Opas informa que 1.307 m�dicos cubanos j� deixaram o Brasil

O regresso dos profissionais cubanos � ilha caribenha tem acontecido de maneira gradual. Exceto no Acre, que ainda n�o teve sa�da de integrantes do programa Mais M�dicos. A Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas) contabiliza que 1.307 m�dicos j� deixaram o Brasil em sete voos fretados — 15,3% do total. A previs�o � de que at� 12 de dezembro todos os 8,3 mil cubanos tenham retornado a Havana. Para substituir as vac�ncias, o Minist�rio da Sa�de continua selecionando candidatos at� 7 de dezembro.

A diretora de Comunica��o do Minist�rio de Rela��es Exteriores de Cuba, Yaira Jim�nez Roig, comentou, ontem, pela primeira vez, a ruptura com o governo brasileiro. Ela afirmou, em transmiss�o pela internet, que n�o foi procurada pela equipe de transi��o do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para debater o conv�nio que os dois pa�ses mantinham. “Asseguro que nenhum membro da equipe informou ao Minist�rio de Sa�de P�blica de Cuba o interesse de ter uma troca de ideias sobre o termo de coopera��o vigente, o que indica que o prop�sito n�o � de manter o programa, mas de elimin�-lo”, criticou. A equipe de Bolsonaro n�o comentou.

Os cubanos que foram embora atendiam em 733 munic�pios de 25 estados e no Distrito Federal. “Est� em andamento o processo de retorno dos m�dicos cubanos da coopera��o internacional entre Brasil, Cuba e Opas. Outros voos est�o previstos para partir ao longo dos pr�ximos dias”, informou a entidade internacional, em comunicado.

O governo brasileiro est� repondo os m�dicos que deixaram o conv�nio. Segundo o mais recente balan�o do Minist�rio da Sa�de, foram efetivados 224 profissionais. Ao todo, 118 cidades, o que representa 4% da lista de 2.824 com vagas dispon�veis, receberam m�dicos brasileiros. S�o Paulo e Minas Gerais s�o os estados com mais munic�pios onde os m�dicos j� est�o trabalhando: 24 e 22, respectivamente.

Goi�s, por exemplo, recebeu nove profissionais em Aparecida de Goi�nia, Catal�o, Cidade Ocidental e Crix�s. O DF contava com 20 profissionais, que j� deixaram a capital federal. At� ontem, eles n�o haviam sido substitu�dos. Ao todo, 30.734 pessoas se inscreveram para os 8.517 postos de trabalho, que estavam sendo ocupados por cubanos. Balan�o do Minist�rio da Sa�de mostra que 97,2% dos cargos j� t�m m�dicos definidos.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou, ontem, um panorama da situa��o dos m�dicos no pa�s. Segundo a entidade, estavam ativos at� outubro deste ano 466.135 registros, sendo que 98.006 s�o dos �ltimos cinco anos. “O Brasil possui m�dicos ativos, com registro nos conselhos regionais, em n�mero absoluto suficiente para atender �s necessidades da popula��o e, inclusive, para ocupar vagas abertas no Programa Mais M�dicos”, destaca o documento.

A sele��o ocorre para substituir m�dicos cubanos, ap�s a ilha caribenha romper o conv�nio. O pa�s abandonou o programa depois de cr�ticas e exig�ncias de mudan�as do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Entre as condi��es estava a de os m�dicos passarem pelo exame de reconhecimento de diplomas estrangeiros e o pagamento integral da bolsa de R$ 11 mil ao profissional — pelo acordo, Cuba ficava com 70% do provimento.