Em termo de inquiri��o de testemunha prestado h� 31 anos, o ent�o capit�o do Ex�rcito Juarez Aparecido de Paula Cunha, hoje general da reserva e presidente dos Correios, disse que o capit�o Jair Messias Bolsonaro, hoje presidente eleito, "o procurou, em particular", em outubro de 1987, para dizer que "n�o havia gostado de atitude dele em Bras�lia" e que, "embora tendo servido (com ele) por muito tempo, poderia esquecer que era seu amigo, em caso de acontecer 'qualquer coisa'".
O documento, arquivado no Superior Tribunal Militar, consta da sindic�ncia a que o capit�o Bolsonaro respondeu, na Escola de Aperfei�oamento de Oficiais, no final de 1987, por artigo assinado na revista Veja e cita��es em reportagens que o acusavam de amea�ar jogar bombas em instala��es militares - da qual acabou absolvido pelo STM no ano seguinte. O capit�o Juarez Cunha foi um dos cinco oficiais ouvidos na sindic�ncia - e o �nico a dar um testemunho desfavor�vel ao hoje presidente.
"Eu disse apenas o que ele me disse", afirmou o general ao Estado na tarde de sexta-feira. "N�o � relevante, n�o levou a coisa nenhuma, e contar isso agora, trinta anos depois, s� vai fazer tempestade em copo d'�gua", afirmou. "O Bolsonaro � um grande amigo meu, e isso nunca trouxe problema para a nossa amizade." O presidente dos Correios n�o soube dizer se o presidente eleito tem conhecimento dos termos da inquiri��o. "Isso tem de perguntar pra ele", afirmou. Procurada, a assessoria de Bolsonaro n�o deu retorno.
No parecer final sobre a sindic�ncia, que mandou o caso para um Conselho de Justifica��o, o tenente-coronel Ronaldo Jos� Figueiredo Cardoso, sindicante, deu relev�ncia � inquiri��o do capit�o Juarez Cunha. Considerou as frases de Bolsonaro como uma "advert�ncia", que censurou e considerou "irregular".
A atitude que desgostou Bolsonaro, e o fez chamar o colega "em particular", foi Cunha ter contado ao instrutor-chefe do curso de artilharia, coronel Cyrino, que durante uma visita ao Col�gio Militar de Bras�lia o capit�o Bolsonaro embarcou diversos oficiais-alunos em uma Veraneio. O termo n�o explicita, mas foram todos encontrar-se com o general Newton Cruz, o ex-chefe do SNI, solid�rio ao artigo publicado, e admirado pelo hoje presidente.
O capit�o tamb�m registrou, na inquiri��o, ter ouvido Bolsonaro comentar, no in�cio do ano letivo de 1987, que sua "decis�o preliminar" - o artigo para a revista - j� tinha sido tomada "e que a pr�xima decis�o que ele tomaria, se fosse o caso, seria a 'decis�o final', dando a entender que n�o se limitaria a simples declara��o a �rg�o de imprensa". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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