A cerca de dez dias do segundo turno das elei��es, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, admitiu que o partido subestimou o poder do WhatsApp na campanha presidencial. Em conversa com a imprensa nesta quarta-feira, 17, a petista disse que o partido n�o se preparou para enfrentar Jair Bolsonaro (PSL) neste segmento da comunica��o, no qual o advers�rio construiu uma rela��o "direta" com a popula��o, de acordo com avalia��o da senadora paranaense.
"Ele (Bolsonaro) utilizou de outros instrumentos para se comunicar direto com o povo, essa coisa das redes sociais e principalmente o WhatsApp, o levou a se comunicar (direto). Eu diria que a comunica��o popular do Bolsonaro � organizada, orquestrada e constru�da, diferente do Lula que � um l�der popular nato. O Bolsonaro construiu isso", disse. "A gente j� tinha isso mais ou menos no radar, por conta da campanha do (Donald) Trump, mas n�o nos preparamos devidamente. A� tem um erro do PT, de termos subestimado - n�o as for�as das redes sociais tradicionais, n�s disputamos bem (nesse campo). N�o nos preparamos para esta quest�o do WhatsApp", explicou.
Apesar de admitir essa fraqueza da campanha de Fernando Haddad (PT), Gleisi ainda mant�m o discurso de que � poss�vel ganhar no segundo turno. Ela afirmou tamb�m que, passado o pleito, as for�as progressistas precisam se reunir para avaliar como resistir aos retrocessos que ser�o apresentados no Congresso Nacional.
"N�s temos que voltar a conversa (for�as progressistas). J� tinha um f�rum de conversa entre os partidos, isso tem continuado. Fizemos a reuni�o l� no PSB (na segunda-feira). Passada a elei��o, temos que fazer avalia��o das for�as no Congresso Nacional, das for�as que est�o aqui. Teve uma bancada conservadora grande que foi eleita, isso vai ter impacto nas decis�es da Casa. Acho que a bancada mais popular e progressista tem que se organizar, para poder resistir e fazer enfrentamento", argumentou.
Uma das preocupa��es da senadora petista � com a pris�o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, condenado no �mbito da Opera��o Lava Jato. Gleisi admite que quanto mais for�as os "conservadores" tiverem, mais dif�cil ser� a liberta��o do petista.
"N�o quero contar com essa hip�tese (Bolsonaro vencer), mas obviamente que as for�as do atraso v�o fazer de tudo para que Lula n�o seja solto. E quanto mais poder essas for�as tiverem, mais dif�cil vai ser Lula ter liberdade porque � quase um trof�u para as for�as conservadoras. Se eles t�m como proposta program�tica destruir o PT, obviamente v�o dificultar o m�ximo (a soltura de Lula) e v�o para cima do Poder Judici�rio", disse.
Sobre o epis�dio envolvendo os irm�os Ciro e Cid Gomes, Gleisi refuta qualquer culpa petista no epis�dio que tirou do PDT as chances de alian�a com o PSB, ainda no in�cio da campanha presidencial. O caso � tido como o epicentro da rusgas entre PT e a campanha de Ciro Gomes (PDT). Na �poca, os petistas retiraram candidaturas pr�prias em Estados estrat�gicos para beneficiar os socialistas. Em troca, se comprometeram a n�o apoiar Ciro nacionalmente e ficaram neutros. No �ltimo cap�tulo desse ressentimento entre as duas legendas, o senador eleito Cid Gomes (PDT-CE) criticou o PT publicamente por n�o "reconhecer erros".
"Querido, o PT disputa elei��o, tem um projeto. E a disputa eleitoral pressup�e voc� estabelecer maiorias atrav�s do voto. Se n�s temos maioria, n�s temos que exercer essa prerrogativa. N�o nos cabe pedir desculpas por termos ido ao segundo turno, por termos feito articula��es pol�ticas que nos levaram ao segundo turno. Isso � da natureza dos partidos pol�ticos. Fizemos as articula��es que ach�vamos corretas para disputar o processo eleitoral. O povo entendeu essas articula��es como corretas e nos colocou no segundo turno", rebateu a senadora.
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