Anunciado nesta ter�a-feira, 13, pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, como futuro ministro da Defesa, o general da reserva Fernando Azevedo e Silva disse ao jornal O Estado de S. Paulo que "n�o acredita" em risco de politiza��o das For�as Armadas. "As For�as est�o afastadas da pol�tica. O representante pol�tico das For�as Armadas � o ministro da Defesa", afirmou. Com a escolha, Bolsonaro optou por manter a pasta sob o comando de um militar do Ex�rcito.
De perfil moderado e com experi�ncia na rela��o com o Congresso, Azevedo e Silva � o segundo general confirmado no primeiro escal�o do futuro governo - al�m dele, o general da reserva Augusto Heleno foi indicado para ser ministro-chefe do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI) da Presid�ncia.
Azevedo e Silva ocupa atualmente o cargo de assessor especial do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.
Em conversa por telefone com o jornal, ele disse que a elei��o de Bolsonaro n�o representa a volta dos militares ao poder - o presidente � capit�o reformado do Ex�rcito, o vice, Hamilton Mour�o, tamb�m � general da reserva e Marcos Pontes, futuro ministro da Ci�ncia e Tecnologia, � tenente-coronel da Aeron�utica.
Bolsonaro anunciou a escolha de Azevedo e Silva pelo Twitter. Depois, j� em Bras�lia, onde desembarcou nesta ter�a-feira, o presidente eleito justificou a escolha citando o vasto curr�culo do general. Paraquedista como Bolsonaro, de quem � amigo dos tempos da Academia Militar, Azevedo e Silva integra a ala moderada das For�as Armadas.
Segundo interlocutores, o general possui um perfil ecl�tico e flex�vel, o que lhe permitiu j� ter passado pelos tr�s Poderes.
O presidente Michel Temer j� havia quebrado a sequ�ncia de civis no comando da Defesa, o que ocorria desde a cria��o do minist�rio, em 1999. Temer escolheu como ministro o general da reserva Joaquim Silva e Luna, em fevereiro deste ano.
Na campanha Bolsonaro havia prometido manter um militar � frente da pasta, apesar das cr�ticas de diversos setores. O martelo foi batido na segunda-feira � noite, quando o presidente eleito telefonou para Azevedo e Silva e sacramentou o convite.
Inicialmente, o lugar havia sido reservado para o tamb�m general da reserva Augusto Heleno, que, na semana passada, foi deslocado para ocupar o GSI. Mas, desde a quarta-feira da semana passada, quando se reuniu com o presidente do Supremo, Bolsonaro indicou a Toffolli que poderia precisar do antigo companheiro em algum posto em seu governo, principalmente pelo seu perfil conciliador e agregador.
Naquele mesmo dia, o presidente eleito havia indicado que para a vaga de Heleno na Defesa poderia ser nomeado um almirante de Esquadra. O nome que estava entre os militares e chegou a ser sugerido pelo comandante do Ex�rcito, general Eduardo Villas B�as, para o cargo, com endosso do comandante da Aeron�utica, brigadeiro Nivaldo Rossato, era o do titular da Armada, almirante Eduardo Leal Ferreira. O atual comandante da Marinha, no entanto, estava com outros planos para o seu futuro. Com isso, Bolsonaro decidiu ir para a sua chamada "reserva t�cnica".
A escolha de mais um oficial do Ex�rcito para o Minist�rio da Defesa gerou descontentamentos entre oficiais da pr�pria Marinha e da Aeron�utica. Para a sucess�o nas tr�s For�as, as prefer�ncias por nomes fora da ordem de antiguidade foram abandonadas e a tend�ncia � de que a op��o seja pelos tr�s mais antigos das for�as, crit�rio que evita maiores contesta��es.
O curr�culo de Fernando � extenso e variado e tem distintas liga��es com diversos segmentos pol�ticos. Assumiu a Autoridade P�blica Ol�mpica, em outubro de 2013, no governo Dilma Rousseff. Foi chefe da ajud�ncia de ordens do ex-presidente Fernando Collor. No exterior, uma de suas fun��es foi no Haiti, onde exerceu o cargo de Chefe de Opera��es do II Contingente do Brasil na Minustah. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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