
Ant�nio Hamilton Rossell Mour�o, filho do vice-presidente da Rep�blica, Hamilton Mour�o, foi promovido a assessor especial da presid�ncia do Banco do Brasil e vai receber sal�rio de R$ 36 mil - o triplo do valor atual. A decis�o, defendida pelo vice e pelo comando do banco, provocou pol�mica no governo e fez com que Mour�o tivesse de se explicar ao presidente Jair Bolsonaro, que se elegeu e tomou posse com discursos contra privil�gios e pela meritocracia no servi�o p�blico.
Segundo Mour�o, a promo��o do filho foi por "m�rito" e n�o ocorreu antes porque em gest�es anteriores Rossell Mour�o teria sido "duramente perseguido". Ele � funcion�rio de carreira do Banco do Brasil, com 19 anos de experi�ncia na institui��o, e estava havia 11 anos na Diretoria de Agroneg�cios. Com a posse da nova gest�o, na segunda-feira, 7, foi promovido e vai trabalhar em contato direto com o presidente da institui��o, Rubem Novaes.
Apesar do tempo de casa, o salto na carreira foi visto com estranheza por pessoas de dentro do banco. Segundo funcion�rios, o cargo exige n�vel alto de conhecimento na institui��o. Outros dois servidores que exerceram a mesma fun��o na gest�o anterior - de Paulo Caffarelli - ocuparam postos de destaque antes de chegar ao cargo de assessor especial da presid�ncia. Mar�lia Prado de Lima, por exemplo, foi superintendente de Varejo e Governo do BB no Distrito Federal. Sidney Passeri, antes de assumir a fun��o, foi gerente executivo do banco.
O filho do vice-presidente � formado em Administra��o de Empresas e possui p�s-gradua��es em Agroneg�cios e em Desenvolvimento Sustent�vel.
Defesa
Ap�s a repercuss�o negativa da nomea��o, Mour�o saiu em defesa do filho. "(Meu filho) Possui m�rito e foi duramente perseguido anteriormente por ser meu filho", afirmou o vice-presidente. No Twitter, disse que Rossell Mour�o � de "absoluta confian�a do presidente do banco". "Meu filho, Ant�nio, ingressou por concurso no BB h� 19 anos. Com excelentes servi�os, conduta irrepreens�vel e por absoluta confian�a pessoal do presidente do Banco foi escolhido por ele para sua assessoria. Em governos anteriores, honestidade e compet�ncia n�o eram valorizados", escreveu Mour�o.
O vice procurou Bolsonaro para explicar que n�o interferiu na promo��o. Segundo relataram auxiliares do governo, Mour�o disse n�o ter sido informado com anteced�ncia da nomea��o e Bolsonaro evitou fazer coment�rios. O clima entre assessores do presidente e ministros que despacham no Pal�cio do Planalto era de "constrangimento", conforme auxiliares.
A promo��o do filho do vice-presidente da Rep�blica alimentou nesta ter�a-feira, 8, a disputa velada no Planalto entre os grupos dos militares e civis do entorno do presidente. No pal�cio, assessores receberam informa��es de servidores do BB que ajudaram na transi��o de que, pela intranet, funcion�rios manifestaram rep�dio � promo��o. Nas mensagens, os funcion�rios observaram que havia expectativa de mudan�as por parte do governo Bolsonaro dos m�todos adotados pelo MDB e pelo PT de nomea��es no banco.
O novo presidente do BB defendeu a nomea��o. Em nota, Novaes disse que Rossell Mour�o possui "excelente forma��o e capacidade t�cnica". "Ant�nio � de minha absoluta confian�a e foi escolhido para minha assessoria, e nela continuar�, em fun��o de sua compet�ncia. O que � de se estranhar � que n�o tenha, no passado, alcan�ado postos mais destacados no banco", declarou Novaes.
Em nota, o Banco do Brasil informou que o cargo � de "livre provimento da presid�ncia do BB e a nomea��o atende aos crit�rios previstos em normas internas e no estatuto do banco".
O novo posto equivale a uma cadeira de um executivo, com sal�rio de cerca de R$ 36 mil. Na pr�tica, o sal�rio de Rossell Mour�o triplicou. A renda do posto anterior varia de R$ 12 mil a R$ 14 mil, dependendo da carga hor�ria de seis ou oito horas. O novo vencimento do filho do vice-presidente ser� maior que o sal�rio do pai, que recebe o mesmo valor do presidente da Rep�blica - R$ 30,9 mil.