Presidente do PROS pode destruir provas sobre avi�o, avalia juiz

Ao decretar a pris�o de Eur�pedes J�nior, presidente do PROS, o juiz Heitor Moura Gomes, da 2� Vara Federal de Marab� (PA) afirma ver ind�cios de que, em liberdade, o mandat�rio da sigla poderia ocultar vest�gios da compra de um avi�o com recursos da sa�de destinados pela uni�o ao munic�pio no interior do Par�.

"A pris�o pode auxiliar no desvendamento de provas outras e de outros envolvidos, enquanto que, caso em liberdade, possivelmente poderiam tentar ocultar ou destruir provas eventualmente existentes e relacionadas, em especial, a negocia��o envolvendo a aeronave prefixo PT-VQW", anotou.

A investiga��o mira em suposto esquema de desvios de mais de R$ 2 milh�es em contratos da prefeitura de Marab� para compra de gases medicinais no interior do Par�. Parte dos valores teria sido destinada � compra de uma aeronave por Jo�o Salame Neto, ex-prefeito de Marab�. Com a suposta ajuda de assistentes, como Emmanuelly Gomes Mendes e Josimar Eneas da Costa, a compra teria sido ocultada por meio da venda do avi�o ao PROS, partido dirigido por Eur�pedes.

Segundo consta nos autos, "a investiga��o tenta, basicamente, apurar o rastro das verbas p�blicas federais que seriam utilizadas para compras de gases medicinais, assim como os valores utilizados para comprar a aeronave PT-VQW e R$ 100 mil repassados das contas da Oxipar (movimentada por Josimar Eneas da Costa) a Emmanuelly Gomes Mendes e outras pessoas, ressaltando que as empresas Oxipar e WJE entre 2013 e 2016 receberam mais de R$ 10 milh�es da prefeitura de Marab�/PA, valores referentes a verbas p�blicas federais".

"N�o obstante isso, seria feita a an�lise do caminho de verbas p�blicas e destinat�rios mesmo que n�o envolvessem verbas p�blicas federais e que devem ser apurados pelas autoridades municipais e estaduais competentes", segue o relat�rio do juiz.

As investiga��es d�o conta de que as "empresas que mantinham contrato com a prefeitura de Marab� tinham dificuldades para receber os pagamentos e eram 'convidadas' a negociar para que os pagamentos fossem efetuados; que as negocia��es eram feitas por Washington, com ci�ncia de Jo�o Salame, quem dava ordens para que os pagamentos fossem realizados; que a operacionaliza��o do recebimento desses valores era feita por Washington e Jos� do Esp�rito Santo; que, via de regra, os saques eram realizados na boca do caixa das contas de referidas empresas".

"De forma mais espec�fica analisa alguns pontos, como o percurso de verbas p�blicas federais repassadas �s empresas de Josimar En�as da Costa (Oxipar e WJE), com a intermedia��o de Emmanuelly, at� as contas de Jo�o Salame, tudo com a operacionaliza��o de Washington, Jos� do Esp�rito Santo e Erisvan; a compra da aeronave prefixo PT-VQW por Josimar En�as da Costa para Jo�o Salame, utilizando recursos p�blicos federais e o repasse da mesma ao partido Republicano da Ordem Social; a forma sistem�tica como recursos p�blicos de diversos contratos p�blicos foram sacados em esp�cie das contas dessas empresas e destinadas para Jo�o Salame e seus auxiliares", consta nos autos.

"Concluiu das investiga��es que Jo�o Salame era o verdadeiro propriet�rio da aeronave; que Josimar Eneas da Costa, sob orienta��es de Jo�o Salame, como forma de manter seus contratos superfaturados com a Prefeitura de Marab� e ter facilitados o recebimento de tais valores, aceitou a servir de 'laranja' para a compra de aeronave com verba p�blica federal desviada dos contratos que mantinha com a Prefeitura de Marab�; que Jo�o Salame teria apresentado os pilotos e propriet�rios da aeronave; que Jo�o Salame teve a ideia de o PROS adquirir a aeronave", diz o texto.

"Que o contrato firmado entre Josimar Eneas da Costa e a empresa Alta Empreendimentos teria sido forjado para esconder o verdadeiro negociante, Jo�o Salame; que simulado o contrato entre Alta empreendimentos e o PROS, pois este j� seria o real propriet�rio da aeronave mesmo antes da assinatura do contrato; que Jo�o Salame seria o elo entre todos os investigados; que a tentativa de pagamento de R$ 400 mil por Eur�pedes, atrav�s das contas do PROS teve como finalidade simular que o PROS teria comprado legitimamente a aeronave", consta na decis�o que determinou a pris�o dos investigados.

Defesas

O PROS divulgou nota sobre a opera��o, em que informa que "preza pela lisura e transpar�ncia de sua gest�o" e que n�o tem "qualquer rela��o" com a opera��o nem com a prefeitura de Marab�. A sigla informa ainda que Jo�o Salame, ex-prefeito de Marab� n�o � filiado � legenda.

O PROS informa tamb�m que a men��o � sigla "d�-se ao fato de o partido ter adquirido, dentro da legalidade, seguindo todos os tramites legais, uma aeronave no Estado do Par�". "Tanto � que a aeronave citada foi comprada, paga e j� at� vendida pelo partido", o que, de acordo com a sigla, foi informado � Justi�a Eleitoral.

Por fim, o PROS diz que n�o h� "qualquer envolvimento do partido ou do presidente da legenda em atos il�citos" e que "as movimenta��es partid�rias s�o devidamente informadas aos �rg�os competentes, conforme determina a lei"

O espa�o est� aberto para a manifesta��o de todos citados nesta reportagem.