(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Quem s�o os principais nomes das campanhas de Bolsonaro e Haddad

Ao redor de Jair Bolsonaro (PSL) e de Fernando Haddad (PT), h� pessoas que desde j� s�o o apoio principal dos candidatos. E que seguir�o � frente nas equipes depois do segundo turno. Conhe�a os principais homens e mulheres que fazem o trabalho


postado em 22/10/2018 08:35 / atualizado em 22/10/2018 08:59

Ao ser reeleito pela s�tima vez como deputado federal pelo Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro (PSL) tomou a decis�o de se tornar o “zero um” da pol�tica brasileira. Aproveitou o desgaste do PT, com mais de uma d�cada de poder, e come�ou a se articular entre os militares para analisar sua for�a como eventual candidato � Presid�ncia da Rep�blica.

Pegou na m�o de poucos conselheiros e tra�ou uma estrat�gia inicial para se colocar no jogo. Precisava levantar dinheiro, formar alian�as, ter mais liberdade dentro do partido e aprofundar seus conhecimentos em mais assuntos — como a economia —, antes de investir todo o capital pol�tico na tentativa de chegar ao Planalto. Ao longo da campanha, todos esses instrumentos acabaram escanteados. Sem dinheiro, sem apoio e em um novo partido, Bolsonaro, que ainda n�o entende de economia, larga na frente rumo ao segundo turno.

“A gente n�o acreditava que essas coisas fossem acontecer com tanta desenvoltura. Tivemos exemplos a� que n�o deram certo. O desgaste dos petistas fez com que a candidatura se viabilizasse sem a m�nima estrutura. Outro cara com o mesmo perfil do Bolsonaro foi para a briga no Executivo e acabou sem nada. Inclusive sem mandato aqui na C�mara”. O coment�rio � de um dos aliados de Jair Bolsonaro no PSL, onde o capit�o costuma ser comparado ao ex-advers�rio, Cabo Daciolo (Patriota-RJ). “O que a gente v� acontecendo a� com o Daciolo poderia muito bem ter acontecido dentro do partido. Bolsonaro n�o tinha toda essa for�a, mas a ideia de tudo o que ele representa � algo t�o caro ao eleitor que n�o importa se tem dinheiro, nome, fam�lia... Bolsonaro representa uma promessa de mudan�a”, conta o conselheiro do capit�o reformado.

Rigor


O rigoroso comportamento do militar fez com que dif�ceis decis�es fossem tomadas na constru��o da candidatura. “Notamos que foi necess�rio soltar a m�o de algumas pessoas, superar o trauma de um ataque... Longe dos holofotes, o candidato conseguiu se manter como promessa de mudan�a na cabe�a dos brasileiros”, aponta o professor de ci�ncia pol�tica da Universidade Estadual de Goi�s (UEG) Guilherme Silva Prado. “Tudo isso � fruto de planejamento, de oportunidades bem aproveitadas. O candidato usou as redes sociais num momento em que elas se tornaram protagonistas. Aproveitou a onda antipetista para pregar exatamente o contr�rio do que o partido representa. Isso � usar os acontecimentos com sabedoria. Como disse, planejamento”, detalha o especialista.

Dois elos unem praticamente todos os que cercam o deputado federal. Um deles � o sentimento antipetista. O outro, o militarismo. Foi a irrita��o de Bolsonaro com o PT, em 2014, que fez com que o candidato se aproximasse de Gustavo Bebianno, presidente do PSL, e mudasse para o partido com a promessa de “mais liberdade”. O passado no Ex�rcito fez com que o candidato permanecesse ligado aos colegas de quartel e prometesse a alguns uma vaga na Esplanada. Na �ltima semana antes do segundo turno, resultados mapeados pelas �ltimas pesquisas mostram que o capit�o ter� uma confort�vel vantagem nas urnas. Tudo indica que a miss�o ser� cumprida com �xito.

