Imagens e v�deos enganosos que foram bloqueados nas redes sociais a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) continuam no ar em outros endere�os, com alto n�mero de intera��es - �s vezes at� maior do que as do conte�do removido. O jornal O Estado de S. Paulo identificou pelo menos dez casos em que, mesmo com a determina��o judicial, o conte�do foi compartilhado por outros usu�rios da rede social, mantendo o engajamento na internet em torno de informa��es comprovadamente falsas.
Um dos casos mais emblem�ticos � o do v�deo em que o agora presidente Jair Bolsonaro fez ataques ao suposto "kit gay" - apelido pejorativo dado a uma cartilha do Minist�rio da Educa��o contra a homofobia. O v�deo principal, que foi gravado h� tr�s anos e voltou a circular durante a campanha, tem mais de 280 mil compartilhamentos e ainda est� dispon�vel no perfil oficial de Bolsonaro.
Como ficou comprovado posteriormente, o minist�rio nunca adquiriu ou distribuiu esses livros. Horbach, em sua decis�o, disse que "a difus�o da informa��o equivocada de que o livro em quest�o teria sido distribu�do pelo MEC gera desinforma��o no per�odo eleitoral, com preju�zo ao debate pol�tico, o que recomenda a remo��o dos conte�dos com tal teor".
O problema � que os links apontados na a��o n�o eram da p�gina de Bolsonaro, mas somente de usu�rios que compartilharam tal conte�do. Em consulta feita no dia 21 de novembro, a publica��o tinha mais de 20 mil coment�rios e 160 mil rea��es.
Jingle
Tamb�m seguem no ar, em diferentes links, v�deos id�nticos a um que foi removido do YouTube a pedido da equipe de Bolsonaro. Trata-se de um falso jingle de campanha, com a m�sica Meu Pa�s, de Zez� di Camargo e Luciano. A reportagem encontrou ao menos cinco c�pias, que somam mais de 100 mil visualiza��es.
Em outro caso, a Justi�a deferiu pedido para que fosse removida postagem em que consta uma frase falsamente atribu�da a Bolsonaro, de que ele n�o precisaria dos votos dos nordestinos. A postagem original foi removida, mas h� pelo menos outros dois perfis com o mesmo conte�do publicado.
Como n�o existe uma censura autom�tica sobre o conte�do em si, n�o � ilegal, segundo especialistas, a pr�tica de salvar conte�do removido e posteriormente repost�-lo em outras p�ginas. Os links removidos a pedido da Justi�a, na verdade, ficam apenas bloqueados em computadores brasileiros. No exterior, todos est�o acess�veis, assim como para qualquer pessoa que use ferramenta que mascare seu endere�o IP. Isso facilita a replica��o do conte�do, mesmo depois de bloqueado.
No dia 6 de outubro, por exemplo, a Justi�a determinou a remo��o de 35 links com informa��es consideradas comprovadamente falsas sobre o ent�o candidato petista a presidente, Fernando Haddad, entre elas um v�deo dizendo que, quando prefeito, ele havia distribu�do mamadeiras com o bico em formato de �rg�o genital masculino em creches de S�o Paulo - o que nunca aconteceu. O Estado encontrou pelo menos duas c�pias do v�deo no Facebook, com mais de 5 mil compartilhamentos.