
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, far� uma visita considerada "sem precedentes" ao Brasil para selar a aproxima��o do pa�s com o futuro governo de Jair Bolsonaro. A agenda oficial, que inclui presen�a na posse do presidente eleito - no dia 1.° de janeiro -, ser� a primeira de um chefe de governo em exerc�cio de Israel no Brasil. A nova orienta��o diplom�tica que o futuro governo pretende adotar j� tem provocado rea��o. Nesta ter�a-feira, 18, a Liga �rabe aprovou, no Cairo, uma resolu��o pedindo que o Brasil "respeite o direito internacional" e que abandone a ideia de mudar a embaixada do Pa�s de Tel-Aviv para Jerusal�m.
A mudan�a significaria o reconhecimento pelo governo brasileiro da cidade como capital de Israel e romperia com uma postura tradicional da diplomacia nacional, seguindo o mesmo caminho do presidente americano Donald Trump.
Os pa�ses �rabes amea�am tomar "medidas pol�ticas, diplom�ticas e econ�micas necess�rias" caso o Brasil confirme a inten��o de mudar a embaixada.
Entre os diplomatas �rabes, a avalia��o � de que a visita de Netanyahu seja uma forma encontrada por Tel-Aviv para pressionar Bolsonaro a manter sua promessa de campanha. O primeiro-ministro israelense disse na segunda-feira, 17, � imprensa local que o presidente eleito ir� promover uma "revolu��o" nas rela��es dos dois pa�ses.
A previs�o � que Netanyahu cumpra uma agenda de cinco dias no Brasil, um per�odo considerado como fora dos padr�es para as viagens de um primeiro-ministro. O israelense viajar� no dia 27 de dezembro para o Rio de Janeiro. No dia seguinte ele se re�ne com Bolsonaro na capital fluminense, antes mesmo de o brasileiro tomar posse.
Em uma reuni�o em seu partido, o Likud, na segunda-feira, Netanyahu disse que o presidente eleito do Brasil indicou que ir� promover uma "revolu��o na rela��o com Israel".
No dia 31, ele viaja para Bras�lia, onde ser� um dos principais convidados para a posse de Bolsonaro. Netanyahu estar� em praticamente todos os atos solenes que fazem parte da posse, incluindo a cerim�nia. "O Brasil n�o � simplesmente mais um pa�s", disse Netanyahu. "Esse � um pa�s com quase um quarto de bilh�o de pessoas. Uma superpot�ncia. E eles ir�o mudar completamente suas rela��es com Israel, incluindo Jerusal�m."
Em sua rea��o, a Liga �rabe pretende enviar uma carta de protesto ao futuro governo. Autoridades palestinas solicitaram uma reuni�o de emerg�ncia do grupo ap�s as declara��es do presidente eleito do Brasil.
Outra decis�o anunciada pela Liga �rabe no Cairo foi o envio de uma "delega��o de alto escal�o" ao Brasil para tratar do assunto. O argumento dos �rabes contra a mudan�a est� baseado em diversas resolu��es aprovadas nos �ltimos anos na ONU. Em dezembro de 2017, por exemplo, o governo de Michel Temer foi um dos 128 pa�ses que apoiou uma resolu��o na ONU condenando a decis�o de Trump de transladar sua capital em Israel para Jerusal�m. Segundo o texto aprovado, uma decis�o de qualquer governo questionando o status da cidade deve ser considera como "nula e inv�lida".
Ao estabelecer a cria��o do Estado de Israel, depois da Segunda Guerra Mundial, a ONU tamb�m indicou que Jerusal�m deveria ser mantida como "corpus separatum", uma esp�cie de status internacional. Na guerra entre 1948 e 1949, a cidade foi dividida entre o setor Ocidental e Oriental, esta com uma popula��o palestina. Em 1967, Israel ocupou Jerusal�m oriental, incluindo locais santos para as tr�s religi�es monote�stas. Uma eventual decis�o de Bolsonaro de transferir a embaixada significaria que o Brasil aceita a ideia de que Jerusal�m � a capital israelense, e n�o mais uma reivindica��o palestina.
Em meio � pol�mica, o vice-presidente eleito, Hamilton Mour�o, recebeu na ter�a integrantes da C�mara de Com�rcio �rabe-Brasileira e postou uma foto em sua conta no Twitter. "Conversamos sobre as possibilidades de com�rcio e investimentos no Brasil dos 22 pa�ses �rabes representados pelo �rg�o", escreveu Mour�o.
A Casa Branca anunciou na noite de segunda-feira que a delega��o dos Estados Unidos para a posse de Bolsonaro ser� chefiada pelo Secret�rio de Estado, Mike Pompeo. O presidente dos EUA, Donald Trump, e o vice-presidente, Mike Pence, n�o v�o comparecer. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.