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Estado de Minas

Rejei��o � o grande desafio de Bolsonaro e Haddad

Capit�o da reserva precisa conquistar votos do Nordeste e das mulheres. Petista precisa crescer no Centro-Sul para reverter desvantagem de 18 milh�es de votos


postado em 08/10/2018 09:11 / atualizado em 08/10/2018 09:53

Haddad e Bolsonaro disputarão o segundo turno das eleições no dia 28 de outubro(foto: Ricardo Stuckert / Mauro Pimentel / AFP)
Haddad e Bolsonaro disputar�o o segundo turno das elei��es no dia 28 de outubro (foto: Ricardo Stuckert / Mauro Pimentel / AFP)

No principal dia vivido em uma democracia, quando o povo vai �s urnas escolher seus governantes, o primeiro turno das elei��es confirma a radicaliza��o do sentimento de uma na��o dividida entre candidatos com altas taxas de rejei��o, principal desafio que ambos enfrentar�o daqui pra frente. O capit�o reformado Jair Bolsonaro (PSL), que por 4,2 milh�es de votos (4% dos votos v�lidos) n�o leva a vit�ria no primeiro turno, e o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad (PT), afilhado pol�tico do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), decidir�o em 28 de outubro quem ser� o futuro presidente do Brasil.

A corrida presidencial permanece em aberto, mas a primeira etapa do pleito j� mostra onda bolsonarista varrendo o pa�s, que se inclina � direita, alavanca aliados do militar e busca renova��o longe de partidos tradicionais como PT, PSDB e MDB, que saem menores das elei��es.

Com 99% das urnas apuradas, o capit�o reformado obteve 46,06% dos votos v�lidos, com 49,2 milh�es votos. Haddad conquistou 29,23% da prefer�ncia do eleitorado, com 31,2 milh�es de votos, desempenho abaixo de seus antecessores, Dilma Rousseff e Lula, confirmando a for�a do antipetismo. A rejei��o ao PT acabou impulsionando o fen�meno Bolsonaro, que levou � elei��o de diversos aliados do capit�o reformado. O maior exemplo disso � o pr�prio filho do candidato, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), que venceu em S�o Paulo com vota��o recorde, apoiado por 1,7 milh�o de eleitores.

O desempenho do militar, deputado federal h� sete mandatos, superou as pesquisas e se compara ao de Lula em 2002, na campanha hist�rica do “Lulinha paz e amor”. Na �poca, com a ades�o do pa�s ao petismo, ele obteve, no primeiro turno, 46,4% dos votos v�lidos, sendo que Jos� Serra (PSDB), segundo colocado, ficou com 23,2%. A vota��o pr�-Bolsonaro dominou as regi�es Sudeste, Sul e Centro-Oeste do pa�s e foi barrada no Nordeste – que elegeu tr�s governadores petistas e dois apoiados pelo partido – e tamb�m em grande parte da regi�o Norte, com exce��o do Acre e de Roraima, na fronteira com a Venezuela, que enfrenta quest�o migrat�ria.

Superando a m�dia nacional, em Minas, 48% dos eleitores apoiaram Bolsonaro e 27%, Haddad. Se, em 2014, o estado ajudou a eleger a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), agora segue tend�ncia � direita, que se confirmou tamb�m na disputa pelos outros cargos. Dilma ficou de fora do Senado e o atual governador, Fernando Pimentel (PT), do segundo turno ao governo, que ser� entre o novato Romeu Zema (Novo) e o senador Antonio Anastasia (PSDB), que aparecia liderando as pesquisas.

No segundo turno, o maior desafio de Bolsonaro e Haddad ser� enfrentar a pr�pria rejei��o, de 43% e 36%, respectivamente. Al�m disso, eles precisam ganhar apoiadores entre os quase 30% de absten��es, votos nulos e brancos. Os votos brancos e nulos somaram 10,2 milh�es de votos, num total de 8,8% do eleitorado. J� 29,8 milh�es (20,3%) se abstiveram de votar, parcela que cresce e alcan�ou o maior percentual desde 1998, indicando, a cada pleito, o aumento da descren�a dos brasileiros nos pol�ticos.

A vit�ria do militar em primeiro turno dependia da obten��o de um total de 50% mais um dos votos v�lidos, pouco mais de 53,4 milh�es de votos. Em seu pronunciamento depois do resultado, pelo Facebook, disse que n�o ganhou no primeiro turno por problemas nas urnas eletr�nicas. Desde a campanha, ele j� vinha sugerindo falhas na seguran�a das urnas. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afastou essa hip�tese. “Se esse problema n�o tivesse ocorrido, se tivesse confian�a no sistema eletr�nico, j� ter�amos o nome do novo presidente. O que est� em jogo � a nossa liberdade”, diz.

Agora Haddad ter� o desafio de atrair o apoio dos candidatos derrotados, a reboque do movimento feminista #elen�o, contr�rio a seu advers�rio. “N�s queremos unir os democratas do Brasil, n�s queremos unir as pessoas que t�m aten��o aos mais pobres desse pa�s t�o desigual. Queremos um projeto amplo para o Brasil, profundamente democr�tico, mas tamb�m que busque de forma incans�vel justi�a social”, disse, em seu pronuciamento depois do resultado.

Apesar de um movimento na reta final da campanha para que Ciro Gomes (PDT) tomasse o segundo lugar, o pedetista n�o decolou e estava com 12,52%, com 12,8 milh�es dos votos. O tucano Geraldo Alckmin ficou com 4,83% dos votos. Com 1% dos votos, Marina Silva (Rede) acabou atr�s de Jo�o Amo�do (Novo), Cabo Daciolo (Patri) e de Henrique Meirelles (MDB).

Haddad tamb�m ter� que nadar contra a mar� do antipetismo, que fez o desempenho do partido encolher no primeiro turno. Em 2014, a ex-presidente Dilma Rousseff conquistou 41,6% dos votos v�lidos, liderando a disputa contra o senador A�cio Neves (33,6%). Em 2010, Dilma ficou com 46,90% dos votos v�lidos na primeira fase da corrida presidencial contra o tucano Jos� Serra (32,61%). Em 2006, Lula venceu no primeiro turno e, em 2002, o desempenho dele foi de 46,4% contra o tucano Jos� Serra (23,2%).

Para isso, tudo indica que o primeiro embate de Haddad ser� dentro do pr�prio partido, na tentativa de fazer aceno mais assertivo na dire��o do centro pol�tico. Advogado, economista, doutor em Filosofia e professor licenciado de Teoria Pol�tica na USP, ele sempre foi considerado petista de posi��es moderadas, o que pode facilitar.


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