O ex-ministro Antonio Palocci (governos Lula e Dilma) detalhou, em dela��o premiada, que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva mandou, em 2010, que a Petrobras constru�sse 40 sondas para garantir o futuro pol�tico do PT com a elei��o de Dilma Rousseff. Lula teria nomeado Palocci para gerir as verbas il�citas da estatal e garantir a reelei��o da ex-presidente petista.
Palocci disse ter participado, em 2010, de reuni�o na biblioteca do Pal�cio do Alvorada, com Lula, Dilma e Jos� S�rgio Gabrielli. Na ocasi�o, Lula teria feito o pedido. "Luiz In�cio Lula da Silva, na mesma reuni�o, afirmou que caberia ao colaborador gerenciar os recursos il�citos que seriam gerados e o seu devido emprego na campanha de Dilma Rousseff para a Presid�ncia da Rep�blica; que isso se dava, segundo Lula relatou e conforme narra o colaborador, para garantir que o projeto seria efetivamente desenvolvido por Gabrielli; que esta foi a primeira reuni�o realizada por Luiz In�cio Lula da Silva em que explicitamente tratou da arrecada��o de valores a partir de grandes contratos da Petrobras", aponta o relat�rio.
A colabora��o mostra que Renato Duque, ex-diretor da estatal, foi nomeado a pedido de empres�rios com rela��o com Jos� Dirceu (ex-ministro de Lula). Duque teria tido tamb�m uma "estranha" entrevista com Silvio Pereira (ex-secretario-geral do PT) para alinhar sua atua��o em prol do partido.
Palocci relatou que o PP, forte apoiador do governo, passou a atuar para derrubar diretores da estatal, j� que a sigla n�o tinha espa�o em Minist�rios e nas estatais. Diante disso, Lula teria decidido resolver os problemas indicando Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento. "Isso tamb�m visava garantir espa�o para ilicitudes, como atos de corrup��o, pois atendia tanto a interesses empresariais, quanto partid�rios", aponta Palocci no documento. Al�m disso, j� seria sabido que existiam ilicitudes em �reas de menor escal�o da empresa. O governo, mesmo ciente dos esquemas, n�o teria se preocupado com os casos de corrup��o.
Sonhos mirabolantes
Segundo Palocci, ap�s a descoberta do pr�-sal, Lula passou a ter sonhos mirabolantes, na medida em que os partidos e diretores da estatal come�aram a celebrar novos contratos e formatar planos l�citos e il�citos.
O depoimento mostra tamb�m que a ideia de nacionaliza��o do projeto do pr�-sal se deu "pelo aspecto social, de gera��o de empregos e desenvolvimento nacional, e objetivo, para atendimento dos interesses das empreiteiras nacionais, as quais tinham �timo relacionamento com o Governo". Esse relacionamento seria ben�fico diante da facilidade de se discutir com OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corr�a "contribui��es para campanhas eleitorais", relacionamento mais f�cil do que tentar com empresas estrangeiras.
Al�m disso, no per�odo em que Wilson Santarosa - ligado a Lula, Luiz Marinho e Jacob Bittar - esteve � frente da Ger�ncia Executiva de Comunica��o Institucional, teriam sido praticadas ilicitudes em conjunto com empresas de marketing e propaganda. Estas empresas teriam o papel de destinar 3% dos valores de contratos ao PT.
Defesa
Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou: "A conduta adotada hoje pelo juiz S�rgio Moro na A��o Penal n� 5063130-17.2016.4.04.7000 apenas refor�a o car�ter pol�tico dos processos e da condena��o injusta imposta ao ex-presidente Lula.
Moro juntou ao processo, por iniciativa pr�pria ('de of�cio'), depoimento prestado pelo Sr. Ant�nio Palocci na condi��o de delator com o n�tido objetivo de tentar causar efeitos pol�ticos para Lula e seus aliados, at� porque o pr�prio juiz reconhece que n�o poder� levar tal depoimento em considera��o no julgamento da a��o penal. Soma-se a isso o fato de que a dela��o foi recusada pelo Minist�rio P�blico. Al�m disso, a hip�tese acusat�ria foi destru�da pelas provas constitu�das nos autos, inclusive por laudos periciais.
Palocci, por seu turno, mentiu mais uma vez, sem apresentar nenhuma prova, sobre Lula para obter generosos benef�cios que v�o da redu��o substancial de sua pena - 2/3 com a possibilidade de 'perd�o judicial' - e da manuten��o de parte substancial dos valores encontrados em suas contas banc�rias."
POL�TICA