
A disputa pela presid�ncia da C�mara dos Deputados ganha cada vez mais corpo com o posicionamento de lideran�as partid�rias. O atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que busca a reelei��o, est� � frente na campanha, tendo recebido o apoio de 10 partidos. Por�m, os potenciais 242 votos detidos por essas agremia��es n�o garantem a vit�ria. Al�m disso, dissidentes come�am a aparecer e podem alterar os c�lculos.
Mesmo com o apoio do PR, que contar� com 33 deputados na pr�xima legislatura, Rodrigo Maia ainda n�o atinge os 308 votos necess�rios para levar a presid�ncia no primeiro turno de vota��o. Num eventual segundo turno, tamb�m precisar� conquistar um n�mero maior de apoiadores para atingir o qu�rum simples, de 257 parlamentares. Al�m do PR, Maia conta com a pr�pria legenda, o DEM, que ter� 29 deputados, e o apoio inicial de outros seis partidos. O maior deles � o PSL, legenda do presidente Jair Bolsonaro, que elegeu 52 parlamentares, mas tamb�m anunciaram apoio o PSD (34); o PRB (30); o PSDB (29); o PROS (8); e o PPS (8), o Podemos (11); e o PSC (8).
No entanto, o apoio formal dos l�deres n�o necessariamente ser� seguido pelos integrantes das legendas. Os l�deres podem punir os dissidentes, o que tende a levar parcela expressiva de cada partido a respeitar o que foi decidido. Contudo, como j� ocorreu em outras vota��es, decis�es tomadas pelas c�pulas partid�rias podem gerar discord�ncias internas. O PSDB, que mant�m conflitos internos constantes, est� dividido. Recentemente, o ninho tucano passou por uma reformula��o da bancada na C�mara.
Representa��es ligadas � oposi��o, como o PSB, analisam a possibilidade de integrar a coliga��o de apoio a Rodrigo Maia. Por�m, o apoio do PSL � reelei��o do atual presidente pode impedir essa jun��o. A executiva nacional do PSB se re�ne hoje para discutir o assunto, mas a delibera��o oficial ainda pode demorar, segundo alguns parlamentares da sigla. O deputado federal eleito Danilo Cabral (PSB-PE) explica que, por mais que a c�pula tenha permitido que o correligion�rio Jo�o Henrique Caldas (PSB-AL) articulasse uma candidatura pr�pria, os socialistas se encontraram recentemente com Maia para discutir um poss�vel alinhamento.
No entanto, segundo Cabral, o partido n�o quer que a C�mara seja um “puxadinho” do governo. “N�s respeitamos o Maia, mas esse movimento do PSL faz a gente repensar esse apoio. N�o queremos ningu�m que v� tratorar a oposi��o”, afirmou.
Entre os partidos que pretendem fazer oposi��o a Rodrigo Maia, est� o Psol, que vai aumentar a bancada na C�mara para 10 representantes. Eles lan�aram o nome do futuro deputado Marcelo Freixo (RJ) como candidato de oposi��o na disputa. O nome de Freixo veio depois de a deputada Luiza Erundina (SP) rejeitar ser candidata. O deputado Ivan Valente (SP) ressalta que o apoio do PSL foi decisivo para impedir “qualquer tipo de negocia��o”. Assim, a candidatura pr�pria se torna uma forma de “ant�tese” � do DEM.
Al�m dos dois parlamentares, que seguem fazendo campanha, tamb�m buscam angariar votos F�bio Ramalho (MDB/MG); Arthur Lira (PP/AL) e o deputado federal eleito Kim Kataguiri (DEM/SP), que se mant�m isolado dentro do pr�prio partido.
Voto aberto
Nessa ter�a-feira (8), Kataguiri entrou com pedido de mandado de seguran�a no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte determine que a elei��o da Mesa da C�mara seja feita pelo voto aberto dos parlamentares, embora o regimento interno da Casa Legislativa estabele�a que a vota��o deve ser fechada.
O deputado eleito alega que, em dezembro, antes do in�cio do recesso do Poder Judici�rio, o ministro Marco Aur�lio Mello, do STF, estabeleceu voto aberto na disputa pela presid�ncia do Senado. A medida tende a prejudicar o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que pretende voltar ao comando do Senado. Na semana passada, o Solidariedade pediu ao STF que a decis�o de Marco Aur�lio seja cassada.
