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Estado de Minas POL�TICA

Cirurgia de Bolsonaro deve durar tr�s horas


postado em 27/01/2019 07:42

Prevista para amanh�, 28, a cirurgia para reconstruir o tr�nsito intestinal e retirar a bolsa de colostomia do presidente Jair Bolsonaro (PSL) dever� durar tr�s horas e exigir pelo menos uma semana de interna��o. Essas foram as estimativas dadas pelo cirurgi�o Antonio Macedo, chefe da equipe m�dica do presidente, ao Estado. A opera��o vai acontecer no Hospital Israelita Albert Einstein, zona sul de S�o Paulo.

Pela programa��o divulgada pelo governo, o presidente deve ser internado j� hoje, quando dever� iniciar o preparo intestinal para a cirurgia. Nesse processo, ele ir� receber apenas dieta l�quida e ter� de tomar medicamentos laxantes para que qualquer res�duo do intestino seja eliminado at� a hora da cirurgia.

Ser� o terceiro procedimento cir�rgico de Bolsonaro desde que ele foi esfaqueado, no dia 6 de setembro do ano passado, durante um ato de campanha em Juiz de Fora. A primeira opera��o foi feita na Santa Casa da cidade mineira, logo ap�s o atentado, para reparar as les�es sofridas no ataque e conter uma grave hemorragia decorrente dos ferimentos. Foi nessa cirurgia que o presidente precisou passar por uma colostomia - procedimento no qual o intestino grosso � exteriorizado at� a parede abdominal para que as fezes caiam numa bolsa coletora acoplada ao corpo. A colostomia foi necess�ria porque a parte ferida do intestino grosso precisou ser isolada da passagem de fezes para diminuir o risco de infec��es.

Seis dias depois do ataque, quando o ent�o candidato j� havia sido transferido para o Hospital Albert Einstein, ele voltou ao centro cir�rgico �s pressas para corrigir uma obstru��o intestinal causada por ader�ncias, situa��o em que tecidos de cicatriza��o do intestino "grudam" em outras partes do �rg�o ou na parede do abdome. Bolsonaro teve alta 23 dias ap�s o atentado.

Segundo cirurgi�es ouvidos pelo Estado, o procedimento de amanh� tende a ser mais tranquilo do que os anteriores por n�o ser uma cirurgia de emerg�ncia e porque foi agendado para um momento em que Bolsonaro est� em boas condi��es f�sicas. "A cirurgia, em si, n�o � uma coisa complicada, mas vai exigir uma interven��o relativamente grande no abdome", diz F�bio Guilherme de Campos, professor da Faculdade de Medicina da USP e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

Anestesia

Ele explica que, em cirurgias como essas, o paciente � submetido � anestesia geral e tem um corte feito no abdome. Em seguida, a parte do intestino grosso que estava conectada � bolsa coletora de fezes � descolada da parede abdominal e religada, por meio de uma costura, � outra "boca" do intestino grosso que ficou solta dentro da cavidade abdominal. "Esse tipo de cirurgia n�o costuma durar mais de duas ou tr�s horas, a n�o ser que o paciente tenha muitas ader�ncias no intestino e o cirurgi�o tenha que desfaz�-las para poder trabalhar", afirma Campos.

De acordo com Ricardo Cohen, cirurgi�o do aparelho digestivo do Hospital Alem�o Oswaldo Cruz, a ocorr�ncia de ader�ncia � muito comum em pacientes que j� tiveram a regi�o abdominal operada. "O m�dico ter� de soltar todas as ader�ncias para, ent�o, poder unir novamente as partes do intestino que foram separadas. N�o � uma cirurgia dif�cil, mas � trabalhosa", diz ele.

Apesar de corriqueira para especialistas da �rea, a opera��o de Bolsonaro n�o est� isenta de riscos. A complica��o mais grave que pode ocorrer � um eventual rompimento dos pontos internos feitos na recostura do intestino. "Se isso acontece, o material fecal cai na cavidade abdominal e leva � uma infec��o, situa��o que geralmente exige uma nova interven��o cir�rgica", diz Campos. Embora grave, essa complica��o acontece apenas em 1% a 2% dos casos.

Despachos

Especialistas ouvidos pelo Estado afirmaram que, em casos como o do presidente Jair Bolsonaro, se a cirurgia � bem sucedida, o paciente nem precisa passar pela UTI. Ele vai direto para o quarto e a alimenta��o � retomada aos poucos, para que a equipe m�dica avalie como o intestino responde. "Um ou dois dias ap�s a cirurgia, o paciente recebe s� dieta l�quida, como �gua, ch� e gelatina. Se o intestino responder bem, come�a com alimenta��o pastosa posteriormente e, dias depois, com alimentos s�lidos", afirma F�bio Guilherme de Campos, professor da Faculdade de Medicina da USP e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

A reintrodu��o alimentar tem de ser lenta tamb�m para que n�o haja aumento de press�o no intestino, o que poderia levar ao temido rompimento dos pontos internos. O paciente geralmente tem alta quando consegue evacuar normalmente, o que costuma acontecer seis dias ap�s a cirurgia. "Esse � o sinal de que o tr�nsito intestinal voltou ao normal", diz Ricardo Cohen, cirurgi�o do aparelho digestivo do Hospital Alem�o Oswaldo Cruz.

M�dico de Bolsonaro, Antonio Macedo declarou que o presidente dever� permanecer no hospital cerca de uma semana. Ap�s a alta, no entanto, pacientes que passam pela mesma cirurgia costumam ficar mais uma semana em casa, sem retomar atividades do dia a dia, como trabalhar e dirigir. "Ele at� pode participar de reuni�es com assessores, assinar documentos, mas sem muitos excessos", explica Campos.

Na opini�o dos especialistas ouvidos pela reportagem, o presidente dever� ser liberado para voltar a Bras�lia ap�s 15 dias, mas s� depois de tr�s meses ele poder� retomar atividades f�sicas mais intensas, como fazer gin�stica ou levantar peso.

Gabinete no hospital

O plano de Bolsonaro, mesmo internado, � retomar despachos e reuni�es quando ainda estiver internado, dois dias ap�s a cirurgia.

A assessoria do Albert Einstein n�o detalhou como ser� a estrutura montada para o presidente no hospital, mas m�dicos do Einstein ouvidos pelo Estado afirmam que o Bolsonaro dever� ficar internado na ala mais nova do hospital, onde alguns dos quartos possuem uma antessala, com mesa, sof� e TV, ambiente onde reuni�es poderiam ocorrer.

Preocupada com o vazamento de informa��es, a dire��o do Einstein avisou por e-mail a todo o seu corpo cl�nico, j� na �poca da primeira interna��o, que estava monitorando quem acessava o prontu�rio de Bolsonaro. "Caso um m�dico que n�o fizesse parte da equipe tentasse acessar o documento sem justificativa, poderia sofrer puni��o por falta �tica", contou um m�dico do Einstein, que n�o quis ser identificado. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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