Em ato com mais de 200 lideran�as evang�licas na manh� desta quarta-feira, 17, em S�o Paulo, o candidato do PT � Presid�ncia da Rep�blica, Fernando Haddad, e l�deres religiosos aliados ao petista tentaram desmentir as fake news difundidas nas elei��es 2018. "Muitos de nossos irm�os est�o sendo enganados por pastores mal intencionados ou mal informados", disse o pastor Ariovaldo Ramos, l�der da Frente de Evang�licos pelo Estado de Direito.
Ele abriu o evento com um trecho do evangelho que diz "nada podemos contra a verdade sen�o a verdade" e encerrou o ato com uma ora��o rogando "pelo triunfo da verdade contra a mentira". Em praticamente todas as falas, lideran�as religiosas condenaram as mentiras espalhadas nas redes sociais contra o candidato do PT que tinham como p�blico alvo o eleitorado evang�lico.
Haddad distribuiu uma Carta Aberta ao Povo de Deus na qual relata sua forma��o religiosa - seu av� era sacerdote da Igreja Cat�lica Ortodoxa - e tamb�m tenta esclarecer as mentiras espalhadas via WhatsApp voltadas ao p�blico evang�lico.
"Nenhum de nossos governos encaminhou ao Congresso leis inexistentes pelas quais nos atacam: legaliza��o do aborto, kit gay, taxa��o de templos, proibi��o de culto p�blico, escolha de sexo pelas crian�as", diz o documento.
O candidato lembrou que em sua passagem pela Prefeitura de S�o Paulo aprovou normas que flexibilizavam as exig�ncias legais para cultos na periferia da cidade. "N�o � uma carta de conveni�ncia", disse o petista. "Al�m de ter sido educado no cristianismo, escolhi abra�ar o cristianismo", completou.
"Estamos tentando acordar os evang�licos para essa realidade do 'fake news', eles est�o sendo enganados", disse ao Estad�o/Broadcast o pastor Ariovaldo Ramos, da Comunidade Crist� Reformada, que articulou o apoio de evang�licos a Haddad. Ele aponta, no entanto, dificuldades para a campanha do petista. "N�o sei se d� para reverter", comentou, ao citar o apoio articulado de grandes igrejas a Bolsonaro e o cuidado que pastores e fi�is est�o tendo em se contrapor a essas lideran�as.
O pastor Ariovaldo engrossou o coro dos que pedem uma autocr�tica do PT ap�s as elei��es. "Eles precisam fazer uma revis�o da hist�ria recente e dizer a todos os eleitores e brasileiros o que aconteceu. Mas agora n�o d� para fazer isso, agora � hora do embate entre a civiliza��o e a barb�rie", disse. Um dos erros de Haddad, disse o pastor, foi ter chamado o bispo Edir Macedo, da Universal do Reino de Deus, de "charlat�o". "Ele n�o entendeu que os evang�licos se unem contra o inimigo comum. Faltou assessoria, isso n�o se fala nunca."
Em dois longos discursos, Haddad defendeu a separa��o entre Igreja e Estado, n�o falou especificamente sobre temas como aborto e acusou Bolsonaro de estar por tr�s das mentiras espalhadas contra eles, principalmente na �ltima semana antes do primeiro turno.
"Esses dias ele soltou que eu era a favor do incesto. Ele n�o pensa que eu tenho uma filha de 18 anos que vai � faculdade, que tem a turma dela? Quantos votos ele ganhou com isso?", questionou. O ato reuniu mais de 200 lideran�as evang�licas, principalmente de igrejas hist�ricas como Luterana, Metodista, Batista e Presbiteriana mas tamb�m neopentecostais, sobretudo da Assembleia de Deus.
O evento teve hinos religiosos, ora��es, prega��es e discursos de diversas lideran�as, v�rias vezes iniciados com express�es como "salve o povo de Deus" e "na paz do senhor". No andar de baixo, uma equipe do PT gravava depoimentos das lideran�as.
Haddad admitiu que o objetivo do ato, que inicialmente seria para angariar apoios no meio evang�lico, acabou sendo desmentir as fake news. "N�o adianta ganhar no tribunal se as pessoas que foram expostas �s mentiras n�o ficarem sabendo da verdade", disse ele.
Segundo o ex-ministro Gilberto Carvalho, a ideia � repetir encontros semelhantes em v�rios Estados com a presen�a de lideran�as petistas. "Em tese n�o deveria ser isso. Deveria ser para firmar parcerias, por uma agenda positiva. Mas, dada a conjuntura, n�o tinha como n�o darmos um destaque para isso", disse ele.
A campanha do PT avalia que as mentiras espalhadas pelas redes sociais quase levaram Bolsonaro a uma vit�ria no primeiro turno e s�o o principal advers�rio de Haddad na segunda etapa da campanha.
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