General Hamilton Mour�o

(foto: Nelson Almeida/AFP)
(foto: Nelson Almeida/AFP)

A verve atuante do candidato � vice-presid�ncia pelo PTRB j� causou desaven�as com Jair Bolsonaro. Frases pol�micas, encontros n�o avisados e solu��es improvisadas s�o alguns pontos que incomodam o presidenci�vel. Ainda assim, o general tem grande influ�ncia perante o capit�o — mesmo que os discursos p�blicos de Bolsonaro pare�am desautorizar Mour�o. O candidato a vice � visto como grande articulista e tenta trabalhar independentemente na solu��o de temas que julga importantes para a “ordem do pa�s”. Defende o “despertar da luta patri�tica”, uma exalta��o aos militares que traz problemas de imagem � chapa. Mour�o ser� uma esp�cie de “coordenador” dos ministros que vieram do servi�o militar.

Paulo Guedes

(foto: Daniel Ramalho/AFP)
(foto: Daniel Ramalho/AFP)

Apontado como “c�rebro econ�mico” de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes ser� o respons�vel pela viabilidade dos planos do PSL na �rea econ�mica de um eventual governo. � um dos conselheiros mais pr�ximos do candidato, presente em quase todas as reuni�es de campanha. Economista, defende a privatiza��o sem restri��es de empresas e ag�ncias governamentais e � apontado como o garoto-propaganda de Bolsonaro junto ao mercado financeiro. Guedes ter� papel importante ao assumir o aglutinado Minist�rio da Economia durante a gest�o de um presidente que � assumidamente fraco neste tema.

Onyx Lorenzoni

(foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
(foto: Luis Macedo/C�mara dos Deputados)

Um eventual governo Bolsonaro ter� o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) como ministro da Casa Civil, pasta que responde pela articula��o pol�tica do governo. Reeleito para um novo mandato na C�mara e membro da bancada ruralista, o democrata � o atual coordenador pol�tico da campanha do PSL. Foi um dos articuladores para conseguir o apoio oficial dado � chapa pela Frente Parlamentar Agropecu�ria (FPA), grupo que congrega deputados e senadores ligados ao agroneg�cio. Lorenzoni � um dos mais insistentes cr�ticos do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), a quem frequentemente acusa de ser “chefe da quadrilha” respons�vel pela corrup��o no Brasil.

Gustavo Bebianno


(foto: Mauro Pimentel/AFP)
(foto: Mauro Pimentel/AFP)

Cotado para ser ministro da Justi�a na gest�o de Bolsonaro, Bebianno � um admirador do capit�o que se tornou seu bra�o direito. Presidente do PSL e advogado de carreira, ofereceu consultoria gr�tis ao deputado em 2014, quando Jair Bolsonaro enfrentava duras cr�ticas do PT na C�mara. Foi o motivo da mudan�a de partido (antes, o capit�o era do PSC) e estimulou a candidatura � Presid�ncia da Rep�blica, considerada pelos mais cautelosos como algo “fora de cogita��o” no ano passado. Foi um dos poucos amigos que ficaram no hospital quando o candidato sofreu o atentado em Juiz de Fora (MG), durante com�cio.

General Augusto Heleno

(foto: Mauro Pimentel/AFP)
(foto: Mauro Pimentel/AFP)

Foi o primeiro nome colocado � mesa em se tratando da vice-presid�ncia de Bolsonaro e um dos tr�s generais que ajudaram a articular o plano de governo do partido. Defende pol�ticas conservadoras e atua como uma esp�cie de conselheiro na �rea da seguran�a p�blica. Critica de maneira ferrenha a esquerda e tudo o que ele acredita que ela representa. � favor�vel ao uso da for�a em determinadas decis�es e considerado um dos mais pr�ximos conselheiros de Jair Bolsonaro. Costuma estar acompanhado de ao menos dois militares de alta patente durante suas reuni�es, inclusive com o candidato � Presid�ncia. � o prov�vel ministro da Defesa.

