Romeu Zema (Novo) � eleito governador de Minas

O empres�rio Romeu Zema (Novo) ser� o novo governador de Minas Gerais. O empres�rio teve 71,8% dos votos dos mineiros (6.963.914) contra 28,2% (2.734.535) do candidato Antonio Anastasia (PSDB). A vit�ria confirma a larga vantagem que o candidato do Novo apresentava nas pesquisas ao longo de todo o segundo turno, ap�s a surpreendente vit�ria em primeiro turno, com 43,05%.

Durante toda a campanha, Zema admitiu que n�o conhecia os detalhes da administra��o p�blica e que n�o hesitaria em mudar propostas em seu plano de governo. “Sou novato, mas estou aprendendo e vou mostrar que sei fazer melhor do que os pol�ticos experientes.”

Natural de Arax�, cidade do Alto Parana�ba, o empres�rio de 54 anos, completados neste domingo, apostou na cobran�a por mudan�a da popula��o e no crescente sentimento de rejei��o aos pol�ticos tradicionais para vencer as elei��es. “As pessoas est�o cansadas dos pol�ticos de sempre. Eles n�o entenderam que as velhas pr�ticas n�o t�m mais espa�o com o eleitor”, avaliou Zema durante ato de campanha.

O empres�rio se candidatou pela primeira vez a um cargo p�blico ap�s receber convite do Partido Novo para disputar o Pal�cio da Liberdade. Bisneto de Domingos Zema, fundador do Grupo Zema, o empres�rio ficou quase tr�s d�cadas � frente do grupo, que tem mais de 400 lojas espalhadas pelo estado, com 5 mil funcion�rios e faturamento anual de cerca de R$ 3 bilh�es. Durante a campanha, no entanto, veio � tona sua filia��o ao PR por 18 anos. Ele afirmou que n�o se lembrava de ter assinado a ficha do partido e que jamais participou de qualquer evento da legenda.


Zema � o mais velho de tr�s irm�os e come�ou a ajudar nas lojas do seu pai ainda crian�a, com 11 anos. Trabalhou como officeboy, estoquista, caixa e vendedor. Ap�s se formar em administra��o pela Funda��o Getulio Vargas (FGV), em S�o Paulo, fez especializa��o em Harvard, nos Estados Unidos. � divorciado e pai de dois filhos, um estudante de engenharia de 22 anos, que mora na capital paulista, e uma filha de 25, que vive em Londres, no Reino Unido. Apesar de ser o candidato ao governo de Minas com o maior patrim�nio (R$ 69,7 milh�es) declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Zema teve gastos bem menores em compara��o com as campanhas do governador Fernando Pimentel e do senador Antonio Anastasia. Enquanto o petista, derrotado no primeiro turno, desembolsou R$ 6,6 milh�es e o tucano, R$ 10,6 milh�es, Zema gastou R$ 2,4 milh�es. Em sua campanha, Zema frisava sempre que “colocou o p� na estrada” para visitar centenas de cidades.



O ent�o candidato do Novo soube aproveitar o momento de descren�a de grande parte da popula��o com pol�ticos, se apresentando como um outsider. Com forte sotaque do interior mineiro, prometeu a redu��o das secretarias e o corte de 80% nas indica��es pol�ticas. “Gastar menos do que ganha, essa experi�ncia de gest�o eu tenho e � essa experi�ncia que vai consertar Minas Gerais. � acabar com as mordomias e privil�gios dos pol�ticos, ter uma gest�o eficiente, sem puxa-sacos. � essa experi�ncia que vou levar para o setor p�blico”, afirmou Zema em sua propaganda eleitoral.
   

Fora dos debates

Com pouco espa�o na propaganda eleitoral de televis�o e de fora dos debates no primeiro turno por seu partido n�o atender aos requisitos m�nimos da legisla��o, Zema aproveitou o �nico debate no qual participou para pedir voto ao ent�o candidato � Presid�ncia da Rep�blica Jair Bolsonaro (PSL). A partir de ent�o, cresceu rapidamente nas pesquisas eleitorais, vencendo o primeiro turno com 44% dos votos v�lidos.


Assessores pr�ximos de Zema minimizaram a declara��o de apoio a Bolsonaro como fator decisivo para o crescimento do candidato, mas admitem que a “onda bolsonarista” que cresceu no final do primeiro turno influenciou o surpreendente resultado das urnas. “Vamos discutir para o resto da eternidade se a declara��o pedindo voto para Amo�do e Bolsonaro teve tanto impacto e foi assim t�o relevante. Foi uma declara��o feita � 1h da madrugada. Mas claro que teve impacto”, avalia o vereador Matheus Sim�es (Novo). A refer�ncia ao capit�o reformado foi considerada “inaceit�vel” pelo diret�rio nacional do partido, mas a situa��o foi contornada rapidamente.


Na campanha para o segundo turno, Zema voltou a declarar voto no capit�o reformado do Ex�rcito e participou de atos em favor de Bolsonaro. Mesmo sem receber o apoio formal do PSL (a legenda declarou neutralidade em Minas), o empres�rio mineiro lan�ou o bord�o “Bolsozema” para pedir votos para ele e para Bolsonaro. A t�tica deu certo e Romeu Zema chega ao Pal�cio da Liberdade quatro meses depois de aparecer nas primeiras pesquisas eleitorais com apenas 2% das inten��es de voto.