Em busca de apoio para se reeleger na C�mara, Maia acena a aliados de Bolsonaro

Em uma sinaliza��o a seus colegas e ao pr�ximo governo, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aproveitou a solenidade em comemora��o aos 30 anos da promulga��o da Constitui��o Federal para fazer acenos em prol da sua recondu��o ao cargo. Ele � um dos cotados para a corrida pelo comando da Casa a partir do ano que vem.

Maia defendeu a necessidade da vota��o da reforma da Previd�ncia, um dos temas que tem sido defendido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. O discurso do democrata chamou a aten��o do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, que, sentado na primeira fileira do plen�rio da C�mara, at� ent�o prestava aten��o apenas em seu celular.

"O fato de n�o querermos uma nova Constitui��o n�o significa negar a necessidade de reformas. � preciso controlar o d�ficit fiscal, ainda que tenhamos de enfrentar cr�ticas", afirmou Maia. Para ele, a medida vai ao encontro da busca por maior igualdade social. "N�o � poss�vel combater a desigualdade com baixo crescimento econ�mico, precisamos aumentar o dinamismo da economia e do setor p�blico", disse.

Em outra sinaliza��o a Bolsonaro e seus apoiadores, Maia afirmou que a busca pelo maior crescimento econ�mico faz parte do acordo social e destacou que a C�mara tem cumprido o seu papel, mas pode avan�ar mais. Ele tamb�m ressaltou que � preciso "dar uma resposta coordenada � viol�ncia", em refer�ncia a outro tema caro � Bolsonaro, que teve a quest�o da seguran�a p�blica como uma das suas principais bandeiras durante a campanha eleitoral.

"Democracias constitucionais s�o forjadas a partir do que somos capazes de construir em conjunto. Temos agendas que s�o prementes e envolvem ajustes. A C�mara tem feito sua parte e far� mais", afirmou.

Maia precisa do apoio do futuro presidente para continuar � frente do comando da C�mara. O partido de Bolsonaro, o PSL, no entanto, n�o v� o democrata com bons olhos. Integrantes da legenda afirmam que ele foi eleito para o cargo com o apoio de partidos de esquerda e que, por isso, n�o podem confiar nele para um novo mandato como presidente.

Citando Ulisses Guimar�es, ex-presidente da C�mara, Maia afirmou ainda que a sobreviv�ncia da democracia � condicionada � persist�ncia da Constitui��o Federal. "H� vit�rias que precisam ser lembradas, mas h� mais a fazer do que lembrar. Que n�o nos falte for�a e sabedoria para cumprir nossos des�gnios. O melhor tributo que podemos prestar � popula��o � o trabalho incessante", afirmou o atual presidente da C�mara.