PT, PSOL e PCdoB n�o participam da posse de Bolsonaro

L�deres do PT, PSOL e PCdoB anunciaram ontem que seus deputados e senadores n�o v�o participar da cerim�nia de posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, no dia 1.º de janeiro no Congresso. Outros partidos que j� declararam oposi��o ao futuro governo, como PDT e PSB, informaram que alguns l�deres tamb�m n�o devem comparecer � solenidade em que o presidente e o vice-presidente eleito, general Hamilton Mour�o, assinam o termo de posse.

Em nota, o PT disse reconhecer o resultado da elei��o, mas afirmou que a disputa foi marcada pela falta de lisura por ter sido, segundo o partido, "descaracterizada pelo golpe do impeachment, pela proibi��o ilegal da candidatura do ex-presidente Lula e pela manipula��o criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad", derrotado no segundo turno.

"O resultado das urnas � fato consumado, mas n�o representa aval a um governo autorit�rio, antipopular e antipatri�tico, marcado por abertas posi��es racistas e mis�ginas, declaradamente vinculado a um programa de retrocessos civilizat�rios", diz o texto, assinado pelos l�deres do PT na C�mara, Paulo Pimenta (RS), e no Senado, Lindbergh Farias (RJ), e pela presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR).

As bancadas do PT no Congresso afirmaram ainda que o futuro governo pretende "destruir a ordem democr�tica e o Estado de Direito no Brasil", com o aprofundamento de "pol�ticas entreguistas e ultraliberais do atual governo, o desmonte das pol�ticas sociais e a revoga��o j� anunciada de hist�ricos direitos trabalhistas".

J� o PSOL diz no texto que o governo que se iniciar� na pr�xima semana "tem como princ�pios o �dio, o preconceito, a intoler�ncia e a viol�ncia".

A deputada Jandira Feghali (PCdoB) confirmou que a bancada n�o participar� da posse do presidente eleito, mas negou que se trate de "boicote". "N�o � um boicote, at� porque respeitamos o resultado das urnas. � a decis�o pol�tica de n�o ir", disse.

Segundo ela, os parlamentares v�o prestigiar governadores eleitos do partido que tomam posse no mesmo dia. A legenda reelegeu o governador do Maranh�o, Fl�vio Dino, e os vice-governadores Luciana Santos (PE) e Antenor Roberto (RN). Na C�mara, elegeu nove deputados, um a menos que o PSOL.

O PT tem a maior bancada da Casa, com 56 eleitos, seguido do PSL, partido de Bolsonaro, com 52 deputados.

Bancada liberada

Outras legendas que j� se declararam como oposi��o n�o articularam um "boicote" � posse, mas seus l�deres tampouco devem comparecer. O l�der do PDT, Andr� Figueiredo (CE), disse que n�o vai, mas que "n�o existe nenhuma delibera��o para nenhum deputado da bancada ir". O presidente da sigla, Carlos Lupi, reconheceu o direito de os partidos n�o comparecerem, mas disse que um boicote "n�o tem efeito nenhum a n�o ser emocional e para marcar posi��o".

Presidente do PSB, Carlos Siqueira afirmou que a decis�o ser� de cada correligion�rio. "Quem desejar participar est� livre para faz�-lo. Eu, pessoalmente, n�o estarei l� e n�o fa�o nenhuma reclama��o disso, porque acho �timo at�."

Na elei��o, o partido tamb�m n�o teve um posicionamento definido. O PSB apoiou Haddad no segundo turno contra Bolsonaro, mas liberou governadores que disputavam elei��o para se manterem neutros.

Apesar de posicionamentos distintos na posse, o PCdoB vai formar um bloco de oposi��o ao governo do presidente eleito na C�mara dos Deputados com PSB e PDT. Derrotado na elei��o, o PT deve ficar isolado nas duas Casas.