
Em campanha para se reeleger na presid�ncia da C�mara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) conseguiu ontem o apoio do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, e do PRB. O PSDB indicou que tamb�m estar� ao lado do deputado do DEM na disputa que acontece no dia 1.° de fevereiro.
O avan�o de Maia foi bem recebido pelo mercado e pelo novo governo e visto como for�a para a vota��o de reformas, especialmente a da Previd�ncia. A Bolsa fechou com forte alta, 3,56%, e o d�lar em queda de 1,83%, sendo vendido a R$ 3,8046.
O acordo com o PSL foi fechado ap�s uma reuni�o de Maia com o deputado Luciano Bivar (PE), presidente da sigla. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Bivar disse que o partido, que tem 52 deputados eleitos, vai comandar a Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ), de Finan�as e a segunda-vice-presid�ncia da C�mara.
A divulga��o do acordo desagradou a parte da bancada do PSL, mas surtiu um efeito imediato no cen�rio pol�tico. O PRB retirou a candidatura do deputado Jo�o Campos e declarou apoio a Maia. Em seguida, o l�der do PSDB na C�mara, Nilson Leit�o (MS), reconheceu que os tucanos devem seguir o mesmo caminho.
O reflexo na �rea econ�mica do novo governo ocorreu no mesmo dia em que o ministro da Economia, Paulo Guedes, recebeu o cargo com a promessa de que a reforma da Previd�ncia ser� "o primeiro e maior desafio a ser enfrentado".
Na vis�o do secret�rio do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida - que permanece no cargo na gest�o Bolsonaro -, o fortalecimento de Maia � "algo importante" e que "ajuda" na aprova��o da reforma da Previd�ncia. O futuro secret�rio especial de Previd�ncia e Trabalho, Rog�rio Marinho, foi na mesma linha e afirmou que o apoio da bancada do PSL � Maia � uma "�tima not�cia" para as negocia��es em torno da reforma da Previd�ncia.
Para o presidente da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), Robson Braga de Andrade, a continuidade Maia na presid�ncia da C�mara dos Deputados "facilitaria" a aprova��o de reformas no novo governo. "Ele j� conhece bem o debate."
Ap�s saber do an�ncio do PSL, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o governo n�o vai interferir na disputa no Congresso. "Desde que venceu a elei��o, o presidente Jair Bolsonaro tem dito que n�o deve interferir na disputa do Congresso. N�o haver� interven��o", afirmou Onyx.
Apesar da declara��o do ministro, nos bastidores integrantes do primeiro escal�o mostram d�vidas sobre como ser� o alinhamento de Maia ao novo governo. "Ningu�m vai defender mais a agenda econ�mica de Bolsonaro do que eu", disse o presidente da C�mara ao Estado, recentemente. "Eu acredito e vou defend�-la onde estiver."
Bolsonaro foi aconselhado a n�o ficar contra Maia, para n�o sofrer reveses no Congresso. "Vamos continuar dialogando com todos os partidos", insistiu Onyx, que ontem chegou a pregar um "pacto pol�tico" em torno de propostas para o Brasil, como a reforma da Previd�ncia.
MDB
A decis�o do PSL, no entanto, irritou dirigentes do MDB. Isso porque o partido negociava com o candidato do DEM a forma��o de um bloco que inclu�a tamb�m o PP. As duas legendas, por�m, almejavam justamente as comiss�es e cadeiras prometidas por Maia ao partido de Bolsonaro. Os emedebistas agora prometem retalia��o ao que classificam de "trapa�a" de Maia e acusam o PSL de aceitar o "toma l�, da c�".
"Quem ofereceu as comiss�es foi o Rodrigo Maia. Ao aceitar, eles (PSL) est�o concordando com a continua��o do 'toma l�, da c�'. Ou seja, voc�s v�m pra c�, agregam ao nosso bloco partid�rio e vamos te dar duas comiss�es que voc�s n�o tinham direito. Est�o trapaceando outros partidos em favor do 'toma l�, da c�'", disse o deputado Hildo Rocha (MDB-MA).
A reportagem apurou que o acordou gerou revolta tamb�m no PP. Em retalia��o, integrantes dos dois partidos dizem, nos bastidores, que podem fortalecer a candidatura de Fabio Ramalho (MDB-MG), advers�rio de Maia na disputa.
O apoio declarado do PSL � recondu��o do atual presidente da C�mara tamb�m pegou de surpresa os partidos de oposi��o ao governo Bolsonaro. PSB e PDT, que j� davam como certa a participa��o no bloco articulado por Maia, v�o reavaliar a situa��o.
O PT, que ter� a maior bancada da C�mara, com 56 eleitos, descarta participar de qualquer articula��o que inclua o PSL. O PSOL cogita lan�ar candidato pr�prio � presid�ncia da C�mara para marcar posi��o.