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Estado de Minas

'O Novo n�o � novo', afirma Anastasia em entrevista

Candidato do PSDB ao governo de Minas admite que se surpreendeu com o desempenho de Romeu Zema (Novo) e diz que eleitor decidir� se deve entregar o estado para "uma pessoa que n�o conhece nada de administra��o p�blica"


postado em 13/10/2018 06:00 / atualizado em 13/10/2018 14:53

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)


L�der nas pesquisas ao longo de todo o primeiro turno, o candidato ao governo de Minas Antonio Anastasia (PSDB) admite que se surpreendeu com resultado das urnas, que deu vit�ria a Romeu Zema (Novo) e deixou o tucano no segundo lugar na disputa pelo Pal�cio da Liberdade. O senador reconhece que partidos tradicionais como o dele “sofreram muito” neste pleito e que, “felizmente”, ningu�m controla o eleitor.

Para tentar uma virada no segundo turno, ele aceitar� o apoio de segmentos que estavam com o governador Fernando Pimentel (PT), derrotado no primeiro turno. “Estou apresentando propostas �s pessoas. E, se as pessoas, eleitores, acreditam que minhas propostas s�o melhores, sejam essas pessoas de direita, de centro ou de esquerda, �timo”, afirma.

Agora, a duas semanas da reta final, Anastasia vai focar na compara��o entre seu perfil e plano de governo com os de seu advers�rio, estreante na pol�tica. “Vamos fazer uma campanha de dois turnos contra um candidato que passou mais ou menos desapercebido no primeiro turno”, diz.

Anastasia tamb�m voltou a dizer que o senador A�cio Neves (PSDB), eleito deputado federal, n�o integrar� seu governo e diz que “ningu�m (do PSDB) escondeu a candidatura de A�cio” na campanha.

 

O senhor se surpreendeu com o segundo lugar no primeiro turno?
Claro, a surpresa decorreu das pesquisas. Na realidade, o primeiro turno foi uma elei��o que acabou sendo de fato politicamente polarizada entre a nossa candidatura e a candidatura do governador Pimentel. Os dois na frente o tempo todo nas pesquisas, com mais tempo de televis�o, com mais apoios pol�ticos, ent�o, naturalmente, houve polariza��o. E, no final, j� praticamente na �ltima semana, o candidato Zema come�a a subir, amea�ando o segundo lugar. Na v�spera, no s�bado, inclusive, ele estava atr�s de Pimentel e eu ainda tinha 12 pontos de frente. Quando as urnas se abrem n�o h� d�vida de que foi algo inesperado. Mas sempre digo e reitero que o respeito nosso � soberania do voto � total. Agora, vamos fazer uma campanha de dois turnos contra um candidato que passou mais ou menos desapercebido no primeiro turno e se apresentar� � sociedade mineira, que j� me conhece muito bem.

Levantamento do instituto Paran� Pesquisas aponta vit�ria de Zema no segundo turno com 73,6% dos votos v�lidos, contra 26,4% de votos no senhor. Como reverter essa dist�ncia em duas semanas?
Se na v�spera do pleito eu tinha mais de 20 pontos na frente dele e terminei 10 pontos atr�s, quer dizer que as pesquisas a essa altura, perderam totalmente a credibilidade. Percebemos tamb�m que as elei��es est�o muito diferentes e as ondas de movimenta��o dos eleitores est�o se dando em horas, e n�o em dias. Ent�o, vamos esquecer as pesquisas e fazer uma campanha de muita compara��o entre o nosso conte�do, o nosso programa de governo, o programa de governo dele, que foi estranhamente retirado do ar, para mostrar que as candidaturas s�o muito diferentes. N�o h� ponto de comunh�o. E vamos mostrar as diferen�as dos perfis. Da experi�ncia, da trajet�ria, dos conhecimentos de cada um.

