
O candidato do PSL a presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, afirmou na noite desta quinta-feira que uma vit�ria do PT nas elei��es deste ano ser� 'o fim da nossa p�tria' e a volta da corrup��o ao Pal�cio do Planalto. Mas disse que, se derrotado, vai respeitar o resultado das urnas.
“N�o podemos deixar que um partido que mergulhou o pa�s na mais profunda crise �tica, moral e econ�mica volte ao poder com as mesmas personalidades. E voc� pode ver, tudo � conduzido de dentro da cadeia pelo senhor Lula, que indica a� um fantoche seu chamado Haddad, que por incompet�ncia sequer conseguiu passar para o segundo turno na sua elei��o em S�o Paulo”, afirmou o candidato, em entrevista � TV Record na noite desta quinta-feira. Ele referia-se �s elei��es de 2016, quando Haddad foi derrotado na tentativa de se reeleger prefeito de S�o Paulo, votado por 16,9% dos eleitores.
Entre as cr�ticas que fez ao PT, Bolsonaro argumentou que a legenda "traiu" os trabalhadores ao adotar a corrup��o nos governos de Luiz In�cio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Dizendo-se representante da direita e do conservadorismo, Bolsonaro completou que � preciso "dar um p� no traseiro do socialismo e comunismo" para evitar que o Brasil se transforme em uma Venezuela.
"Ser� o fim da nossa p�tria se o PT conseguir chegar ao poder. Lamento, mas vou respeitar o resultado das elei��es”, completou. Bolsonaro disse n�o acreditar em uma vit�ria no primeiro turno das elei��es, mas que estar� na segunda etapa contra Fernando Haddad.
Ele sinalizou que a campanha poder� ser mais comedida e sem participa��o em debates, a exemplo da aus�ncia no programa desta quinta-feira."Fico livre da 'colo' (bolsa de colostomia) no final de novembro ou in�cio de dezembro, quando poderei voltar �s minhas atividades normais". O segundo turno das elei��es est� marcado para 28 deste m�s.
R�tulos
Questionado sobre as acusa��es de homofobia, racismo e machismo, Bolsonaro afirmou que esses r�tulos s�o inver�dicos e usados por seus advers�rios porque n�o podem acus�-lo de atos de corrup��o. Ele ainda comentou o movimento "Ele n�o", que reuniu milhares de pessoas nas ruas no final de semana, em sua maioria mulheres.
Para ele, o ato contr�rio � sua candidatura trouxe um efeito contr�rio – ele apresentou crescimento nas pesquisas de inten��o de voto nesta semana – porque os eleitores est�o vendo quem ele realmente �.
“Ser� que sou t�o mau assim? Que eu quero o mal de mulheres, dos negros, dos gays? N�o � verdade. Sempre preguei a uni�o de todos n�s. N�o sou t�o mau assim. A esquerda nos dividiu e ficamos brigando entre n�s”, disse.
Bolsonaro afirmou ainda que o ato foi conduzido por artistas que v�m “mamando na Lei Rouanet”. “A lei � importante para o artista raiz, sertanejo, que traz a cultura brasileira”.
De acordo com o presidenci�vel, a sua bandeira �, ao contr�rio do que dizem dele, unir o pa�s, defender a fam�lia e combater a viol�ncia. “Proponho unir o povo brasileiro, enquanto a esquerda sempre tentou nos desunir”, afirmou.
Ele completou que a esquerda criou castas, tentando colocar negros contra brancos, nordestinos contra sulistas, ricos contra pobres e filhos contra pais – referindo-se � Lei da Palmada. “O Estado usurpa o poder para punir pais que proventura d�o um tapa no bumbum para educar seu filho”, reclamou.
Capit�o reformado do Ex�rcito, Bolsonaro disse que, se eleito, ser� "um soldado a servi�o do Brasil" e que sua equipe de ministros ser� escolhida sem qualquer tipo de interfer�ncia pol�tica. O candidato reconheceu que n�o "entende" muitas coisas, mas que ter� pessoas qualificadas ao seu lado.
Facada
Sobre o ataque sofrido em Juiz de Fora, em 6 de setembro, Bolsonaro afirmou que somente dois dias depois teve no��o da gravidade do ferimento.
O presidenci�vel evitou comentar sobre as investiga��es conduzidas pela Pol�cia Civil de Minas Gerais, mas firmou que o inqu�rito foi conduzido por um delegado que durante dois anos “ foi homem de confian�a” do governador Fernando Pimentel (PT). "Poderia ser outro delegado para buscar isen��o, mas nessa equipe tem muita gente isenta e at� simp�tica � minha causa".
A Justi�a Federal acolheu nesta quinta-feira a den�ncia do Minist�rio P�blico Federal contra Ad�lio Bispo de Oliveira, autor confesso do ataque contra Bolsonaro, por atentado pessoal por inconformismo pol�tico. O crime est� previsto no artigo 20 da Lei de Seguran�a Nacional.
Descanso
A entrevista foi gravada na tarde desta quinta-feira na casa do candidato, no Rio de Janeiro. De acordo com a emissora, a entrevista foi interrompida diversas vezes por ordem m�dica, para que o presidenci�vel pudesse descansar. A orienta��o m�dica � que Bolsonaro n�o pode falar mais que 10 minutos – o que justificou atestado m�dico para que ele n�o participasse do debate transmitido nesta noite na TV Globo.
A transmiss�o da entrevista da Record ocorreu simultaneamente ao in�cio do debate da Globo, e durou 26 minutos.
Quatro representa��es assinadas por advers�rios de Bolsonaro nestas elei��es tentaram impedir a veicula��o da entrevista com a��es no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No entanto, ao julgar representa��o da coliga��o “O povo feliz de novo", encabe�ada pelo ex-ministro da Educa��o Fernando Haddad (PT), o ministro Carlos Horbach alegou que atender ao pedido seria uma “censura pr�via”.