O professor tem auxiliares


De vice do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva � cabe�a de chapa, Fernando Haddad (PT) � candidato � Presid�ncia desde 11 de setembro. Preso em Curitiba, Lula teve a candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por se enquadrar na Lei da Ficha Limpa. Em 2012, quando foi eleito prefeito de S�o Paulo, Haddad ficou conhecido por ser o “segundo poste do ex-presidente” — uma alus�o ao papel que Dilma Rousseff protagonizou no pleito de 2010. Seis anos depois, a frase volta � tona, mas dessa vez com outro vi�s: “Volto ao cargo de poste”, disse Haddad, quando estava sendo cotado, em julho, para substituir o amigo na chapa O Brasil feliz de novo. Agora, o professor universit�rio, doutor em Filosofia e mestre em economia, disputa o segundo turno do pleito contra Jair Bolsonaro (PSL) com nomes importantes por tr�s da candidatura dele.
 
No dia seguinte ao resultado do primeiro turno, 8 de outubro, Haddad voltou a Curitiba para a carceragem da Pol�cia Federal, onde Lula cumpre pena de 12 anos desde o �ltimo 7 de abril. Ele queria agradecer o apoio do ex-presidente durante a corrida ao Planalto e recebeu uma esp�cie de �ltima b�n��o, como um afago para continuar na briga. A viagem era comum e, rotineiramente, ele ia acompanhado da presidente petista, Gleisi Hoffmann. A aproxima��o com o ex-presidente deu a Haddad visibilidade, mas trouxe consigo a rejei��o; o sentimento antipetista ganhou espa�o entre o eleitorado, principalmente depois que Lula foi preso.
 
Para a segunda fase do pleito, tem o apoio apenas de Guilherme Boulos (PSol) e da vice Manuela D’�vila (PCdoB), que o acompanha desde quando era apenas a vice do vice. Mas ainda parece n�o ser suficiente. Agora, o petista precisa se afastar de Lula, buscar o distanciamento do legado do governo Dilma — que sofreu um impeachment em 2016 —, se separar dos esc�ndalos de corrup��o envolvendo o partido e mostrar ser um gestor competente para reverter o cen�rio econ�mico do pa�s. Esses s�o uns dos principais desafios de Haddad desde quando entrou na disputa eleitoral. “A b�n��o de Lula fidelizou o eleitorado, mas atingiu um teto. Agora, tem que apostar em outras coisas. O plano de governo � bom, mas sofreu mudan�as para conquistar eleitores que n�o votaram no Bolsonaro no primeiro turno e ainda conversam com a esquerda. Mas Haddad � extremamente capacitado”, diz um integrante do partido.
 
Participaram das propostas de Haddad pessoas escolhidas a priori por Lula, seis meses antes da homologa��o da candidatura. Entre elas, est�o o economista M�rcio Pochmann e o ex-deputado petista Renato Sim�es. As consultorias do experiente Jaques Wagner, articulador pol�tico, com a postura mais radical de Gleisi Hoffmann, e o ex-presidente da Petrobras Jos� S�rgio Gabrielli apresentaram medidas efetivas para o pa�s que, no segundo turno, foram adaptadas. Para o deputado federal Carlos Zaratini (PT), Haddad fez um plano baseado na experi�ncia dos projetos que o partido construiu por 13 anos. “S�o propostas que deram certo, mas agora est�o focadas, sobretudo, em reverter a crise financeira e recuperar empregos”, acrescenta. “M�rcio e Renato se destacam na �rea econ�mica, enquanto Jaques Wagner e Gleisi Hoffmann ganham enfoque no setor estrat�gico”.

