Ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Dinis Pinheiro (Solidariedade) tenta agora conquistar uma das duas vagas de senador na disputa do pr�ximo domingo. Se eleito, diz que a primeira medida ser� reduzir os “privil�gios” recebidos pelos parlamentares, como o aux�lio-moradia e a verba do palet�.
Qual ser� o primeiro projeto de lei apresentado pelo senhor caso seja eleito senador?
A primeira coisa que vou fazer � me esfor�ar para acabar com os privil�gios. O que fiz na Assembleia quero fazer no Senado (durante a gest�o na Assembleia, acabou com o aux�lio-moradia para os deputados que moravam em Belo Horizonte e regi�o metropolitana, extinguiu o pagamento por participa��o em sess�es extraordin�rias e o voto secreto). Um senador custa R$ 200 mil por m�s, � inaceit�vel. � o que eu falo: nossas institui��es est�o mutiladas em sua integridade, nossos poderes perderam a autoridade de poder. A administra��o p�blica tem que ser virtuosa. Um dos pilares dela � a austeridade.
Mas o senhor acha que um projeto desse tipo seria aprovado pelos colegas?
Se voc� tem uma lideran�a... Essa mesma pergunta foi feita para mim quando era presidente da Assembleia e a resposta est� a�. A cada dia mais o povo est� vigilante, mais participante, mais atuante. O patriotismo tem que estar sempre presente, o esp�rito p�blico deve estar sempre presente.
A �ltima pesquisa de inten��o de votos mostra o senhor em empate t�cnico com outros dois advers�rios na briga pela segunda vaga ao Senado: Rodrigo Pacheco (DEM) e Carlos Viana (PHS). Qual a estrat�gia do senhor nesta �ltima semana de campanha para garantir a vit�ria?
Eu sou o candidato menos conhecido e o que mais cresceu. A partir do momento em que as pessoas conhecem a minha hist�ria, o meu passado, as minhas ideias e propostas, existe uma rela��o muito forte a� de confian�a, de apre�o e de esperan�a.
O senhor est� na chapa do candidato ao governo Antonio Anastasia (PSDB), que tamb�m tem como candidato Rodrigo Pacheco. No entanto, Anastasia tamb�m declarou apoio a Carlos Viana. Ou seja, tr�s candidatos para duas vagas. Qual a opini�o sobre isso? O senhor acha que atrapalha a sua campanha?
Isso � bom para Minas. Deixa o mineiro escolher com a sua sabedoria, com a sua vis�o. O mineiro sabe. Eu confio na minha vida, na minha hist�ria. O que eu quero conquistar � o voto do mineiro pela minha hist�ria limpa, minha vida reta. N�o fico escolhendo advers�rios. Assim eu constru� minha vida, tijolinho por tijolinho, com dificuldade, com muito suor. Fui o deputado mais jovem em Minas, fui o mais votado do partido, o mais votado da hist�ria de Minas.
Os atuais senadores t�m sido muito criticados pelo governador Fernando Pimentel (PT), pelos prefeitos, acusados de n�o terem feito nada pelo estado. O senhor concorda com isso? O que faria de diferente se estivesse l�?
Cada um tem um jeito. Sou muito combativo, nessa quest�o municipalista sou muito firme, muito intransigente. Essa � uma quest�o que vou enfrentar com muito vigor, essa concentra��o de renda em Bras�lia � uma fonte inesgot�vel de arb�trio, de inefici�ncia, de corrup��o. Para os estados e munic�pios vou lutar com muita braveza e muita bravura. Quero acabar com os superpoderes de Bras�lia. O dinheiro suado dos impostos do cidad�o n�o pode ficar para Bras�lia, n�o. Quero me esfor�ar para uma justi�a tribut�ria, o dinheiro tem que ficar onde o povo est�, no estado e nos munic�pios.
Mas como garantir que essa ideia saia do papel?
Essa ser� uma luta incans�vel minha. A quest�o municipalista n�o � s� uma causa, a gente tem que acabar com essa concentra��o de verbas. Quando JK idealizou Bras�lia, tenho certeza de que ele n�o queria isso. A minha vida � uma vida municipalista, e tenho uma cren�a danada nisso. Se voc� combate essa centraliza��o, voc� combate a corrup��o, voc� vai combater a inefici�ncia, voc� vai combater a burocracia.
Mas e os atuais senadores? Faltou a eles fazer isso? Que nota o senhor daria a eles?
Acho que cada um se entrega do seu jeito, com suas caracter�sticas, suas qualidades. Mas gosto de olhar para a frente. N�o sou professor, n�o tenho que dar nota.