O deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM) aposta na proximidade com o candidato a governador Antonio Anastasia (PSDB) na reta final de campanha para conseguir uma das duas cadeiras do estado no Senado. Depois de figurar em terceiro lugar em levantamentos anteriores, o candidato apareceu na segunda posi��o, com 17%, na pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira, tecnicamente empatado com o jornalista Carlos Viana (PHS), com 14%. Pacheco ressalta que o grande n�mero de eleitores indecisos demonstra que a disputa est� em aberto. V� como natural que alguns deputados de partidos aliados apoiem outros candidatos – alguns pediram voto para Carlos Viana em eventos de campanha. Na s�rie de entrevistas que o EM faz com os candidatos ao Senado, Pacheco critica a ex-presidente Dilma Rousseff, que, segundo ele, estaria na disputa em Minas apenas por interesses partid�rios.
Primeiramente, contribuir para o pr�ximo governador do estado, para equilibrar as contas e come�ar a fazer investimentos. Sobretudo, o papel do senador � ser o guardi�o dos interesses de Minas Gerais em Bras�lia. Seja na produ��o legislativa no Congresso Nacional, seja na representa��o junto aos minist�rios e ao governo federal. Exigir como senador da Rep�blica os compromissos que o governo federal tem com o estado, que n�o foram cumpridos ao longo dos anos. Os mais destacados s�o mais visualizados pela popula��o, que � a quest�o do Anel Rodovi�rio, do metr�, da BR-381, mas uma s�rie de outras demandas existem e dependem do governo federal para se tornar realidade. O que vou fazer � exigir do governo para que Minas possa ser um estado lembrado nas pol�ticas p�blicas e na destina��o de recursos.
Mas em momento de crise em que nem o governo federal nem o estadual t�m recursos para investimentos � poss�vel um senador exigir esses recursos?
� poss�vel porque pol�tica � a arte de escolher. E as escolhas passam pelas prioridades. O que n�s temos � que exigir que o governo federal fa�a suas escolhas e que entre as prioridades escolhidas estejam as demandas de Minas Gerais.
O senhor come�ou a campanha como candidato ao governo estadual, dizendo que n�o abriria m�o da candidatura. Depois mudou de posi��o e se lan�ou ao Senado. Os eleitores cobram essa mudan�a de posi��o?
N�o. Muito pelo contr�rio. O que tenho recebido pelo estado � aplauso pelo que fiz. Do gesto de desprendimento e de humildade de ter recuado de uma candidatura vi�vel e bem colocada para fazer uma grande converg�ncia, com objetivo de reconstruir nosso estado. Temos que pensar menos na gente, pensar menos no nosso pr�prio umbigo e pensar mais nas outras pessoas. O que fiz foi uma converg�ncia com aquele que tem plena condi��o de liderar o processo de reconstru��o de Minas, que � o senador Antonio Anastasia, em quem eu confio e acredito.
O senhor aparece em segundo lugar, mas empatado tecnicamente com o jornalista Carlos Viana, na �ltima pesquisa de inten��o de votos. Qual ser� a estrat�gia na �ltima semana de campanha?
H� diversas pesquisas, cada uma faz um cen�rio diferente. De qualquer forma, quem est� vencendo at� agora s�o os eleitores indecisos. O maior n�mero de indecisos em uma campanha do Senado, que agora nesta �ltima semana se decidir�o. Acredito muito que os eleitores de Minas v�o compreender quem � de Minas, quem tem compromisso com Minas e quem vai contribuir para o governo de Antonio Anastasia.
Em alguns eventos de campanha do Anastasia v�rios apoiadores est�o pedindo votos para Carlos Viana, que � seu advers�rio. Como o senhor v� essa situa��o?
Como neste ano s�o dois candidatos ao Senado tem essa situa��o Minas Gerais afora em rela��o a todos os candidatos. Um deputado A ou B que decide apoiar um ou outro senador. Isso � muito comum. O fato � que n�s temos apoio maci�o em Belo Horizonte e no interior. Mas o que decide mesmo � a vontade do povo em geral. Tenho muita f� de que a vontade dos eleitores mineiros ser� de colocar algu�m preparado para o Senado, algu�m que tenha contribu�do como eu contribu� na presid�ncia da comiss�o de Constitui��o e Justi�a da C�mara, e que tenha v�nculos com o pr�ximo governador do estado.
Na pr�pria chapa de que o senhor participa existe uma disputa entre sua candidatura e a do ex-presidente da Assembleia Dinis Pinheiro por uma vaga. Houve mal-estar entre voc�s na briga por espa�o do mesmo campo pol�tico?
N�o houve mal-estar algum. Na verdade, existe disputa eleitoral e de espa�o pol�tico, e isso � muito natural em uma campanha majorit�ria. Fa�o uma campanha mostrando minha lealdade ao pr�ximo governador do estado, que espero que seja Anastasia. N�o ataco advers�rios, nem procuro desconstruir ningu�m, falo verdades e fa�o propostas.
Mas nos �ltimos dias houve forte ataque em sua campanha contra a candidata Dilma Rousseff, que ela n�o � do estado...
Isso na verdade n�o � um ataque, mas uma constata��o. A candidata Dilma Rousseff fez sua vida no Rio Grande do Sul por op��o e veio para Minas Gerais apenas para cumprir um papel no seu partido pol�tico: ser candidata a senadora apenas para representar um partido pol�tico. E a representa��o do senador deve ser do seu estado, onde ele tem v�nculo, onde conhece, v� as necessidades e os problemas, onde conhece a diversidade do estado, esse � o meu caso.