo campanha para (Geraldo) Alckmin, (Jo�o) Doria, Mara (Gabrilli) e (Ricardo) Tr�poli (candidatos tucanos ao Senado em S�o Paulo). (Para deputado) Federal e estadual, procuro ajudar todos do PSD, vou votar na legenda", disse Gilberto Kassab, ministro da Ci�ncia, Tecnologia, Inova��es e Comunica��es e presidente do PSD.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, de Mato Grosso do Sul, afirmou ao Estado que, para deputado estadual e federal votar� na legenda, o MDB, porque "tem grandes amigos concorrendo".
O nome de Raul Jungmann (Seguran�a P�blica) � ligado ao candidato do PRTB Evandro Alencar, em Pernambuco. Ele, por�m, n�o tem atuado na linha de frente da campanha.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou n�o estar participando diretamente da campanha emedebista no Rio Grande do Sul. "Apoio as elei��es dos candidatos do MDB".
POL�TICA