
Em sua primeira entrevista mais longa ap�s ser atingido por uma facada, o candidato � Presid�ncia da Rep�blica Jair Bolsonaro (PSL) negou que seja risco � sociedade e afirmou que est� vivo por um milagre.
Emocionado em diversos momentos, o candidato afastou a ideia de que seja respons�vel pelo clima de embate entre eleitores e espera voltar a fazer campanha no pr�ximo m�s. Ainda de acordo com o candidato do PSL, o atentado contra ele foi “planejado” e com motiva��o “pol�tica”.
“N�o sou um risco � democracia; sou risco ao esquema deles”, disse na entrevista concedida � R�dio Jovem Pan de S�o Paulo e transmitida pela internet.
Bolsonaro falou do quarto do Hospital Albert Einstein, em S�o Paulo. Cercado por aparelhos, o candidato do PSL declarou ainda que, se eleito, far� com que todos “os que mamam” nas estatais sejam desalojados dos cargos por indica��o.
Ao ser perguntado sobre o dia do atentado em que foi atingido por uma faca por Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, Bolsonaro disse que sentiu como se tivesse tomado um soco forte no est�mago.
“Quando levei a pancada, pensei que era um soco, uma pedrada meio de longe. Eu s� vi um vulto, n�o teria condi��es de ver a cara dele. Quando ca�, falava para o seguran�a que tinha sido uma porrada no est�mago. Porque eu olhei e tinha um cortezinho, mas n�o sangrava”, afirmou.
Nesse momento, Bolsonaro chorou e disse que aconteceram v�rios milagres. "Por quest�o de mil�metros, n�o atingiu veias que n�o resistiriam”, afirmou.
Bolsonaro considerou que o atentado contra ele foi pol�tico por causa das pesquisas de inten��o de voto, que, pouco antes do atentado, apontavam os candidatos Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) praticamente empatados na segunda posi��o. “Entendo que foi algo planejado. Foi pol�tico, n�o h� a menor d�vida. Me tirando de combate”, declarou.
Ainda em sua fala, o candidato, que estava acompanhado do filho Flavio Bolsonaro, disse acreditar que a a��o de Adelio Bispo envolve outras pessoas e que tudo faria parte do esquema feri-lo.
“Acredito que ele n�o agiu sozinho. Ele n�o � t�o inteligente assim, n�o. A tend�ncia natural de um ato como aquele � ele ser linchado. Ent�o, ele foi para cumprir a miss�o quase na certeza de que n�o seria agredido. N�o seria como? Sabendo que teria gente ao lado dele?”, questionou o presidenci�vel.
Em outro momento em que se emocionou durante a entrevista, Bolsonaro falou que j� havia conversado com sua fam�lia sobre a possibilidade de sofrer algum tipo de atentado.
“Sempre existe esse temor. Digo mais, n�o por mim. Em primeiro lugar, pela minha filha de 7 anos. Ela, inclusive, me inspira na pol�tica. E logicamente pela minha fam�lia como um todo. Sempre avisei � minha esposa que poderia ocorrer esse risco. Existia essa possibilidade. Eu estava abusando”, comentou.
Em ato de campanha em Belo Horizonte, o candidato do PSL j� havia comentado sobre a possibilidade de ele sofrer algum tipo de atentado e que estava se movimentando com escolta da Pol�cia Federal.
Bolsonaro, no entanto, fez cr�ticas � condu��o das investiga��es feitas pela PF. Em tom de perplexidade, afirmou que percebe uma esp�cie de “corpo mole” por parte do delegado que conduz o caso.
“O depoimento do delegado que est� conduzindo realmente � para abafar. Lamento o que ele falou. D� a entender at� que age em parte como uma defesa do criminoso. Isso n�o pode acontecer”, declarou.
Ap�s ouvir mais de 30 pessoas, quebrar os sigilos financeiro, telef�nico e telem�tico de Adelio, o delegado federal Rodrigo Morais e sua equipe n�o encontraram nenhum ind�cio de que o autor da facada tenha agido a mando de outra pessoa ou grupo.
Segundo ele, as investiga��es feitas pela Pol�cia Civil de Juiz de Fora, na Zona da Mata, local onde ocorreu o atentado, est�o bem mais adiantadas, o que � apontado por ele como um dos motivos de desconfian�a.