O juiz federal S�rgio Moro voltou a afirmar na tarde desta ter�a-feira, 6, em coletiva de imprensa realizada em Curitiba, que n�o tem pretens�o de concorrer a cargos eletivos, mesmo tendo aceito o convite ao Minist�rio da Justi�a e da Seguran�a P�blica pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Ele disse que a decis�o de aceitar o cargo n�o contraria as declara��es que deu ao jornal O Estado de S. Paulo, quando disse que n�o entraria para a vida pol�tica.
"Na minha perspectiva, este � um cargo t�cnico. Como juiz, n�o tenho pretens�o em concorrer a cargos eletivos. N�o � essa a vis�o que tenho deste cargo", disse.
Moro afirmou ainda que n�o enxerga problemas em sair de f�rias e n�o pedir exonera��o do cargo neste momento para assumir somente no ano que vem o cargo de ministro.
"S� vou ser nomeado em janeiro. Vou me exonerar, � claro, n�o tem como assumir o cargo sem me exonerar. Mas eu n�o estou praticando atos no presente, estou planejando participa��o em um governo futuro", disse.
STF
O futuro ministro evitou falar sobre a possibilidade de ser indicado pelo presidente eleito para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Moro negou que a aceita��o do convite para ocupar a Pasta tenha sido condicionada a uma indica��o ao Supremo.
"Eu jamais estabeleceria condi��es para qualquer cargo p�blico", disse Moro. O juiz afirmou que, "se houver possibilidade" de uma vaga aberta na Corte, isso tem que ser discutido no contexto pr�prio.
Questionado sobre diverg�ncias com Bolsonaro, Moro respondeu que est� claro a rela��o de subordina��o que ter� em rela��o ao presidente da Rep�blica, mas que tanto um quanto outro podem mudar de opini�o com determinados assuntos. Caso Bolsonaro discorde com alguma proposta sua, S�rgio Moro disse que "a� vou tomar decis�o se vou continuar ou n�o continuar" no cargo.
Moro foi lembrado que o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, admitiu ter recebido dinheiro de caixa dois na campanha eleitoral para deputado federal em 2014. O juiz disse que isso j� foi esclarecido pelo parlamentar e que admira Lorenzoni pelo fato de ele ter defendido as medidas contra corrup��o apresentadas pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) no Congresso.
Persegui��o pol�tica
Moro afirmou ainda que o Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica n�o ser� utilizado para "persegui��o pol�tica" e que a Opera��o Lava Jato tamb�m n�o teve esse objetivo.
"Um pouco estranho dizer isso, mas n�o existe a menor chance de utiliza��o do minist�rio para persegui��o pol�tica. N�o foi feito isso durante a Opera��o Lava Jato", afirmou o magistrado, refor�ando que n�o seria agora no minist�rio que ele agiria com base nas opini�es pol�ticas de investigados.
Para Moro, a inten��o no minist�rio � ter o mesmo sucesso que teve a Opera��o Lava Jato no combate � corrup��o e ao crime organizado. O futuro ministro prometeu levar o modelo da Lava Jato, que usou uma for�a-tarefa destinada especificamente para a opera��o, em outras investiga��es.
Ele defendeu ainda um controle maior da comunica��o dentro de unidades prisionais de seguran�a m�xima e disse querer investir em tecnologia. Ao falar sobre casos de confronto envolvendo policiais em trabalho, o magistrado afirmou que algumas opera��es podem resultar em viol�ncia, mas que o objetivo � evitar confrontos.
Marielle
Na coletiva de imprensa, realizada em Curitiba, Moro afirmou que o assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes tem de ser solucionado rapidamente.
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POL�TICA
Moro: n�o tenho nenhuma pretens�o de concorrer a cargos eletivos
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