
A segunda fase da Opera��o Ross, que mira o senador A�cio Neves (PSDB/MG) foi deflagrada nesta quinta-feira, 20, a pedido da procuradora-geral, Raquel Dodge, com base em representa��o da Pol�cia Federal "a partir da descoberta de novos ind�cios de pr�ticas criminosas".
Em manifesta��o ao Supremo Tribunal Federal (STF), Raquel defendeu "a necessidade das buscas" em tr�s endere�os ligados ao tucano, inclusive no apartamento residencial da m�e dele, In�s Neves da Cunha, em Belo Horizonte, e de um primo do senador, Frederico Pacheco.
A procuradora alertou sobre "riscos de elimina��o de elementos de informa��o e que a medida � imprescind�vel para o aprofundamento da investiga��o, bem como para a correta delimita��o da amplitude das pessoas investigadas".
As medidas foram determinadas pelo relator do inqu�rito no Supremo, ministro Marco Aur�lio Mello. Na peti��o, Raquel defendeu "a necessidade das buscas". Outro objetivo das cautelares, destacou a Procuradoria, � "descortinar os envolvidos nos il�citos perpetrados".
A Opera��o Ross investiga suposta propina do Grupo J&F ao senador, entre 2007 e 2014. A primeira fase foi deflagrada no dia 11 passado e fez buscas em endere�os do pr�prio senador, da irm� dele, Andr�a Neves, e do deputado federal Paulinho da For�a (SD-SP).
Ross � um desdobramento da Opera��o Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. Os valores investigados, que teriam sido utilizados tamb�m para a obten��o de apoio pol�tico, ultrapassam R$ 100 milh�es.
Segundo o Minist�rio P�blico Federal, em troca dos recursos financeiros, A�cio teria prometido favorecimentos em um eventual governo presidencial (2015 a 2018) al�m de influ�ncia junto ao governo estadual de Minas, "neste caso, com o objetivo de viabilizar a restitui��o de cr�ditos tribut�rios".
A Procuradoria-Geral destacou que a investiga��o apura compra de apoio pol�tico por A�cio. Um dos objetivos da nova fase da Opera��o Ross "� delimitar a participa��o dos envolvidos no esquema".
Investiga��o
As investiga��es apuram a solicita��o de vantagens indevidas por parte do senador tucano, o que teria ocorrido em pelo menos quatro ocasi�es.
Ao todo, o Grupo J&F teria repassado cerca de R$ 110 milh�es a A�cio, sendo que parte desse valor teve como destinat�rios finais 12 legendas que o apoiaram na disputa presidencial.
Ainda segundo as investiga��es, parte do dinheiro foi entregue, em esp�cie, ao senador. O restante dos repasses foi viabilizado por transfer�ncia banc�ria e pelo pagamento de servi�os simulados. No inqu�rito, s�o investigados os crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro.
Em 2017, A�cio foi denunciado por corrup��o passiva e obstru��o de Justi�a no �mbito de outro inqu�rito que tamb�m apurou rela��es do pol�tico com o grupo J&F.
Na atual peti��o, informou a Secretaria de Comunica��o Social da Procuradoria-Geral, o objetivo "� dar continuidade � investiga��o das pr�ticas de corrup��o, que n�o � objeto da a��o penal em curso, e de lavagem de dinheiro".
Defesa
"Recebemos com absoluta surpresa e indigna��o a not�cia de busca na resid�ncia da m�e do Senador A�cio Neves, seja pela completa desnecessidade e descabimento da medida, seja pela total desvincula��o de sua m�e com os fatos apurados", diz nota da defesa do tucano.
"A busca teria sido motivada por uma 'den�ncia an�nima' de que o im�vel teria recebido caixas com documentos no dia da opera��o Ross. Esse relato � mentiroso. � lament�vel que a intimidade de uma senhora seja afrontada dessa forma, sem que haja nada que justifique".
"A empresa Albatroz foi fechada h� v�rios anos, sendo, portanto, incompreens�vel o pedido de busca. No mais, como dissemos em reiteradas oportunidades, o Senador A�cio sempre esteve � disposi��o de todas as autoridades, sendo ele o maior interessado na elucida��o dos fatos".
"Por fim, aguardamos a finaliza��o c�lere das investiga��es para que fiquem provadas, de uma vez por todas, as falsas e convenientes acusa��es feitas por criminosos confessos que ensejam esse inqu�rito". Assina a nota o advogado Alberto Zacharias Toron.