Candidato do PDT a uma das vagas ao Senado por Minas, o deputado estadual F�bio Cherem aposta em um mandato, caso seja eleito, voltado para viabilizar os projetos de desenvolvimento de Minas que ficaram para tr�s devido � falta de articula��o da atual bancada.
Muitas cr�ticas t�m sido feitas � bancada de Minas no Senado, principalmente por n�o ter conseguido trazer recursos e viabilizar obras importantes no estado. O senhor concorda? Como pretende resolver isso, caso seja eleito?
Tradicionalmente, em Minas, temos dois modelos de senadores: os que defendem o partido e senadores que defendem uma ideologia pol�tica. No nosso caso, queremos levar para o Senado a cara de Minas, a cara do mineiro. Terminada a elei��o, vamos trabalhar, sem ressentimento, com o governador, com os prefeitos e com o presidente que for eleito.
Minas, por vezes, tem recursos garantidos para grandes obras, como a duplica��o da BR-381, mas ao primeiro sinal de crise os valores acabam n�o sendo destinados. O que senhor pretende fazer para evitar isso?
Nosso modelo de senador tem uma rela��o com determinados grupos partid�rios ou com determinada ideologia. Ou seja, o senador de Minas hoje vale pela metade, porque ele s� conversa com metade das for�as pol�ticas do pa�s. Por isso n�s n�o temos a duplica��o da BR-381 em andamento, n�o temos o Anel Rodovi�rio e o metr�. Por falta de grandeza da nossa bancada, que deixa prevalecer as diferen�as pol�ticas e partid�rias. � importante dar cr�dito ao advers�rio do campo pol�tico, porque Minas n�o tem dono, � dos mineiros. Para quem foi a serventia de perdermos as usinas hidrel�tricas da Cemig, por causa de uma disputa partid�ria? Quando o projeto adequado era beneficiar a popula��o diminuindo a conta de luz e mantendo as usinas para Minas Gerais. Por que isso n�o foi aceito? Por causa de picuinha pol�tica.
"Queremos levar para o Senado a cara de Minas, a cara do mineiro"
Prevaleceu a briga pol�tica ent�o?
Prevaleceram projetos de poder. Durante muito tempo tivemos a perspectiva de ter um mineiro de volta no Pal�cio do Planalto. Essa perspectiva obscureceu a vis�o dos nossos pol�ticos. Todos passaram a trabalhar nesse sentido, de que depois resolver�amos porque ter�amos um presidente da Rep�blica. Vamos sacrificar o estado agora, porque depois vamos por um bem maior. Por outro lado, o governador atual, que foi eleito com grandes perspectivas, n�o conseguiu fazer o estado funcionar, apesar da grande promessa e do entendimento de mais da metade dos eleitores e de vencer no primeiro turno. Eu, inclusive, fui um dos eleitores do governador atual.
O senhor tem alguma �rea em que v� atuar ou algum projeto para apresentar, caso seja eleito?
Temos mais de 10 mil policiais militares e se fala em aparelhamento, legisla��o mais dura, em fazer mais pres�dios. Entendemos que a l�gica de seguran�a p�blica atualmente passa pela intelig�ncia artificial, pela tecnologia. Todos sabemos que existem c�meras de seguran�a baratas que identificam, n�o somente os rostos, mas s�o capazes de identificar placas de carro. Ent�o, o que temos que ter para seguran�a p�blica � uma pol�tica de resposta e uma vigil�ncia ostensiva feita por intelig�ncia artificial. Uma ou duas c�meras a cada quarteir�o, com uma pol�tica de resposta em que nosso contingente militar j� � mais que suficiente para atender.
Isso vai precisar de mais recursos para a �rea...
N�o, s�o rubricas que j� existem. A t�tulo de curiosidade: uma c�mera comprada em grande quantidade custa R$ 70. Nada impede que coloquemos uma a cada cinco postes que existem na ilumina��o p�blica. N�o se trata de gastar mais recursos, pelo contr�rio, de gastar bem os recursos existentes. N�o teremos que aumentar o contingente da PM. N�o ter�amos nessa vigil�ncia ostensiva, por exemplo, algu�m com m� inten��o, que v� depredar o patrim�nio p�blico, assaltar, vender drogas, sabendo que tem uma c�mera de seguran�a naquele local e ele pode ser constrangido nas redes sociais, pode ser pego em rede de televis�o.
Outra quest�o grave que envolve o estado � a d�vida bilion�ria. O assunto, inclusive, � motivo de troca de acusa��es entre os candidatos ao governo de Minas. Como o senhor pretende ajudar o estado nessa quest�o?
Minas Gerais precisa se defender com uma pol�tica tribut�ria mais consistente para o empreendedor. Minas � cercada por S�o Paulo, Rio de Janeiro, Esp�rito Santo, Bahia, Goi�s e Mato Grosso do Sul. Todos esses estados com uma pol�tica tribut�ria mais competitiva que a nossa. Enquanto n�o solucionarmos essa quest�o, criando uma zona de interfer�ncia tribut�ria para que o empreendedor n�o saia do estado n�o vamos ter como quitar nosso compromisso e atender � popula��o. Existem casos, como o de Juiz de Fora, que perdeu mais de 100 empresas com seus respectivos empregos para o Rio porque a al�quota de ICMS � 2%. Temos casos na divisa com a Bahia em que o posto de gasolina se desloca alguns quil�metros para receber na sua contabilidade a tributa��o da Bahia. Se continuar dessa forma, vamos exportar empregos cada vez mais. � importante que a tributa��o em torno de 200 a 300 quil�metros da divisa do estado seja diferenciada, contemplando a mesma tributa��o do estado adjacente.