O “fen�meno”, que come�ou discreto, ganhou vulto em 2015 e 2016, crescendo de maneira inversamente proporcional � popularidade dos l�deres da corrida presidencial de 2014. Quanto mais prest�gio perdiam Dilma e A�cio, em fun��o do impeachment e dos esc�ndalos de corrup��o da JBS, mais se multiplicavam, em redes sociais, as men��es ao terceiro deputado federal mais votado no pa�s na ocasi�o, Jair Bolsonaro (PSL). Nas bolhas da esquerda, a tag soava como piada. No mundo virtual, era o pren�ncio da candidatura fulminante que obteve mais de 46% dos votos neste 7 de outubro e sai com vantagem rumo ao segundo turno.
Tamb�m na corrida para o governo de Minas as redes indicaram movimento que os institutos de pesquisa n�o conseguiram captar. Nas timelines dos ve�culos regionais, links relacionados � cobertura das candidaturas “favoritas” de Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) eram seguidos de enxurradas de coment�rios cobrando aten��o ao novato Romeu Zema (Novo). A hashtag #Zema30 n�o “colou” com tanta for�a quanto a #Bolsonaro2018, mas o clamor pelo nome do empres�rio de Arax� - “Cad� o Zema?”, “Onde est� o Zema?”, “Queremos Zema nos debates” e afins - indicava tend�ncia muito bem nutrida nas bolhas/estufas da internet, prontas para chegar �s urnas como um estouro de boiada.
No frigir dos ovos, o ambiente virtual pode ter sido, entre 2014 e 2018, o lugar onde o Brasil foi mais real. O resultado das urnas neste domingo desafia os institutos de pesquisa e coloca em xeque, de modo contundente, a previsibilidade do voto no pa�s.