O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta ter�a-feira, 6, que pretende escolher um diplomata de carreira como ministro das Rela��es Exteriores. "Ser� um diplomata. Poderia nomear um militar, mas quero quadro de carreira", disse.
Sem assessoramento claro na �rea internacional, Bolsonaro acenou � diplomacia do Itamaraty em meio a uma crise com pa�ses do mundo �rabe provocada pelo an�ncio de que pretende transferir a Embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusal�m.
Bolsonaro disse nesta ter�a que a mudan�a seria feita em respeito a uma decis�o do povo israelense. "O que eu estou falando � o seguinte: para n�s n�o � um ponto de honra essa decis�o. Agora, quem decide onde � a capital de Israel � o povo, � o Estado de Israel. Se eles mudaram de local...", disse.
Ele classificou como prematura a suspens�o, por parte do Egito, da visita do atual chanceler, Aloysio Nunes Ferreira, com empres�rios ao pa�s, revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo. "Pelo que vi, � tamb�m quest�o de agenda. Agora, acho que seria prematuro um pa�s anunciar uma retalia��o em fun��o de uma coisa que n�o foi decidida ainda."
A transfer�ncia da embaixada � apoiada por l�deres evang�licos que fizeram campanha para Bolsonaro. "Jerusal�m, desde que David a fundou, sempre foi capital do Estado de Israel. Onde Jerusal�m foi capital do mundo �rabe? Eu n�o conhe�o na hist�ria. Ele (Bolsonaro) acha que � um Estado soberano, que tem o direito de colocar a capital onde quiser", disse o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vit�ria em Cristo, um dos l�deres mais pr�ximos de Bolsonaro.
"N�o houve press�o dos evang�licos, mas n�s somos 100% a favor disso, ou pelo menos 99,9%, se tiver algum esquerdopata gospel a�", disse Malafaia.
O pastor n�o acredita que a rea��o dos pa�ses �rabes far� Bolsonaro mudar de ideia e diz que nenhum deles deixou de negociar com os Estados Unidos depois da mudan�a da embaixada americana para Jerusal�m. "Quando Bolsonaro mudar a embaixada para Jerusal�m, o Brasil vai ser aben�oado como nunca. � a minha f�."
Israel tamb�m est� na lista das primeiras viagens internacionais anunciadas pelo presidente eleito, ao lado dos Estados Unidos e do Chile.
Viagem aos EUA
Enquanto Bolsonaro n�o inicia seu tour, um dos filhos dele, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), l�der do PSL na C�mara, agendou reuni�es na pr�xima semana com representantes da c�pula do governo americano, incluindo o vice-presidente, Mike Pence.
"J� que meu pai n�o pode viajar, a gente vai representando ele. O objetivo desses encontros � estreitar rela��es com o governo americano e dizer que o Brasil est� acenando de maneira favor�vel para ter uma aproxima��o com os EUA", explicou Eduardo.
Ele estar� acompanhado do consultor Filipe Garcia Martins, formado em Rela��es Internacionais e que j� criticou abertamente nomes cotados para assumir a chancelaria, como Maria Nazareth de Azevedo, Sergio Amaral, Roberto Abdenur e Rubens Barbosa. "Representariam mais do mesmo: a continuidade de uma pol�tica externa terceiro-mundista e sem tra�os distintivamente brasileiros", escreveu Martins.
Outros cotados s�o os diplomatas Ernesto Fraga (defensor de Trump), Paulo Bretas e Lu�s Fernando Serra, atualmente embaixador na Coreia do Sul.
China
Bolsonaro e sua equipe abriram outras frentes de embate diplom�tico: com o Mercosul, que dever� ser esvaziado; com a comunidade europeia, por causa das cr�ticas ao Acordo de Paris; e com a China, que trava uma guerra comercial com os Estados Unidos.
"A quest�o da China j� est� mais do que explicada, eu falei que n�o podemos continuar fazendo neg�cios com o mundo todo com vi�s ideol�gico. A gente n�o quer nem de direita nem de esquerda, neg�cio � neg�cio e pretendemos fazer com o mundo todo", amenizou nesta ter�a o presidente eleito.