O juiz Bruno Salvino, da 3� Vara Federal Criminal de Juiz de Fora (MG), acatou pedido dos advogados do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), para inclu�-lo como assistente de acusa��o no caso da facada de que foi v�tima. Com a decis�o, Bolsonaro passa a ter acesso aos autos referentes ao processo que tem como acusado Ad�lio Bispo de Oliveira, podendo participar da audi�ncia de instru��o, propor a produ��o de provas e analisar documentos como os das quebras de sigilos banc�rio e telef�nico.
O pedido para fazer parte da acusa��o teve o aval do Minist�rio P�blico Federal (MPF) e, se quiser, o presidente eleito poder� at� questionar testemunhas do caso. Esta situa��o pode coloc�-lo de frente com alguns desafetos ilustres e com os quais se envolveu em grandes pol�micas. Isso porque os advogados de Ad�lio j� definiram suas testemunhas, oito no total, e entre elas est�o o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), a deputada federal Maria do Ros�rio (PT), o deputado federal Jean Wyllys (PSOL) e a cantora Preta Gil.
A estrat�gia da defesa seria mostrar Bolsonaro como um dos causadores do ataque, ao se envolver em confrontos pol�ticos ideol�gicos e recheados de frases e posi��es pol�micas. Situa��es vistas em discuss�es como as que travou com Preta Gil pela televis�o e com Jean Wyllys no Congresso Nacional.
Bolsonaro, por�m, se quiser, n�o precisa acompanhar o processo diretamente, mas apenas atrav�s de advogado. A defesa de Ad�lio garante que ele j� vem fazendo isso desde o in�cio do caso.
"Na verdade, isso n�o � novidade n�o, porque eles est�o l� todo dia", afirma Zanone Manuel de Oliveira J�nior, advogado de Ad�lio sobre a decis�o que p�e o presidente como assistente de acusa��o.
"Desde o primeiro dia um escrit�rio de advocacia apareceu l� na audi�ncia de cust�dia", completa. Mas ele n�o acha que Bolsonaro v� aparecer nas audi�ncias. "Eu acredito que, como presidente, n�o vai participar de nada", prev�.
A decis�o da Justi�a Federal foi assinada no dia 31 de outubro, sendo expedida na �ltima sexta-feira, 7. Mas o processo envolvendo o ataque ao ent�o candidato a presidente pelo PSL foi suspenso no dia 24 de outubro para que Ad�lio Bispo de Oliveira passasse por avalia��o de sanidade mental. Na �ltima ter�a-feira, 4, ele foi avaliado no pres�dio federal de Campo Grande (MS) por dois psiquiatras de Juiz de Fora (MG) indicados pela Justi�a.
O laudo com os resultados deve ser divulgado at� esta sexta-feira, 14, e definir� o futuro do agressor que tem a possibilidade de ser mandado para um hospital, caso seja considerado totalmente incapaz. A defesa, no entanto, n�o arrisca palpite. "Isso � s� com o m�dico mesmo", desconversou Zanone Manuel J�nior.
Explica��o
A reportagem entrou em contato com os advogados de acusa��o, que passaram a segunda-feira, 10, em Bras�lia acompanhando a diploma��o do presidente. Ant�nio Moraes Pitombo, que representa Bolsonaro nos processos na �rea criminal, disse que seu cliente "foi v�tima de um crime que atingiu sua integridade f�sica, com risco � vida, no meio do processo eleitoral".
Ele falou ainda que a decis�o de torn�-lo assistente de acusa��o foi feita pela equipe jur�dica "devido �s diversas repercuss�es do caso". Mas Pitombo n�o deixou claro se Bolsonaro estar� presente em algum momento do processo. "A inten��o � atuar, em conjunto, com o acusador p�blico para se descobrirem as causas do ocorrido e para se apurarem os respons�veis", resumiu.
Para o advogado, trata-se de um caso grave e que explica "a necessidade do trabalho intenso de pol�cia judici�ria, Minist�rio Publico e advogados (assistentes de acusa��o) para se descobrir a verdade e punir na medida da culpa".
Hist�rico
Bolsonaro foi esfaqueado por Ad�lio durante campanha presidencial no dia 6 de setembro em Juiz de Fora, na regi�o da Zona da Mata. O agressor foi denunciado pelo Minist�rio P�blico Federal pelo crime de "atentado pessoal por inconformismo pol�tico", previsto no artigo 20 da Lei de Seguran�a Nacional e que pode render at� 20 anos de pris�o quando se trata de les�o corporal grave. A v�tima foi atingida no abd�men e o autor preso ainda no local. Segundo investiga��o da Pol�cia Federal, ele agiu sozinho na hora do ataque e por inconformismo pol�tico. J� o ent�o candidato precisou ficar internado por mais de 20 dias, inicialmente na Santa Casa de Juiz de Fora e depois no Hospital Albert Einstein, em S�o Paulo.
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