
Candidato � presid�ncia da C�mara aos 33 anos, o deputado eleito Marcel Van Hattem (Novo-RS) quer promover uma reforma estrutural na Casa. Entre suas propostas, ele defende colocar � venda, de forma gradativa, os apartamentos funcionais destinados aos parlamentares.
Ele tamb�m � contra o aumento de sal�rio para os parlamentares. "N�o queremos os votos dos deputados que est�o aqui pelo sal�rio. Queremos dos deputados que est�o aqui porque t�m uma voca��o de servir o povo brasileiro", disse ele, que est� procurando todos os candidatos � presid�ncia da C�mara.
Apesar da pouca idade, o parlamentar est� na pol�tica h� 14 anos - foi eleito vereador de Dois Irm�os (RS) em 2004, aos 18 anos. A seguir, os principais trechos da entrevista:
Por que o sr. decidiu se lan�ar candidato � presid�ncia da C�mara, mesmo sendo de um partido com apenas 8 deputados eleitos?
Depois que o PSL entrou no bloco do Rodrigo Maia (DEM-RJ), a discuss�o come�ou a tomar mais corpo e avaliamos internamente lan�ar um candidato. Principalmente depois que percebemos, neste per�odo de quatro meses (desde as elei��es), que muitas coisas podem ser mudadas. Um dos fatores importantes que percebemos com a montagem da lideran�a � que os gabinetes n�o t�m setor de fiscaliza��o. De combate � corrup��o, da pr�pria C�mara, do Executivo. Isso n�o se v�. N�s vamos ter, inclusive, uma �rea de gest�o para avaliar o trabalho de todos os assessores, se eles est�o dando retorno.
Por ser um partido estreante na C�mara, qual � a chance que o sr. v� de vit�ria?
Recebi o convite dos colegas um pouco surpreso. Obviamente, o fato de ser uma bancada de oito deputados e ainda pequena faz com que a gente pondere. Para marcar posi��o, falar das ideias, � muito bom. No in�cio, foi bem despretensioso no sentido de vit�ria eleitoral, mas agora, com o apoio do Kim Kataguiri (DEM-SP) e com outros apoios que devem vir pela frente, come�o a ver que tem a possibilidade de vencermos essa elei��o e vamos fazer de tudo para vencer.
Caso n�o chegue ao segundo turno, qual ser� sua posi��o?
O foco � vencer a elei��o. N�o tem defini��o sobre isso.
Qual sua posi��o sobre o aumento de sal�rio dos deputados?
Na presid�ncia do Novo n�o vai ter aumento de sal�rio, isso � imposs�vel. A popula��o brasileira j� se pronunciou contrariamente ao aumento de sal�rios do STF. N�o � o momento. Em linha com isso, apartamentos funcionais n�o se justificam mais. Acreditamos que eles devam ser vendidos. Em rela��o ao aux�lio-moradia, eu renunciei ao meu (benef�cio). Para os que moram ou t�m casa em Bras�lia, acho que tem de acabar. Para os demais, deve ser discutido.
Quais ser�o as prioridades do seu partido na C�mara?
Reforma da Previd�ncia � o �bvio que precisa ser discutido. A Previd�ncia deve ser separada de assist�ncia. Isso s�o coisas diferentes que s�o tratadas em conjunto no Brasil. A quest�o tribut�ria � fundamental e privatiza��es, tamb�m. O m�ximo que puder ser vendido e com um bom valor de mercado.
Sobre a reforma da Previd�ncia, � a favor de que seja votado o texto que est� pronto para ir ao plen�rio? Quais s�o os pontos que o partido n�o deve aceitar?
Preferimos esperar que o governo Bolsonaro mande a proposta. Qualquer debate agora sobre esse tema vai nos fazer tratar de um assunto que talvez venha completamente diferente em fevereiro. Agora, n�o ter idade m�nima, por exemplo, n�o vamos aceitar. N�o incluir militares e deputados, tamb�m. � preciso incluir todos os pol�ticos.
Acha necess�ria uma revis�o da reforma trabalhista?
Concordo muito com a frase do Paulo Guedes (ministro da Economia) de que o Brasil precisa ser libertado da CLT. Muita gente jovem est� saindo do Pa�s porque n�o tem condi��o de trabalho aqui, e muito em virtude da legisla��o. � preciso estar de acordo com o que o mercado pode pagar e com a produtividade. Prec�rio fica o cidad�o sem emprego.
Como v� o relacionamento entre o Judici�rio e o Legislativo e embates recentes que tiveram entre os Poderes?
� preciso defender o papel da casa legislativa, onde as leis s�o feitas. Eu, como presidente da Casa, n�o vou ter medo de mandar de volta medida provis�ria (do Executivo).