O senhor tem enfatizado a hist�ria do gestor com experi�ncia na pol�tica, num contexto de renova��o. Qual ser� a dificuldade de vencer o (candidato do partido) Novo?
O Novo n�o � novo. Na realidade, o Novo � formado de pessoas que t�m as suas experi�ncias. N�o estou disputando com uma crian�a rec�m-nascida, essa sim � novo. Agora temos que ver a diferen�a entre o novo e o novato. Porque a pessoa que � novata pode n�o ter experi�ncia nenhuma, e a� caber� o eleitor decidir se conv�m ou n�o entregar o estado, uma administra��o de alt�ssima complexidade, para uma pessoa que n�o conhece nada de administra��o p�blica. Vamos mostrar quais s�o as propostas, quais s�o as ideias. O que ele prop�e em sa�de, educa��o, seguran�a, infraestrutura e o que eu proponho. Com rela��o a essas propostas, quais s�o as condi��es de implementarmos, quem tem mais conhecimento e experi�ncia para faz�-lo.

No primeiro turno, o senhor falou de diretrizes gerais. Agora, pretende apresentar solu��es mais concretas para essa crise fiscal do estado?
Primeiro, ningu�m sabe qual � o montante do d�bito do estado hoje. � um mist�rio. At� porque o atual governo aumentou o d�ficit or�ament�rio em 15 dias de R$ 6 bilh�es para R$ 11 bilh�es. Eu estimo que esse d�bito hoje seja de mais de R$ 20, R$ 22 ou at� R$ 25 bilh�es. Naturalmente, para enfrentar, com todos os contornos, n�s vamos ter que ter um conhecimento mais profundo da realidade financeira do estado que hoje n�s n�o temos. Ponto dois. O que nosso advers�rio diz eu j� estava falando h� muito mais tempo. Que temos que enfrentar em tr�s frentes. Primeiro, a redu��o das despesas, que se d� objetivamente pela agenda de austeridade com a redu��o das secretarias, os cortes, inclusive utilizando express�es de “cortar no osso e no tutano”, ele (Zema) mesmo fala em cortar no osso hoje. A diminui��o dos cargos pol�ticos, a redu��o das atividades administrativas, que ali�s eu fiz em 2013, quando estava no governo. Enfrentamos o in�cio de uma crise e, por cautela, adotei essas medidas, mas sei que n�o s�o suficientes para reverter o quadro. Ent�o, vamos para uma segunda �rea de atua��o, que � o aumento da receita do estado, sem aumentar os tributos nem criar tributos novos, porque a carga tribut�ria j� � muito alta, mas tamb�m sem reduzir tributos. N�o temos condi��o de dizer que vamos reduzir o ICMS de A, B ou C, mas podemos eventualmente fazer redu��es setoriais com segmentos, desde que esse segmento assuma o compromisso de manter a receita elevada. E o terceiro bra�o � renegociar com o governo federal. Ganhando a elei��o, seja o presidente A ou B, n�s vamos tratar com eles sobre a renegocia��o da d�vida do Estado.

O senhor anunciou que n�o declarar� seu voto em Jair Bolsonaro ou Fernando Haddad. Essa postura de neutralidade pode prejudic�-lo, considerando que a maioria do eleitorado mineiro votou no candidato do PSL?
Acho que n�o. At� porque a postura do candidato Bolsonaro, pelo que eu vi na imprensa, � de manter a neutralidade tamb�m nos estados. A n�o ser onde seu partido disputa, ele n�o ter� participa��o nas candidaturas estaduais. Ent�o, � uma neutralidade rec�proca. � uma postura muito adequada, que reflete a postura nacional do meu partido, o PSDB, que adotou exatamente a mesma conduta. Quem quiser, pode adotar outra postura, eu adotei a neutralidade e aquelas lideran�as que me acompanham, caso queiram, poder�o manifestar esse apoio, como foi o caso do vice-governador (Marcos Montes).

Eleitores de Fernando Pimentel precisam escolher um candidato no segundo turno. Com esse discurso antipetista, ser� mais dif�cil atrair esses mais de 20% de votos?
Hoje em dia, felizmente, ningu�m controla o eleitor. N�o h� mais votos de cabresto, n�o h� mais domina��o partid�ria. Os partidos perderam muito nas elei��es, como comprova��o disso, os partidos tradicionais foram quase que pulverizados, perderam muito de modo geral. Ent�o, os eleitores est�o muito independentes. Fazem a sua escolha para deputado, senador, presidente, governador, de maneira muitas vezes at� contradit�ria, mas totalmente livre. Ent�o, estamos baseando muito a campanha nas propostas. Se nosso perfil agradar mais ao eleitor, quer seja ele o eleitor que vota em B, D ou C, n�s venceremos as elei��es. Se n�o agradar, vencer� o opositor. Simples assim. Vamos manter a proposta nossa, que ali�s, � a mesma que apresentamos antes das elei��es. E h� uma posi��o nossa de cr�tica ao governo Pimentel, que foi feita durante toda a campanha. Essa cr�tica foi feita e continuar� sendo feita.

