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Estado de Minas POL�TICA

'A vitimiza��o sempre foi fator na decis�o de voto', diz Cesar Maia


postado em 23/10/2018 11:00

Derrotado nas elei��es por uma vaga ao Senado pelo Rio de Janeiro, o ex-prefeito e atual vereador no Rio Cesar Maia (DEM) afirma que o atentado contra o candidato do PSL � Presid�ncia, Jair Bolsonaro, foi fundamental para o crescimento do presidenci�vel nas pesquisas de inten��o de voto.

Segundo ele, o epis�dio deu a Bolsonaro um espa�o na m�dia maior do que o tempo de exposi��o que tinha no hor�rio eleitoral da televis�o - que era m�nimo - e o apresentou ao eleitor como v�tima.

"A vitimiza��o sempre foi um significativo fator na decis�o de voto", afirma Maia, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Perguntado se a eventual elei��o do candidato do PSL poderia representar um risco � democracia, respondeu que isso "� uma besteira enorme ou completo desconhecimento das institui��es p�s-Constituinte, j� testadas em v�rios momentos".

Maia considera ainda que, ao tentarem explicar os resultados do primeiro turno, os analistas pol�ticos t�m esquecido os efeitos da Opera��o Lava Jato - a a��o levou � cadeia ou a serem processados criminalmente muitos pol�ticos. O ex-prefeito comparou os efeitos da a��o brasileira aos da Opera��o M�os Limpas, que varreu a pol�tica da parlamentarista It�lia nos anos 1990.

"Num presidencialismo vertical como o nosso, o efeito da Opera��o Lava Jato, se n�o for entendido pelos vencedores atribuindo-se causas, pode gerar um impasse legislativo. Isso vai depender, se for o caso, do entendimento do presidente."

Como o senhor avalia o impacto das fake news na vit�ria de Bolsonaro? Muitos especialistas dizem que as redes de WhatsApp da fam�lia e a dissemina��o de not�cias falsas em progress�o geom�trica teriam sido cruciais para a vit�ria.

N�o creio. Essa � uma vis�o ing�nua das redes sociais. J� escrevi que os analistas estavam se esquecendo da Lava Jato, na mesma din�mica da opera��o M�os Limpas e com o mesmo impacto no Parlamento. A tentativa de assassinato alterou a exposi��o dele na m�dia, que ficou muito maior que o tempo de TV eleitoral que ele n�o tinha, mudou o quadro das pesquisas. A vitimiza��o sempre foi um significativo fator na decis�o de voto.

O senhor considera que a elei��o de Bolsonaro pode ser um risco real � democracia?

De forma alguma. Isso � uma besteira enorme ou completo desconhecimento das institui��es p�s-Constituinte, j� testadas em v�rios momentos.

Em an�lise publicada em seu blog, o senhor compara o que est� acontecendo no Brasil hoje ao que ocorreu na It�lia alguns anos atr�s, durante a opera��o M�os Limpas, e a subsequente elei��o de Berlusconi. Qual a rela��o entre tais opera��es contra a corrup��o e o surgimento de lideres da extrema-direita?

A rela��o n�o � ideol�gica. O impacto percebido nas ruas pelo "sentimento popular" atingiu todos o espectro pol�tico. Mas favoreceu mais os que estavam inc�lumes a fatos contaminadores.

Mas no caso da It�lia, o regime � parlamentarista. Como fica essa situa��o no caso do Brasil, que � presidencialista, diante de uma poss�vel elei��o de Bolsonaro?

Na opera��o M�os Limpas, no parlamentarismo, mudaram os personagens e a nominata dos partidos, mas a estabilidade parlamentar se manteve mesmo que oscilando as maiorias. Num presidencialismo vertical como o nosso, o efeito da Opera��o Lava Jato, se n�o for entendido pelos vencedores atribuindo-se causas, pode gerar um impasse legislativo. Isso vai depender, se for o caso, do entendimento do presidente.

O senhor acredita ser poss�vel a cria��o de uma grande frente ligada � candidatura de Fernando Haddad?

N�o acredito. A pulveriza��o pol�tico-parlamentar nessa elei��o mostra que os blocos ser�o reconstru�dos no Parlamento, e n�o na campanha presidencial. As "mensagens" das campanhas � que ser�o fundamentais. Por exemplo, no Rio todos pensavam que o tema era a seguran�a p�blica e desemprego, e n�o foi.

Como o senhor explica a derrota de sua candidatura ao Senado? O senhor esteve � frente nas pesquisas de inten��o de voto praticamente durante toda a campanha. O que houve?

A regionaliza��o do voto no Rio � assim h� muitas d�cadas. Perdi na Baixada e em S�o Gon�alo. Nas pesquisas anteriores, Lindbergh Farias (candidato do PT, tamb�m derrotado para uma vaga no Senado) vencia a�, e a diferen�a era pela margem de erro. Arolde (de Oliveira, do PSD) venceu a� e por uma diferen�a global inferior a 1%. Em cada Estado, h� uma explica��o. Aqui no Rio, para o Senado, a impuls�o presidencial n�o explica a diferen�a entre segundo e terceiro. A evang�lica, sim, para aquelas regi�es.

Qual o peso real dos evang�licos nessa disputa eleitoral?

As igrejas evang�licas tiveram pela primeira vez um peso maior que a cat�lica nessas elei��es no Rio. Seu ativismo e adapta��o �s regras do TRE as diferenciou e muito. O vice de (Wilson) Witsel (candidato ao governo do Estado pelo PSC) � vereador cat�lico militante, mas isso nunca foi usado, pelos fatos e cen�rios.

O senhor atribuiu o crescimento, na disputa pelo governo do Rio, de Wilson Witzel, que chegou em primeiro no primeiro turno, ao apoio dos Bolsonaro?

Os sinais que ele se aproximaria e poderia ultrapassar Eduardo Paes (DEM) eram n�tidos nos �ltimos dias ou at� um pouco antes (do primeiro turno). As pesquisas medem opini�o p�blica. Na Inglaterra nos anos 30 se diferenciava "sentimento popular" de "opini�o p�blica". Sentimento popular � uma rea��o mais ou menos difusa das pessoas aos fatos.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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