
A defesa do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva prepara um habeas corpus que tem como fundamenta��o o fato de o juiz federal S�rgio Moro ter aceitado o convite para assumir o Minist�rio da Justi�a no governo Jair Bolsonaro.
Segundo pessoas com acesso � defesa de Lula, os advogados v�o alegar que a ida de Moro para o minist�rio comprova a tese de que o juiz foi parcial e tinha motiva��es pol�ticas para condenar o ex-presidente e tir�-lo da corrida presidencial. O HC deve ser encaminhado aos tribunais superiores.
Um dos argumentos ser� a declara��o do vice-presidente eleito, general Hamilton Mour�o, de que o convite a Moro foi feito ainda durante a campanha eleitoral e que o juiz liberou a dela��o do ex-ministro Antonio Palocci, cujo principal alvo � Lula, apenas seis dias antes do primeiro turno das elei��es.
A libera��o da dela��o de Palocci �s v�speras da elei��o � um dos pontos nos quais petistas e advogados de Lula v�o explorar para refor�ar a narrativa de que Moro tratou o ex-presidente com parcialidade.
"� uma indec�ncia. Mostra claramente que ele (Moro) sempre misturou a atividade jurisdicional dele com a pol�tica", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ), que integra a defesa do ex-presidente.
Para ele, Moro deve se afastar imediatamente de todos os processos que envolvam Lula.
A ex-presidente Dilma Rousseff tamb�m explorou este fato em uma s�rie de mensagens publicadas hoje em uma rede social. Segundo ela, a libera��o da dela��o prejudicou sua candidatura ao Senado por Minas Gerais e a do candidato do PT � Presid�ncia, Fernando Haddad.
Haddad, que tirou dois dias de folga com a fam�lia na Serra da Mantiqueira, se pronunciou por meio de uma rede social. Segundo ele, a elite brasileira n�o compreende o conceito de rep�blica e o significado da escolha de Moro ficar� por conta da imprensa e entidades internacionais.
"Se o conceito de democracia j� escapa a nossa elite, muito mais o conceito de rep�blica. O significado da indica��o de S�rgio Moro para Ministro da Justi�a s� ser� compreendido pela m�dia e f�runs internacionais", escreveu Haddad.
Segundo o ex-ministro da Justi�a Tarso Genro, ao aceitar o convite Moro confirma suspeitas de que conduziu o processo de Lula de forma parcial.
"Apenas confirma as suspeitas sobre a sua isen��o, como Juiz, nos processos lawfare encetados contra Lula. Repito, n�o pelo fato de ter aceito tecnicamente as den�ncias do Minist�rio P�blico, que seriam atos normais de jurisdi��o, mas pelas formas altamente politizadas e tecnicamente manipuladas com que conduziu os processos e pelas ilegalidades de forma e conte�do que cometeu na condu��o dos mesmos", disse Tarso.