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Estado de Minas

PT define estrat�gia para conquistar votos de religiosos

Com a ades�o maci�a de pastores evang�licos a Jair Bolsonaro, Fernando Haddad corteja o apoio de bispos cat�licos e adota o discurso em defesa de valores morais, em busca de dividir um nicho eleitoral estrat�gico


postado em 17/10/2018 08:08 / atualizado em 17/10/2018 08:14

O candidato do PT visita a sede da CNBB, em Brasília: inflexão religiosa na campanha do segundo turno(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
O candidato do PT visita a sede da CNBB, em Bras�lia: inflex�o religiosa na campanha do segundo turno (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

A disputa presidencial dividiu os cat�licos no Brasil: nas pesquisas de inten��o de voto, 48% apoiam Jair Bolsonaro (PSL) e 42% ficam com Fernando Haddad (PT). Os n�meros mais recentes do Ibope podem explicar a movimenta��o dos candidatos, no segundo turno, em busca do aval de lideran�as religiosas. Como Bolsonaro � exaltado pelos principais pastorres evang�licos, Haddad procurou se aproximar dos bispos cat�licos, de olho nos 130 milh�es de fi�is.

A explica��o para as investidas, segundo especialistas, � de que a posi��o de um guia espiritual pode levar o eleitor a colocar a f� acima de outros crit�rios. A inten��o de votos dos evang�licos pende maci�amente para Bolsonaro, que tem a prefer�ncia de  66% dos fi�is, contra apenas 24% para Haddad. Al�m disso, nas rela��es com o Congresso, o pr�ximo presidente ter� de conquistar o apoio da numerosa bancada evang�lica. Especialistas calculam que esse grupo pode chegar a 180 parlamentares.

Rud� Ricci, cientista pol�tico da Pontif�cia Universidade Cat�lica de S�o Paulo (PUC-SP), destaca que o Brasil � um pa�s religioso e m�stico. “O brasileiro n�o gosta do discurso racional. A religiosidade traz dois sinais que balan�am a pol�tica: a ordem e a esperan�a. � o discurso da salva��o”, pondera.

Ele explica como o voto � conquistado nesse nicho eleitoral. “O que faz o voto virar de rebanho � a atua��o. Se o pastor ou o padre n�o tem liga��o, n�o adianta. O comando do alto l�der � menor que o do religioso que visita a casa de um fiel doente. Uma beata pode ter uma liga��o muito maior com a popula��o do que o padre. Isso � que carreia votos, n�o a imposi��o vertical”, conclui Rud�.

Um exemplo do uso da religi�o na campanha foi a visita de Haddad ao secret�rio-geral da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, na semana passada. Desde ent�o, o candidato petista passou a fazer mais cita��es a Deus. Outro exemplo � o uso frequente de passagens b�blicas por Bolsonaro. O petista n�o recebeu explicitamente o apoio dos bispos, que sa�ram  em  defesa da democracia. O capit�o reformado tem o apoio aberto de l�deres evang�licos como Edir Macedo, Silas Malafaia e Robson Rodovalho.

O soci�logo Ant�nio Carlos Mazzeo, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), destaca que o discurso de Bolsonaro � t�pico do apelo religioso. “Dizer ‘Brasil acima de tudo. Deus acima de todos’ � uma m�xima muito clara para esse p�blico, � dizer o que ele quer ouvir”, acrescenta.

Haddad tamb�m aposta na ret�rica moralista. “Ele passou a destacar que � neto de l�der religioso, que � casado e nunca pregou o rep�dio � religi�o”, aponta o professor da Unesp. Para Maz-zeo, ambas as posturas s�o ruins. “N�o h� problema de lideran�as divulgarem apoio. O risco � quando o discurso do �dio come�a a ser usado para amedrontar o eleitor”, conclui.

Mesmo com a guinada religiosa, Haddad � mais discreto sobre prefer�ncias de credo. “Vejo com preocupa��o quando uma igreja tem um projeto de poder que, inclusive, est� descrito em livros. � importante manter o Estado brasileiro aberto a todas as religi�es”, defendeu o petista, no �ltimo domingo, em S�o Paulo, ap�s encontro com entidades representativas de pessoas com defici�ncia.

J� Bolsonaro tem citado a B�blia com mais frequ�ncia em seus programas no r�dio e na tev�. “Adotei uma bandeira, que � uma passagem b�blica. Jo�o 8:32: ‘E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertar�’”, passou a dizer na abertura das pe�as de campanha.


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