Em carta endere�ada ao vice-presidente da Bol�via, �lvaro Garc�a Linera, amigos de Cesare Battisti pedem que o governo Evo Morales conceda asilo pol�tico ao italiano preso na madrugada deste domingo, 13, em Santa Cruz de La Sierra.
"Pedimos respeitosamente que voc� ajude o Estado boliviano a conceder-lhe a oportunidade de se defender em um tribunal (�) � essencial ter em mente que se Battisti for devolvido ao Brasil ou entregue � It�lia ter� uma morte terr�vel e muito triste. Pedimos que Cesare Battisti tenha ref�gio pol�tico na Bol�via", diz a carta assinada pelo historiador argentino radicado no Brasil Carlos Lungarzo, autor de um livro sobre o italiano e amigo pessoal de Battisti.
Segundo amigos, a carta foi endere�ada a Linera devido a similaridades entre a hist�ria do vice-presidente da Bol�via e a do italiano. Ex-integrante do movimento armado Ex�rcito Guerrilheiro T�pac Katari (EGTK), Linera ficou preso entre 1992 e 1997.
Na carta, os amigos de Battisti defendem a inoc�ncia do italiano, condenado a pris�o perp�tua na It�lia por tr�s assassinatos cometidos nos anos 1970, quando o escritor, ent�o adolescente, integrava o grupo terrorista Prolet�rios Armados pelo Comunismo (PAC). Segundo o texto, Battisti foi um militante contra o fascismo italiano depois da Segunda Guerra Mundial.
"Na It�lia, ele esteve envolvido desde a juventude nas lutas da esquerda democr�tica contra as agress�es fascistas depois da guerra", diz o texto. "Ao contr�rio da Alemanha, a It�lia n�o tentou educar os antigos fascistas e durante as d�cadas de 1950 e 1960 restaurou todo seu poder. Isso gerou um movimento defensivo de esquerda".
Segundo a carta, Battisti foi preso na It�lia por atividades menores como porte de armas, expropria��es e uso de documentos falsos mas "nunca por crimes de sangue". Na verdade, o italiano foi condenado pelas mortes de tr�s pessoas. Na carta, os amigos de Battisti alegam que ele foi julgado � revelia.
A not�cia da pris�o pegou a rede de apoiadores do italiano no Brasil de surpresa. Alguns deles acreditavam que Battisti ainda estava no Pa�s. Segundo a soci�loga Silvana Barolo, o fato de o presidente da Bol�via, Evo Morales, ter ido � posse de Jair Bolsonaro n�o serve como indicativo de que o governo do pa�s vizinho esteja alinhado com o brasileiro.
"Isso foi uma ingenuidade diplom�tica. Morales, como Lula, tem a expectativa de que as pessoas merecem respeito", disse ela.
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