Os investigadores da Opera��o Integra��o, fase 58 da Lava Jato, rastrearam como o ex-governador do Paran� Beto Richa (PSDB) lavou propina de R$ 2,7 milh�es supostamente recebida de concession�rias de rodovias federais durante seu mandato. No pedido de pris�o do tucano, os procuradores da for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal indicam detalhadamente o destino do dinheiro - compra de im�veis de alto padr�o em nome da empresa Ocapor� Administradora de Bens.
Nesta sexta, 25, a Pol�cia Federal prendeu Beto Richa e seu 'homem de confian�a', o contador Dirceu Pupo Ferreira, por ordem do juiz Paulo S�rgio Ribeiro, da 23.� Vara Federal de Curitiba.
A Lava Jato descobriu que a Ocapor�, formalmente, est� registrada em nome da mulher do ex-governador, Fernanda Richa, e dos filhos do casal, mas, na realidade, era controlada pelo pr�prio Beto Richa.
Os procuradores apontam evid�ncias de que parte da propina, R$ 142 mil, foi lavada mediante dep�sitos feitos diretamente em favor da Ocapor�.
O restante dos recursos, aproximadamente R$ 2,6 milh�es, foi lavado pelo ex-governador com o aux�lio do contador Pupo Ferreira, por meio da aquisi��o de im�veis, diz a Lava Jato.
"Os bens foram comprados com propinas e colocados em nome da empresa Ocapor� Administradora de Bens", afirma a Procuradoria.
Para ocultar a origem il�cita dos recursos, Pupo solicitava aos vendedores dos im�veis que lavrassem escrituras p�blicas de compra e venda por um valor abaixo do realmente pactuado entre as partes.
A diferen�a entre o valor da escritura e o acordado era paga em esp�cie, de forma oculta, com propinas, afirma a Procuradoria.
Os investigadores rastrearam pelo menos tr�s im�veis pagos em esp�cie pelo contador em favor da Ocapor�.
E-mails apreendidos durante a investiga��o comprovaram que Beto Richa tinha a palavra final sobre as atividades da empresa relacionadas � compra e venda de im�vel.
Em 20 de outubro de 2010, Beto Richa comprou - via Ocapor� - apartamento em Balne�rio Cambori� pelo valor declarado de R$ 300 mil, que foi pago integralmente em esp�cie por Pupo Ferreira ao vendedor de forma parcelada durante o ano de 2011. O laudo de avalia��o do apartamento demonstrou que o im�vel valia na �poca R$ 700 mil O vendedor reconheceu o recebimento de R$ 300 mil adicionais 'por fora', em esp�cie.
Em 31 de outubro de 2012, o tucano fez a aquisi��o de um terreno no bairro Santa Felicidade, em Curitiba. O valor real de venda era de R$ 1,93 milh�o. Na escritura, a aquisi��o foi declarada por R$ 500 mil, correspondentes a uma suposta permuta com dois lotes em Alphaville.
O vendedor reconheceu que, al�m dos lotes dados como parte do pagamento, o 'homem de confian�a' de Beto Richa entregou R$ 930 mil em esp�cie, que foram ocultados nos documentos da transa��o. Posteriormente, o mesmo im�vel foi vendido pela empresa da fam�lia Richa por R$ 3,2 milh�es.
A terceira transa��o comercial com o dinheiro da propina supostamente recebida pelo ex-governador ocorreu em 12 de novembro de 2013. Sempre por meio da Ocapopr�, Richa adquiriu conjuntos comerciais no Edif�cio Neo Business em Curitiba, com valor declarado de R$ 1,8 milh�o na escritura p�blica, mas que, segundo o corretor que intermediou o neg�cio, contou com o pagamento de R$ 1,4 milh�o adicionais 'por fora', que foram ocultados.
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