
A privatiza��o de servi�os p�blicos em Minas Gerais e constradi��es no programa de governo tomaram conta do debate entre o empres�rio Romeu Zema (Novo) e o senador Antonio Anastasia (PSDB), promovido na tarde deste s�bado pela TV Record. No primeiro bloco, os candidatos a governador de Minas Gerais fizeram perguntas entre si sobre temas sorteados pela emissora.
Primeiro a perguntar, Zema questionou o advers�rio sobre alternativas para gerar empregos em Minas – estado que tem hoje 1,5 milh�o de desempregados. Anastasia ressaltou a necessidade de se criar um ambiente favor�vel � vinda de empresas para o estado, gerando postos de trabalho.
“Mas n�o podem ser subempregos, como aqueles que o senhor comentava h� pouco, de R$ 300 no Vale do Mucuri n�o, mas empregos bem remunerados e que possam manter as fam�lias”, disse o tucano, referindo-se a entrevista concedida por Romeu Zema em que ele comentou sobre sal�rios de R$ 300 para empregadas dom�sticas na regi�o.
O assunto voltou � tona em uma pergunta sobre fake news. Zema disse que n�o defendeu o sal�rio de R$ 300, apenas comentou. Segundo ele, a campanha advers�ria teria editado a entrevista para prejudic�-lo. “Basta ver o v�deo, reconhe�a que voc� foi infeliz na sua coloca��o”, argumentou Anastasia. Zema rebateu dizendo que n�o conseguir� levar empresas de tecnologia com sal�rios de R$ 5 mil ou R$ 10 mil para a regi�o.
Foi o bastante para Anastasia cham�-lo de preconceituoso e classificar sua declara��o como mais um “momento infeliz da campanha”. “Por que n�o pode ter uma empresa de tecnologia para pagar R$ 5 mil? Isso � preconceito”. Nas considera��es finais, Zema voltou no assunto. “Levar para l� um polo b�lico aeroindustrial � sonho de quem n�o conhece a nossa realidade. Ent�o vamos com o p� no ch�o”.
Criticado pelo advers�rio em raz�o da pol�tica privatista apresentada no programa de governo, Romeu Zema trouxe o tema para o debate ao perguntar Anastasia sobre a opini�o dele em rela��o a privatiza��o das estradas mineiras.
“As rodovias estaduais mineiras dificilmente podem passar por concess�o porque tem pouco movimento. Podemos fazer parcerias p�blico privadas para alocar recursos do Tesouro e ter peg�digo menos oneroso para o cidad�o. Mas n�o � uma prioridade diante das necessidades dos mineiros. Uma posi��o contra a privatiza��o generalizada de v�rias estatais de Minas, como a Copasa, Cemig, Epamig e �reas de sa�de e educa��o”, argumentou.
Zema rebateu a cr�tica ao afirmar que a privatiza��o significou a melhoria na presta��o de servi�o e pre�os da telefonia.
O candidato assegurou ainda que a privatiza��o “s� vai ser feita se houver melhoria para a popula��o. N�o haver� a troca do monop�lio estatal pelo privado” e negou que v� entregar para a iniciativa privada os setores de sa�de e educa��o.
A pol�mica em torno da lei que destina cotas para deficientes p�blicos nas empresas tamb�m foi tema do debate. No segundo bloco, em que os candidatos responderam a perguntas dos jornalistas, Antonio Anastasia acusou o advers�rio de ter se manifestado contra a legisla��o durante entrevista � imprensa. J� Zema argumentou que a fale dele foi editada pela campanha do tucano para prejudic�-lo, e ressaltou que tem centenas de deficientes nas lojas de sua empresa de eletrodom�sticos.
Rela��o com Assembleia
Zema reclamou do “toma l� da c�” na rela��o do Executivo e Legislativo e disse que a pr�tica n�o existir� em seu governo. Ele afirmou ainda que pretende reunir-se com os deputados estaduais pelo menos uma vez por m�s. “Se os mesmos pol�ticos de sempre tivessem boas ferramentas de gest�o, n�o ter�amos enfrentado no Brasil o desastre de 2015 e 2016”, afirmou o candidato, referindo-se � Opera��o Lava-Jato. Zema disse ainda que ter� t�cnicos em seu secretariado, e n�o pol�ticos.
A�cio Neves
Questionado sobre uma poss�vel participa��o no governo de seu padrinho pol�tico, o senador A�cio Neves (PSDB), Anastasia argumentou que ele foi eleito deputado federal e ele vai exercer mandato na C�mara dos Deputados. “O senador n�o far� parte do meu governo e nem seus familiares”, assegurou. Teremos um n�cleo duro extremamente tecnico na administra��o. “Sou t�cnico, professor de universidade e cai na pol�tica por acaso”. Zema reclamou que a condu��o da campanha “parece” ter a participa��o do A�cio Neves.
“Quando a gente v� os ataques baixos dizemos 'isso n�o tem cara do Anastasia. Parece ser coisa da turma do A�cio'”. Anastasia agradeceu mas disse que as cr�ticas s�o feitas a partir de declara��es dele � imprensa e do plano de governo registrado no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). “Reitero, o A�cio Neves n�o est� na minha campanha e n�o participar� do meu governo”.
Programa de governo
A discuss�o do programa de governo de Romeu Zema esquentou o clima no terceiro bloco do debate. Questionado sobre temas como seguran�a no campo e sa�de, a o empres�rio admitiu que v�rios pontos ser�o alterados a partir de conversas que o candidato teve com a popula��o ao longo da campanha.
“Depois de percorrer cidades em Minas, vendo, discutindo, escutando as pessoas, vi que d� para mudar o plano de governo. Fiz o programa escutando as pessoas, n�o em escrit�rio com secret�ria”, afirmou Zema. “Quem fala demais d� bom dia a cavalo. Seu programa tem 'aberra��es' que a cada momento o senhor diz que alguma coisa foi retirada”.
Metamorfose ambulante
Nas considera��es finais, Romeu Zema afirmou que encarou o desafio de ser candidato a governador para “mudar Minas” e porque n�o quer que os filhos vivam em um pa�s sem esperan�a e emprego. Primeiro colocado nas pesquisas de inten��o de votos com ampla vantagem sobre Anastasia, Zema disse que a campanha do advers�rio parece estar “em desespero” e reclamou da divulga��o de fake news para prejudic�-lo.
J� Anastasia ressaltou a sua origem t�cnica e refor�ou que n�o tem origem ou parentes na pol�tica. Aproveitou para criticar Zema, que para ele � uma “metamorfose ambulante”. “Suas ideias mudam e n�s n�o conhecemos. Ele tem que se apresentar bem aos mineiros. N�s n�o temos fake news, n�s temos � realidade”, argumentou.