O presidente eleito, Jair Bolsonaro, atendeu pela segunda vez a indica��o de uma frente parlamentar no Congresso e anunciou o deputado federal Henrique Mandetta (MS) para o Minist�rio da Sa�de. M�dico ortopedista, ele � o terceiro parlamentar do DEM entre os 11 nomes j� confirmados por Bolsonaro para compor o primeiro escal�o a partir de janeiro. Estar� ao lado do futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), tamb�m coordenador da transi��o, e da deputada Tereza Cristina (DEM- MS), que contou com o aval da Frente Parlamentar da Agropecu�ria.
A negocia��o com o Congresso por meio das chamadas bancadas tem�ticas vem sendo defendida por Bolsonaro desde a campanha eleitoral. Al�m da redu��o do n�mero de minist�rios, o fim da negocia��o de cargos em troca de apoio no Congresso era uma plataforma do programa de governo.
Questionado se o DEM seria seu principal aliado, Bolsonaro negou e disse que a escolha de Mandetta, assim como de Tereza Cristina, se deu pelo apoio das respectivas frentes parlamentares. "O Onyx Lorenzoni sempre esteve comigo, muito antes do primeiro turno. A senhora Tereza Cristina � do DEM, mas foi indica��o da bancada da agricultura. O Mandetta tamb�m. Parlamentares dos mais variados partidos indicaram ele. Por coincid�ncia, pertence ao DEM. Nada a ver no tocante ao partido. N�o s�o indica��es para atender interesses pol�ticos-partid�rios e, sim, interesses especificamente dessas �reas de sa�de, no caso, e de agricultura", afirmou.
Para o cientista pol�tico Murilo Arag�o, diretor da Arko Advice, a op��o pelas frentes parlamentares � uma aposta de Bolsonaro na coes�o maior destes grupos em rela��o �s bancadas partid�rias. "Os deputados votam como quiser e n�o s�o expulsos, pois isso acarretaria perda de fundo partid�rio e tempo de TV. J� as frentes parlamentares s�o mais consistentes. Os partidos n�o t�m condi��es de impor pautas ideol�gicas pois s�o aparelhos comandados por caciques regionais", afirmou.
Segundo Arag�o, com isso Bolsonaro vai negociar com "agendas". "Isso vai exigir per�cia e muito conhecimento do Congresso. � promissor no in�cio, mas vai dar trabalho."
Por meio de uma rede social, Bolsonaro tamb�m anunciou que manter� no cargo o atual ministro da Transpar�ncia e Controladoria-Geral da Uni�o, Wagner Ros�rio.
Investiga��o
Ao confirmar Mandetta na Sa�de, o presidente eleito precisou sair em defesa do deputado. Ex-secret�rio de Sa�de, o futuro ministro � investigado por suposta fraude em licita��o, tr�fico de influ�ncia e caixa 2 em contrato para implementar um sistema de informatiza��o em Campo Grande.
"Tinha uma s� investiga��o contra ele, que � de 2009, se n�o me engano. N�o deu nenhum passo esse processo. Ele nem � r�u ainda. O que est� acertado entre n�s: qualquer den�ncia ou acusa��o que vier robusta n�o far� parte do nosso governo."
A escolha do deputado tamb�m seguiu a estrat�gia de tentar levar o DEM para a base aliada do futuro governo sem negociar com os dirigentes. Em nenhuma das tr�s indica��es, Bolsonaro consultou o presidente nacional da sigla, ACM Neto, e o da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). "O partido n�o imp�e dificuldade ou veto aos nomes, mas n�o s�o indica��es partid�rias. E isso tamb�m n�o significa que o partido est� na base do governo", disse nesta ter�a-feira, 20, ACM Neto � reportagem.
Perfil
M�dico ortopedista, Luiz Henrique Mandetta, de 53 anos, est� no segundo mandato como deputado federal e n�o disputou as elei��es deste ano. Ele come�ou a contribuir com a campanha de Jair Bolsonaro ainda em mar�o, quando foi procurado para ajudar a tra�ar um diagn�stico da sa�de no Brasil.
A rela��o entre os dois, por�m, � mais antiga. Vizinhos de gabinete na C�mara, Bolsonaro e Mandetta ficaram amigos ao longo dos anos de trabalho no Congresso. Pessoas pr�ximas relatam que Bolsonaro sempre consultava o deputado do DEM sobre as vota��es em curso no plen�rio.
Mandetta � investigado por suspeita de caixa 2, tr�fico de influ�ncia e fraude na licita��o de sistema de informatiza��o de sa�de em Campo Grande (MS), onde foi secret�rio municipal da �rea. Questionado, disse n�o ser r�u em nenhum processo. "N�o tenho ainda condi��o nem de saber quais s�o as eventuais culpabilidades impostas a mim", afirmou. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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