Anunciado tardiamente como candidato ao Senado na chapa do PT e com poucos segundos de propaganda na TV, Miguel Corr�a, no seu terceiro mandato como deputado federal, centra fogo na campanha na internet. Logo depois de conceder esta entrevista ao Estado de Minas, gravaria 812 v�deos para enviar a apoiadores pelas redes sociais.
O candidato, que se apresenta como o representante das pequenas empresas e da gera��o de emprego, disse que ganhou todas as a��es na Justi�a e que confia nas chances de conquistar uma das duas vagas ao Senado. O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e o Minist�rio P�blico Federal (MPF) informaram que as a��es correm em segredo.
Em abril, o senhor havia anunciado que sairia da vida p�blica e se dedicaria �s suas empresas. Por que mudou de posi��o?
Decidi n�o ser candidato l� atr�s, entendendo que o que tinha de mais especial na vida p�blica tinha perdido valor. Estou na pol�tica por idealismo, �nica e exclusivamente. As pessoas estavam sendo afastadas pela imprensa covarde. Nunca vi afastar a popula��o de quem cuida dela. N�o tinha mais valor estar na pol�tica, sendo a pol�tica o lugar de pessoas ruins. Sou deputado federal do PT, no quarto mandato. Nos �ltimos anos, 70% dos deputados foram atingidos por crises, dela��es, pris�o, processos. Isso � uma ang�stia. At� me deprimi. E estava, enfim, num momento legal nas minhas empresas. Come�ando a dar certo. Com a pris�o do presidente Lula, isso me machucou muito. Vi que ficar de fora seria covardia da minha parte, mas o mandato de deputado federal n�o me encanta mais.
Em que pode contribuir como senador?
Acredito que com o Senado tenho muito a contribuir, sobretudo nesse tema da nova economia e de gera��o de empregos com ideias simples. Quando voc� investe R$ 1 milh�o em uma pequena empresa, ela devolve para a economia R$ 2,5 milh�es em um ano. Um dos problemas graves do Brasil � o desemprego e esse p�blico gera hoje 55 milh�es em empregos no Brasil. N�o h� pol�tica efetiva para os pequenos. Os financiamentos e recursos t�o abundantes para os grandes empres�rios tamb�m precisam ter foco nas pessoas que n�o t�m condi��o, fazer com que as pessoas se tornem empres�rias, as mulheres se tornem empreendedoras.
"Ningu�m do partido tem d�vida de que os candidatos do Lula somos eu e a Dilma"
Aqui no seu escrit�rio tem um quadro com a foto de diversos pol�ticos, entre eles o Tiririca. Do que se trata?
Aqui funciona uma construtora de empresas, de startups. A gente fica estudando qual mercado tem algum problema que a gente vai tentar resolver. A gente tem uma empresa que se chama Goals, tem a Be Connected, a Follow, a F�rmula e est� pra lan�ar um novo projeto. Numa delas, sou contratado pelo PR nacional para trabalhar estrat�gias de viraliza��o. Se n�o fosse essa crise que enfrentei de mentiras, fakes e desconhecimento, tinha 30 e tantos contratos. Nenhum deles com dinheiro p�blico, � bom dizer. Era o ano da minha vida. Fui pobre a vida inteira. Este ano eu teria a condi��o de comprar a minha casa. Levei um preju�zo gigantesco.
(O nome do deputado e o da empresa Follow estiveram envolvidos com a compra de influenciadores digitais que pagavam por elogios a candidatos do PT...)
Inventaram uma mentira, a Globo, que � muit�ssimo correta (em tom de ironia). Porque a Globo tem um aplicativo que se chama Cartola, em que explora os clubes, mas d� pr�mio para a torcida. D� R$ 100 mil. Fizemos um aplicativo concorrente com a proposta de dar 35% do bruto aos torcedores e 70% l�quido dos clubes. Venci todas as a��es na Justi�a. A Justi�a Eleitoral � mais r�pida, venci as tr�s. O Minist�rio P�bico Federal n�o recorreu. Ficou o preju�zo para a minha campanha, para a minha imagem, para a minha vida social, para meus filhos.
O senhor considera que vai conseguir atrair o segundo voto dos eleitores de Dilma?
S�o dois votos. N�o existe isso de segundo voto. Ela tem uma trajet�ria respeitada, querida, j� foi presidente da Rep�blica, tem solidez, tem 98% de conhecimento no estado, eu tenho 12%. Tenho a minha trajet�ria sendo constru�da, j� estou na luta por isso h� 16 anos, sem inqu�rito, lista, dela��o, sem processo, com a minha vida com transpar�ncia na atividade privada, na minha empresa. Levo a atividade p�blica como o ideal.
O senhor tem dito que � o candidato do Lula, mas o ex-presidente n�o deu nenhuma demonstra��o de apoio.
O Fernando Haddad � o candidato do Lula. O Haddad estava aqui quinta-feira falando que quem era o candidato dele ao Senado? Eu e a Dilma. S�o dois votos. N�o precisa dar um voto para mim na frente da Dilma, n�o precisa disso. A popula��o tem direito a dois votos. Fa�o campanha que votem na Dilma e em mim. Ningu�m do partido tem d�vida de que os candidatos do Lula somos eu e a Dilma.
Seu nome acabou sendo anunciado depois da data de registro das candidaturas. Por que foi a �ltima op��o do seu partido?
N�o queria fazer disputa contra o meu partido. Se houvesse composi��o contra o MDB. Era importante pra chapa do Haddad. Se houvese composi��o com (Marcio) Lacerda. Escrevi isso no Instagram. “Marcio, seja bem-vindo”. E para com esse choror� porque ele � um artista de fazer isso. Fez comigo, com o (Paulo) Brant, com o D�lio (Malheiros). Agora v�o reclamar que fizeram com ele? � o feiticeiro reclamando que fizeram feiti�o contra ele. E, se ele entrasse, abriria m�o, claro. Mas quando a disputa fica s� para o meu partido, a� sim eu apresento meu nome.