Proposta de Bolsonaro de meta para d�lar repercute negativamente no governo

A proposta do candidato Jair Bolsonaro (PSL) � Presid�ncia da Rep�blica de adotar uma meta para d�lar, caso eleito neste domingo, 28, repercutiu negativamente na �rea econ�mica do governo federal. A avalia��o corrente � que a sugest�o do l�der das pesquisas de controle do c�mbio, apresentada em entrevista ao site Poder360, pode dificultar a forma��o de equipe com reconhecida experi�ncia t�cnica n�o s� no BC como no restante da �rea econ�mica.

A proposta fragiliza o trip� macroecon�mico, baseado em controle da infla��o, responsabilidade fiscal e regime de c�mbio flutuante. Ou seja, incompat�vel com meta para o d�lar.

Incomodou, sobretudo, a sinaliza��o dada por Bolsonaro na entrevista de que o homem forte de um eventual governo ser� o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) em contraponto ao economista Paulo Guedes, que ficou conhecido com o seu "posto Ipiranga" e coordenador do seu programa econ�mico.

Na entrevista ao Poder360, Bolsonaro deixou claro que as indica��es para a forma��o da equipe econ�mica ter�o como palavra final o crivo de Onyx Lorenzoni. "Ele (Guedes) tem uma lista de nomes para a equipe econ�mica e muitos j� s�o do meu conhecimento. Vou conversar com o Paulo Guedes e quem depois vai bater o martelo � o Onyx, que ser� o coordenador de tudo", disse.

Um integrante da equipe econ�mica disse que a posi��o de Bolsonaro assustou. A fonte lembra que, durante a campanha no primeiro turno, o candidato do PDT ao Pal�cio do Planalto Ciro Gomes foi bastante criticado pelo mercado por incluir no seu programa proposta que previa que a taxa de c�mbio deveria "oscilar, com reduzida volatilidade, em torno de um patamar competitivo para a ind�stria nacional". A equipe de Ciro tamb�m defendeu na �poca a cria��o de uma esp�cie de Copom para o c�mbio.

Bolsonaro e sua equipe j� sinalizaram que podem contar com alguns integrantes da equipe econ�mica, entre eles, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, que poderia permanecer no cargo numa fase de transi��o. Al�m do presidente, o BC conta com oito diretores. O secret�rio do Tesouro, Mansueto Almeida, e o assessor especial do Minist�rio da Fazenda, Marcos Mendes, tamb�m s�o cotados a permanecer no cargo.

Na entrevista ao site Poder360, o l�der nas pesquisas eleitorais disse que pediu ao economista Paulo Guedes a ado��o desses par�metros para o trabalho da autoridade monet�ria. O candidato afirmou ainda que a indica��o para a presid�ncia do �rg�o ser� feita j� nas pr�ximas semanas. "O presidente do Banco Central ter� liberdade para decidir dentro de par�metros. O controle da infla��o n�o pode ser apenas taxa de juros. O Banco Central dever� ter intelig�ncia", disse o candidato na entrevista concedida na sexta-feira � tarde, por telefone.