Luiz In�cio Lula da Silva

(foto: Nelson Almeida/AF)
(foto: Nelson Almeida/AF)

Escolheu Haddad para ser o substituto dele nestas elei��es. Manteve, desde antes de ser preso, em 7 de abril, o controle da campanha petista e o avan�o do partido durante a disputa.  Do Paran�, arquitetou as alian�as pol�ticas, sobretudo do primeiro turno, quando conseguiu que a sigla de Carlos Siqueira, o PSB, firmasse apoios pontuais ao PT, e deixasse Ciro Gomes (PDT), principal concorrente na ala da esquerda, isolado; fechou com Manuela D’Avila (PCdoB) para ser a “vice do vice” e, se precisasse, se tornaria vice oficial — como foi feito. Tamb�m aconselhou caciques petistas e mobilizou a milit�ncia de todo o pa�s por meio de v�deos gravados anteriormente e cartas p�blicas.

Gleisi Hoffmann


(foto: Nelson Almeida/AFP)
(foto: Nelson Almeida/AFP)

Presidente do PT, Gleisi Hoffmann � pe�a importante no setor estrat�gico da campanha de Haddad. A rela��o entre os dois chegou a ficar estremecida durante o imbr�glio em torno da candidatura de Lula — ela demorou a assumir que Haddad seria o sucessor do ex-presidente e, at� o momento final, negou que houvesse um plano B. A deputada federal rec�m-eleita � respons�vel por fazer o meio de campo entre a popula��o e Lula. Com a experi�ncia na vida pol�tica e liga��o com o ex-presidente, Gleisi foi pe�a-chave nesta trajet�ria — sobretudo com a milit�ncia.

Manuela D’Avila


(foto: Nelson Almeida/AF)
(foto: Nelson Almeida/AF)

Antes mesmo de firmar acordo com o PT, a deputada estadual do Rio Grande do Sul j� defendia a uni�o do campo da esquerda — entre PT, PCdoB, PDT e PSol — durante a pr�-campanha presidencial. A parlamentar afirmava que s� desistiria da pr�pria candidatura se as siglas se apoiassem. Desde ent�o, atua nas ruas com a milit�ncia, participa de atos onde ressalta as escolhas em prol de um futuro governo de esquerda e democr�tico e participou da elabora��o de parte das propostas do plano de governo petista.

Jaques Wagner

(foto: Evaristo Sá/AFP)
(foto: Evaristo S�/AFP)

Articulador pol�tico da campanha de Haddad, o senador eleito pela Bahia Jaques Wagner � quem mant�m conversas com vi�s de apoio pol�tico e vis�o estrat�gica da trajet�ria do candidato at� aqui. Uma das figuras mais respeitadas dentro do partido, Wagner saiu dos bastidores e defende a necessidade de outros pol�ticos, mesmo de ideologias distintas, firmarem alian�a com o correligion�rio. “N�o precisa ser apaixonado pelo PT, pode at� ter raiva do PT”, disse recentemente. O senador est� firme na busca por aliados: conversa com interlocutores do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com a candidata da Rede, Marina Silva, e Ciro Gomes (PDT).

Jos� S�rgio Gabrielli (foto) e M�rcio Pochmann

(foto: Evaristo Sá/AFP)
(foto: Evaristo S�/AFP)

Ambos participaram da elabora��o do plano de governo de Haddad. O ex-presidente da Petrobras Jos� S�rgio Gabrielli desempenha a fun��o de coordenador-geral da campanha de Haddad, enquanto o economista M�rcio Pochmann � assessor econ�mico do candidato. Atualmente, Pochmann se divide entre a sala de aula da Universidade Federal de Campinas (Unicamp) e o escrit�rio da Funda��o Perseu Abramo, instituto de estudos pol�ticos e econ�micos fundado pelo PT em 1996. Pochmann foi secret�rio do Desenvolvimento da Prefeitura de S�o Paulo de 2001 a 2004; presidente do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) de 2007 a 2012, e, em 2014, candidato pelo PT � Prefeitura de Campinas, mas n�o venceu o pleito.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)