H� segmentos de esquerda que j� anunciaram prefer�ncia pela sua candidatura em rela��o � postura liberal de seu advers�rio. O senhor aceita o apoio de quem estava com o PT?
N�o � segmento que estava com o PT. Voc� n�o pode recusar apoio de voto. N�o estou procurando os votos em termos de fazer alian�as partid�rias ou com lideran�as. Estou apresentando propostas �s pessoas. E, se as pessoas, eleitores, acreditam que minhas propostas s�o melhores, sejam essas pessoas de direita, de centro ou de esquerda, �timo. Ent�o estou apresentando para elas, para a popula��o em geral. Se elas est�o vindo, eu fico feliz, porque quer dizer que as minhas propostas s�o mais realistas, mais palat�veis, mais equilibradas e, certamente, mais adequadas do que as do meu advers�rio.

O PSDB elegeu menos deputados e perdeu muitos votos. Isso dificulta a caminhada no segundo turno?
Todos os partidos sofreram muito. Todos os partidos tradicionais tiveram perda. E todos os deputados que se elegeram, se elegeram com um n�mero muito menor de votos que tiveram na vez passada. Tivemos uma elei��o este ano, 2018, completamente diferente das outras. Isso � ineg�vel. Foi uma elei��o de uma reviravolta completa. Infelizmente, o PSDB perdeu votos, ainda que tenha sido, no campo nacional, o terceiro mais votado. Em Minas, teve uma vota��o expressiva, mas tamb�m perdeu deputados, acho que isso n�o afetar� em nada o segundo turno. Se o primeiro j� foi livre, o segundo turno das elei��es ser� muito mais. A impress�o � que hoje o eleitor se inclina para um (candidato), amanh� para outro, depois de amanh� volta. O voto est� fluido, demora a se consolidar.

A presen�a do senador A�cio Neves na disputa � C�mara dos Deputados prejudicou o PSDB?
Acho que n�o, at� porque ningu�m escondeu a candidatura de A�cio. Ele era candidato a deputado federal. Eu n�o fiz campanha a nenhum deputado federal. Fiz campanha comigo, com os senadores, o vice-governador e o candidato Geraldo Alckmin � presidente, que s�o os cargos majorit�rios. Ele foi eleito deputado, cumprir� l� seu mandato.

Nesta sexta-feira, circulou fake news com uma vers�o falsa do site do Estado de Minas anunciando A�cio Neves no secretariado do senhor. H� algum fundo de verdade nessa montagem? E como lida com essas not�cias falsas?
N�o h� nenhum fundo de verdade. Lamentavelmente, hoje, virou a elei��o das fake news. Quantas n�o fizeram contra n�s? � uma pena, porque isso acaba desestimulando o eleitor. Ele acaba sendo enganado. A nossa campanha toda ser� baseada estritamente na verdade. At� porque estou usando as falas do meu advers�rio – ou o que est� no programa de governo ou o que ele tem falado, que j� � um material muito bom.

A possibilidade das fake news interferirem no voto o preocupa?
S�o coisas que n�o t�m muito o que fazer. N�o sou especialista em quest�o de WhatsApp, ent�o n�o sei muito o que fazer.

Se eleito, qual a marca quer deixar?
Quero ser o governador dos empregos. Acho que hoje h� um grande drama em Minas Gerais em rela��o ao emprego, sobretudo para os jovens. � a falta de esperan�a. Minas Gerais tem hoje 1,2 milh�o desempregados, em torno disso. No meu governo, consegui criar cerca 550 mil vagas, mesmo assim insuficientes naquela �poca. Nos �ltimos quatro anos, fecharam 200 e poucas mil vagas. Ent�o, � um drama terr�vel.


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