Procuradoria j� recebeu mais de 120 den�ncias de press�o de empregadores por voto

O Minist�rio P�blico do Trabalho (MPT) recebeu mais de 120 den�ncias nos �ltimos quatro dias de trabalhadores que relataram ter sofrido algum tipo de press�o para votar em um determinado candidato na elei��o deste ano, cujo primeiro turno acontece no pr�ximo domingo, 7. Os empregadores s�o proibidos por lei de exigir ou direcionar as escolhas pol�ticas dos empregados.

De acordo com levantamento feito pelo MPT, a regi�o Sul foi a que registrou maior n�mero de queixas at� o momento, representando 82,5% do total - foram 61 den�ncias em Santa Catarina, 22 no Paran� e 17 no Rio Grande do Sul. Tamb�m foram registrados casos no Rio de Janeiro, S�o Paulo, Sergipe, Para�ba e Distrito Federal. A pesquisa n�o especificou para quais candidatos os empregadores t�m direcionado a press�o por votos.

Em nota, o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, ressaltou que � "proibida a imposi��o, coa��o ou direcionamento nas escolhas pol�ticas dos empregados".

"Se ficar comprovado que empresas est�o, de alguma forma e ainda que n�o diretamente, sugestionando os trabalhadores a votar em determinado candidato ou mesmo condicionando a manuten��o dos empregos ao voto em determinado candidato, essa empresa vai estar sujeita a uma a��o civil p�blica, inclusive com repercuss�es no sentido de indeniza��o pelo dano moral causado �quela coletividade", escreveu.

Fleury se posicionou ap�s a repercuss�o do caso do empres�rio Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, que aparece em v�deo fazendo amea�as de que vai deixar o Pa�s e, consequentemente, demitir seus 15 mil funcion�rios, caso Jair Bolsonaro (PSL) n�o ven�a a elei��o presidencial. A rede de lojas poder� ser multada em R$ 500 mil, se descumprir decis�o da Justi�a do Estado.

Outra empresa do Sul, a rede de supermercados Condor, tamb�m sofreu san��es da Justi�a por pressionar o voto em carta enviada aos funcion�rios. Pedro Zonta, fundador do grupo, assinou um termo no qual se comprometeu a se retratar. Teve de enviar a funcion�rios uma carta esclarecendo que "compreende que est� vedado ao empregador a pr�tica de qualquer ato que venha a induzir o empregado a seguir uma determinada cren�a ou convic��o pol�tica, filos�fica ou ideol�gica". Se descumprir o acordo, estar� sujeito a multa di�ria de R$ 100 mil.

Apesar das puni��es da Justi�a �s redes Havan e Condor, empresas insistem em coagir o voto dos funcion�rios. No in�cio da semana, o presidente do conselho da ind�stria Kyly, Sal�zio Martins, reuniu funcion�rios e colaboradores na frente da empresa, em Pomerode (SC), para manifestar apoio a Bolsonaro.

A empresa, que fabrica roupas infantis e tem 1.600 colaboradores, pendurou uma bandeira do Brasil na frente de sua sede e liberou alguns funcion�rios para cantar o Hino Nacional e ouvir um discurso do executivo. Na apresenta��o, disse que respeita quem pensa diferente, mas que consegue enxergar apenas um caminho, indicando o voto a Bolsonaro. Procurada, a empresa, informou que sua posi��o � de defesa do Pa�s, da democracia e da liberdade de express�o. E que, em nenhuma hip�tese, tentou influenciar o voto.

Como mostrou nesta sexta-feira o Broadcast Pol�tico, o empres�rio Luiz Gast�o Bittencourt, vice-presidente da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo, soltou uma nova mensagem hoje dizendo que cada um deve votar "com a sua pr�pria consci�ncia". Ele recuou ap�s repercuss�o negativa diante de sua orienta��o a funcion�rios do sistema S (como Sesc, Sebrae e Senai) para votar em Bolsonaro.

O comunicado original, intitulado "Vamos votar com o Brasil!" e acompanhada de uma bandeira nacional, foi divulgado pela intranet ontem. Dizia: "Voto como cidad�o e indico a todos aqueles que acreditam no meu trabalho, nas minhas a��es e na minha determina��o de servir � sociedade, que votem em Jair Bolsonaro. Votem com o Brasil, com a fam�lia e com Deus acima de tudo."